Enquanto Zé subia no ônibus, um sapato escapou do pé e caiu para o lado de fora. A porta se fechou e o ônibus partiu. Então, ele ficou incapaz de recuperá-lo. Zé retirou o outro sapato e o jogou pela janela. Uma moça, observando a cena, questionou: Vi o que aconteceu. Por que você jogou fora o outro sapato? Tranquilamente Zé respondeu: É provável que apenas alguém necessitado dará importância para um sapato usado encontrado na rua. Quem os encontrar será capaz de usá-los. Certo é que, de nada adiantará apenas um pé de sapato, seja para mim ou para o outro. Ou seja, com sua atitude, Zé revelou à menina que não vale à pena agarrar-se naquilo que você não deseja que outro o tenha. De fato, perdemos coisas o tempo todo. Isso pode até parecer penoso no início. Todavia, é bom lembrar que a perda só acontece de modo que mudanças - na maioria das vezes positivas - possam ocorrer em nossa vida. “Aprender a desprender-se” é a lição do Zé. A perda do sapato talvez tenha acontecido para iniciar uma série de outros acontecimentos bem melhores para as pessoas envolvidas na situação. Mesmo o diálogo dele com a moça possa ter sido uma motivação para que ela adotasse uma atitude semelhante. Seja qual for a razão, não podemos evitar perder coisas. Zé estava ciente. Acumular posses não nos fazem melhores e nem faz o mundo melhor. Todos temos que decidir constantemente se algumas coisas devem manter seu curso em nossa vida ou se estariam melhor com outros. Desapegue-se!
Em anexo, do cancioneiro...