Prédicas e Meditações



ID: 2931

Fé com obediência

Mateus 21.23-32

25/09/2020

Estimados rádio-ouvintes:

A primeira leitura que ouvimos veio do profeta Ezequiel. Esse profeta está na Babilônia, junto com os deportados depois da destruição do templo em Jerusalém. As pessoas haviam perdido tudo que tinham e até foram levados de suas casas para um outro país. O profeta Ezequiel diz que isso tudo não aconteceu por causa dos pecados dos antepassados – mas por causa dos pecados deles mesmos. Não é correto colocar a culpa nos outros para justificar a situação ruim em que se está vivendo. Por isso, o profeta aponta para o único caminho da redenção. Uma conversão/mudança de mente e de coração. Convertei-vos e vivereis.

Também a carta aos Filipenses nos fala do caminho fé e de obediência de Jesus, que sendo igual a Deus esvaziou-se de todo seu poder a fim de viver uma vida humana repleta de humilhação, de sofrimento, de cruz e de morte. O texto bíblico ressalta a fé e a obediência de Jesus. E nos chama a ter a mesma fé e o mesmo modo de pensar que Cristo Jesus tinha.

O Evangelho de Mateus nos conta mais uma dessas histórias em que líderes religiosos judeus querem humilhar a Jesus. Esses líderes religiosos diziam ter muita fé em Deus, mas sempre estavam procurando algo para questionar a Jesus. Eles não gostavam de Jesus, por isso sempre estavam procurando algum motivo para questionar a Jesus. Jesus então vai ao Templo para falar de Deus. O Evangelho de hoje nos diz que esses líderes interrompem a Jesus dizendo: Com que autoridade você faz essas coisas? Quem lhe deu autorização para você falar essas coisas aqui no Templo?

Jesus não aceita a provocação dos líderes religiosos. Mas Jesus diz aos lideres religiosos que fé em Deus não é nada se não houve também obediência à vontade de Deus. Dizer que se crê em Jesus – não é nada se não houver disposição para obedecer e seguir a Jesus. Portanto, o tema de Jesus hoje é Fé e Obediência, ou Fé e Discipulado.

O primeiro filho diz que vai trabalhar na vinha de seu pai e depois não vai.
O segundo filho diz que não quer ir trabalhar na vinha, mas depois se arrepende e vai.

O primeiro filho são os líderes religiosos judeus que disseram sim para Deus, mas que na verdade vivem de legalismos, regras, e medo do povo. O segundo filho são os cobradores de impostos e as prostitutas – pessoas que aparentemente disseram não à Deus, mas que depois se arrependeram e – mesmo sem deixar o seu trabalho - começaram a fazer a vontade de Deus.

E Jesus conclui dizendo: Eu afirmo a vocês que os cobradores de impostos e as prostitutas estão entrando no Reino de Deus antes de vocês (v. 31).
Os líderes religiosos (fariseus e escribas) falam constantemente da lei: o nome de Deus está sempre nos seus lábios. Os sacerdotes do templo honram a Deus sem descanso; a boca deles está cheia de salmos. Ninguém duvidaria que eles não estão fazendo a vontade do Pai. No entanto, tudo fica em palavras. A vontade de Deus não se concretiza.

Infelizmente ainda hoje há pessoas que acreditam que basta ter fé em Jesus – basta ter um coração que adora a Jesus. Quando a igreja propõem ações práticas, atitudes de solidariedade, então essas pessoas dizem que a igreja está se tornando política. Lamentavelmente muitas pessoas cristãs gastam preciosas energias em discussões inúteis. Infelizmente temos algumas pessoas que gostam de falar de Jesus, mas não querem ouvir a Jesus e nem segui-lo. Pessoas que dizem sim para o Jesus glorificado, mas que não querem saber de um Jesus encarnado na realidade. Com o Evangelho de hoje, Jesus nos alerta claramente que o importante não só é ′′ falar ′′ mas fazer; o decisivo é confessar a fé em Jesus e também fazer a sua vontade. Só uma coisa não é o suficiente. E por isso, precisamos com toda honestidade dizer que – em nossos dias - tem muitas pessoas, muitas organizações que estão fazendo melhor a vontade de Deus do que algumas igrejas.

Jesus nos alerta para que depois de confessar nossa fé Nele, não nos percamos no caminho. Também na vida da pessoa cristã aparecem muitos imprevistos e as circunstâncias mudam, mas não podemos nos desviar do chamado de Jesus que crer e obedecer.

Havia certa vez, no interior do Japão, um casal que morava na roça e fazia sandálias de palha. Eles tinham um filho de 12 anos. O garoto era muito obediente. Certo dia, a mãe lhe deu três palhas e disse o seguinte: Filho, vá até a cidade e compre – com essas palhas – três peças de seda. O menino obedeceu – pegou as três palhas e saiu. No caminho encontrou uma mulher que lavava cebolas no rio. Ela pediu ao menino que lhe desse aquelas três palhas para amarrar as cebolas. “Dar eu não posso”, disse o menino, “porque essas três palhas valem três peças de seda”. A mulher insistiu e o menino acabou entregando as três palhas em troca de três cebolas e continuou seu caminho até a cidade. Mais adiante, o menino passou na frente da casa de um hospedeiro que também era um fabricante de espadas. Ao ver o menino com três cebolas o hospedeiro disse: Menino, você pode me ceder as três cebolas? É que chegaram mais hóspedes do esperado e preciso fazer mais comida. O menino respondeu: Ceder eu não posso, porque essas cebolas valem 3 peças de seda. O hospedeiro então trocar as três cebolas por uma espada. O garoto colocou a espada na cintura e continuou o seu caminho para a cidade.

Já bem perto da cidade, encontrou uma comitiva real, que levava uma princesa. A moça quando viu o menino com a espada pediu que a comitiva parasse. A princesa chamou o menino e lhe disse que não estava bem quem um menino como ele andasse com uma espada na cintura. Por isso, o menino deveria entregar a espada aos soldados que acompanhavam a princesa. “Entregar a espada eu não posso, disse o menino, porque essa espada vale 3 peças de seda”. A princesa quis saber por quê, e então o menino lhe contou a tarefa que sua mãe lhe havia dado. A princesa então pediu que lhe fossem entregues três peças de seda em troca da espada. O menino voltou para casa e entregou as três peças de seda para sua mãe.

O caminho da obediência a Jesus é sempre o melhor caminho, mesmo que isso pareça difícil – ou até impossível. Nesse caminho da obediência, o próprio Jesus será nosso acompanhante. Por isso, mesmo que as circunstâncias mudem, a fé sempre precisa se complementar pela obediência a vontade de Jesus.

Reconhecer a Jesus como Senhor – adorá-lo como Salvador – isso é importante mas não é tudo. Jesus pede algo mais. Ele pede fé e obediência à vontade de Deus. Isso significa um compromisso pessoal de vida com os valores do Reino de Deus. Essa é a mensagem de Jesus. Mesmo que as circunstâncias sejam adversas. Mesmo que na própria igreja haja muita intolerância. Não devemos desanimar. O Evangelho de hoje nos traz uma mensagem clara, uma mensagem de consolo e de esperança: Devemos ser pessoas de fé e de obediência ao nosso único Senhor que é Jesus Cristo. Outro não tem vigor. Somente Ele triunfará na luta. O caminho da obediência a Jesus é sempre o melhor caminho.
Amém.
 


Autor(a): Nilton Giese
Âmbito: IECLB / Sinodo: Paranapanema / Paróquia: Curitiba - Igreja de Cristo
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Testamento: Novo / Livro: Mateus / Capitulo: 21 / Versículo Inicial: 23 / Versículo Final: 32
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 59084

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Assim como o fogo sempre produz calor e fumaça, também a fé sempre vem acompanhada do amor.
Martim Lutero
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