Moro numa pequena cidade do norte catarinense. O padre me disse que 70% da população é católica. De imediato, calculei... Contando IECLB e IELB, os luteranos são 5%. Evidentemente, há uma minoria sem religião. Outra maioria igualmente expressiva, pentecostal. A Assembleia de Deus abraça muitos pentecostais, com capelas nos bairros e interior. Um trabalho bem organizado e desafiador. Contudo, observo que há inúmeras igrejas independentes, frutos de divisões no meio pentecostal. Infelizmente há um povo que “flutua” entre as pequenas igrejas que aparecerem, desaparecem, se subdividem... Ora aqui, ora lá... É óbvio que não basta apenas ficar criticando tal circulação eclesiástica, que por vezes envolve também o povo luterano. É necessária uma auto avaliação: Será que estou pastoreando os “luteranos” de maneira adequada? Porque a “nossa” igreja não cresce? Porque alguns insistem em achar que “a grama do vizinho é mais verde”? Certo amigo católico fez um breve comentário que me deixou pensativo. Ele afirmou: Hoje a gente nem sabe direito se ali é ou não uma igreja, pois não tem cruz! Na percepção dele o que identifica a igreja é a CRUZ. Sem querer, ele fez um diagnóstico interessante. Existem igrejas que têm e falam da cruz. Existem igrejas que não têm e pouco falam da cruz. Em sua maioria, as novas igrejas deixam de lado o Cristo Sofredor e promovem uma oferta de possíveis bênçãos. A religião deixou de ser a base para a construção do caráter e passou a ser apenas um bem de consumo. Não é mais necessário arrependimento e mudança de vida. O único sacrifício exigido é o dízimo... Que resulta em bênção!?!? Uma promessa falsamente proclamada. A Confissão de Pecados foi extinta. É bastante óbvio que, o discurso das igrejas tradicionais deixou de ser atraente ao mundo moderno, por isso a debandada dos “in”fiéis. Também nos Evangelhos é citado que, quando Cristo mandou negar-se a si mesmo, pegar a cruz e segui-lo (Lucas 9.23), muitos o abandonaram (João 6.66). Na contrarregra do mundo religioso atual, ao invés de fazer o CULTO DA VITÓRIA ou SEMANA DOS MILAGRES, somos desafiados a realizar o CULTO DA DERROTA ou SEMANA DO ARREPENDIMENTO. Provavelmente a igreja ficará quase vazia. Mas, os corações, lavados pelo sangue de Cristo, cheios do Espírito. Amém!
