O lema dessa semana na minha Igreja é: “Deus nos deixou a promessa de que podemos receber o descanso de que ele falou.” (Hebreus 4.1)
Que descanso é esse? Seria o silêncio; o relax e a agenda vazia? Pois é! Penso que em breve experimentaremos o descanso eterno. Sim, porque em Hebreus 13.14 também se lê que “não temos uma parada permanente na cidade onde moramos, mas numa Cidade Futura”.
Para o meu neto o descanso é puro tédio porque está zerado de atividades, não tem festa e nem toques de smartphone. Para o meu vizinho que pinta casas e o seu bebezinho de colo o descanso é uma beleza. Dormir sossegado. Nada de pressão de horário. Ausência de estresse. Já para mim, um sujeito embarcado na “terceira idade”, o descanso é estar comigo mesmo e “deixa a vida me levar”...
O fato é que ninguém ainda experimenta deste descanso sugerido pelo lema semanal proposto acima. Porque não? Ora, por que experimentamos muita agitação. Nossa Cidade Permanente não é aqui (Hebreus 13.14).
Muitos artistas tentam pintar essa tal cidade “fazendo-a” nascer de um coração; de uma concha onde brilha muita luz. É assim que cada artista busca seus próprios meios de descrever o sofrimento, o anseio e a expectativa, enquanto tenta materializar esta nova Cidade de Deus.
Que pena! Essas obras de arte não expressam nosso conceito de vida. A nossa Cidade Permanente é aqui - dizemos. É aqui que temos o nosso tesouro - a família que amamos. Estamos bem por possuirmos uma casa e um carro. Aqui e ali sou capaz de dizer: - A minha aposentadoria me preenche. - Eu tenho uma Igreja na qual sou aceito e posso contribuir. - O que me cabe é resolver as tarefas e os problemas diários e entendo que posso resolvê-los.
Outro dia me alegrei quando voltava de Joinville para Florianópolis. Sim, eu ansiava por chegar a minha casa. No entanto estes sentimentos não se materializam em relação à futura Cidade de Deus, o lugar de descanso que Deus promove. Por que é que eu insisto em chamar de paz, aquilo que Deus entende por agitação? Eu realmente quero estar na paz de Deus? Por que a futura Cidade de Deus é tão vaga, tão distante, tão insignificante?
Se quisermos procurar a futura Cidade de Deus, teremos que encorpar nossa fé, obedecer e nos abrir à Palavra de Deus.
A fé nos leva à Comunidade Cristã onde aprendemos sobre “obediência”. Na infância essa palavra é um tanto inconveniente: - “Agora você vai fazer os seus deveres de casa!” Ela também é desagradável no trabalho cotidiano: “Você vai cuidar do projeto “x””! Ela se mostra palavra desafiadora no dia a dia familiar: - “Hoje você se encarrega da louça!” Essas ordens quase nunca chegam bem à nossa cabeça, uma vez que a obediência restringe nossa liberdade; exige-nos humildade.
Quem não precisa lutar para ser uma pessoa aberta. Nosso coração endurece quando alguém nos incomoda; quando não nos sentimos bem aceito nas rodas onde participamos; quando precisamos suportar alguma crise.
No verão, muitas vezes, a porta da nossa moradia fica aberta. Quando bate um ventinho a porta fecha com força e dá um barulhão. Meu coração é tal como esta porta que tende se fechar. Eu sempre de novo preciso sair deste fechamento; continuar me abrindo; concedendo a Deus e às outras pessoas o acesso à minha vida.
Através da fé, da obediência e da abertura ao “vento” da proposta de Deus é que se chega ao Descanso. Essa é a nossa “jogada” e, para tal, precisamos de assessoria. Peça a Deus pela mesma!
Enquanto esperamos, vamos que vamos e dê-lhe que te dê-lhe, na vida secular, eclesiástica e política. Abraços!