D(eu)s e a pandemia
Há uma usual reflexão sobre a palavra Deus. Nada tem haver com a etimologia, mas dá o que pensar. Ao separar as letras do meio, sobra o pronome “eu”. A partir disso fiquei pensando: Ele habita em todas as pessoas que Nele crêem (Ef 4.4-6). Entretanto, se formos olhar com mais atenção, percebemos que o Apóstolo Paulo exorta para que vivamos de uma maneira que esteja de acordo com o que Deus quis quando nos chamou (Ef 4.1).
Deus respeita a nossa individualidade, mas não tolera a intolerância que deturpa a fé e que excluí os outros “eus no qual o seu Santo Espírito quer habitar. Diante da pandemia, precisamos conservar essa união que o Espírito dá por meio da paz que nos une (Ef 4.3).
A doença do Covid-19 denuncia o egoísmo humano. Muitos de nós não usamos máscaras, não higienizamos as mãos, não praticamos o distanciamento social, não damos atenção à ciência séria e, de quebra, combatemos todas as ações que visam preservar a saúde das pessoas (especialmente as mais desprovidas de condições). Então o “eu se separa do Deus que está em todos, pois é sopro/fôlego de vida. Temos aí a idolatria que gera a morte em todos os sentidos. Porquê Deus é usado como desculpa para confirmar os interesses e os achismos egocêntricos.
Contudo, somos movidos pelo Espírito Santo a produzir bons frutos (Jo 15.16). Para isso, precisamos deixar que Cristo cresça e que diminua em nós esse grande “eu” (João Batista é uma inspiração para isso (João 3.30)). Deste modo, podemos cantar Deus está em mim. Só que não dá para parar por aí. Ele está também no próximo, naquele que mais precisa (Mt 25.31-46). Consequentemente, só o encontramos plenamente na vivência solidária e comunitária.
Nesse espírito e nessa esperança, vivamos o Batismo. Sigamos lutando pela vida que Deus quer (Jo 10.10). Pois, Deus está em todos/as “NÓS e todas as vidas importam para Ele.
Pastor Marcos Cesar Sander
Paróquia de Palmitos SC