Anos atrás acompanhei uma tragédia familiar. Certo sujeito desgostoso com a situação do momento tirou sua própria vida. Indo à roça, o sobrinho encontrou o tio pendurado. De susto, sofreu um enfarto e veio à óbito também. Subitamente, a família precisou se despedir de duas pessoas do seu convívio diário. A recordação estava gravada no meu passado, pois precisei trazer uma palavra de conforto à família naquele momento difícil. Dias atrás, alguém me disse: Às vezes me parece que é mais fácil desistir da vida. Então, recordei o suicídio do passado e perguntei-lhe: Será mesmo? Ao fugir da vida, a pessoa acaba deixando aos demais um volume ainda maior de problemas. Pode não ser tão simples enfrentar as dificuldades, ainda mais quando as forças estão quase acabando. Mas, é o certo e o melhor. Na verdade, jamais devemos esquecer de que “nunca” estamos sozinhos. Deus sempre estará e está ao nosso lado. Se o procurarmos em oração, se apelarmos à sua palavra, se o buscarmos em comunhão com outros irmãos, não sairemos vazios. Aqui se faz forte e necessária a oração do publicano: “Tem misericórdia de mim, que sou pecador” (Lucas 18.13). Convém lembrar também que, melhor do que guardar as dores no peito, é dividi-las com alguém. Por isso, procure um amigo, um terapeuta ou um sacerdote e abra o seu coração. Dou graças por ter conversado com a amiga.
De 2017, “Fidelidade” com Wagner Roberto.