Recordei do fato e faço questão de compartilhar não apenas como crítica, mas em busca do bom senso e respeito. Há muitos anos, uma velha amiga que se tornou pentecostal resolveu retornar às origens luteranas. De praxe, pedi que comunicasse sua decisão ao pastor, o qual “sem piedade” afirmou que, por escolha própria, ela estava seguindo ao inferno. Na verdade, não há como uma denominação ab-rogar sobre si o direito de ser dona exclusiva da “salvação”. Aliás, poucas igrejas afirmam isso de maneira explícita. Todavia, muitas vivem como se assim o fossem. Agradeço a Deus por ter uma comunidade, a qual faz parte de um corpo maior que é a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. O “jeito” luterano não ocorre apenas no Brasil. Ele está espalhado mundo afora, interpretando e vivendo a fé em tempo e espaço específicos. Como Corpo de Cristo, a Igreja é infinitamente maior. Há muitos jeitos de entender e seguir a Cristo. Jamais me cabe o julgamento de quem pertence ou não ao povo de Deus. Pelo contrário, me permito colocar de maneira clara o que entendo e como vivo a minha fé, respeitando a posição do outro, ciente de que a salvação é da autoridade exclusiva de Deus. Ele salva quem bem quiser. Dou graças que, por meio de Jesus, posso fazer parte do grupo dos salvos. Jamais desejo me agregar àqueles que se julgam melhores do que os outros.
De 1976, “Foi Assim” com o Grupo Elo.