Sistematicamente Jesus vai apresentando aos seus discípulos a sua real missão. Após o chamado, eles se dispuseram a seguir a Jesus, que era o “novo” Mestre que estava fazendo sucesso na região. Com autoridade, ele falava a verdade. Além disso, tinha poder para curar e resolver dificuldades, seja por dor ou até fome. Ele amava, amava profundamente como nenhum outro ser podia fazê-lo. Mas, de repente, eles percebem que há algo mais profundo. Passam a questionar: Seria ele o “Messias” prometido pelos antigos? Estaria mesmo disposto a libertar o povo da tirania dos romanos? Todavia, havia algo ainda mais profundo, que eles não entendiam muito bem. Passo a passo, Jesus vai se revelando. Ele mostra um caminho bem difícil a ser percorrido. De Belém a Jerusalém. Da manjedoura à cruz. Da vida à morte. Da morte à ressurreição. Então, um novo capítulo se abre...
O evangelista narra a história da TRANSFIGURAÇÃO DE CRISTO (Marcos 9.2-8), a qual parece ser uma cena de cinema, de ficção científica. Há uma mudança na figura externa de Jesus que os surpreende. Ele se enche de LUZ. Os discípulos ficam maravilhados. Contudo, a mudança esperada deve brotar no coração deles. De dentro para fora... A visão maravilhosa precisa trazer uma luz ao interior. Eles precisam compreender melhor o papel que Jesus tem na história da salvação. Ou seja, os planos de Deus que começaram na criação e só serão concluídos na eternidade passam pelo Messias chamado Jesus, que está diante deles. Ouçam o que diz o Evangelho...
JESUS TOMOU CONSIGO PEDRO, TIAGO E JOÃO E OS LEVOU AO MONTE, ONDE FICARAM A SÓS. ALI JESUS FOI TRANSFIGURADO DIANTE DELES. AS ROUPAS SE TORNARAM BRANCAS E RESPLANDECENTES, COMO NINGUÉM SERIA CAPAZ DE BRANQUEÁ-LAS. APARECERAM DIANTE DELES ELIAS E MOISÉS, QUE CONVERSAVAM COM JESUS. ENTÃO, PEDRO DISSE A JESUS: MESTRE! É BOM ESTARMOS AQUI. VOU FAZER TRÊS TENDAS, PARA TI, MOISÉS E ELIAS. DE FATO, ELE NÃO SABIA O QUE DIZIA, POIS ESTAVAM APAVORADOS. EM SEGUIDA, APARECEU UMA NUVEM QUE OS ENVOLVEU. DELA SE OUVIU UMA VOZ QUE DISSE: EIS O MEU FILHO AMADO. OUÇAM-NO! REPENTINAMENTE, QUANDO OLHARAM AO REDOR, NÃO VIRAM MAIS NADA, A NÃO SER JESUS.
A primeira mensagem clara que o texto nos transmite diz respeito à necessidade de ter comunhão com Jesus. Ele os chama a parte para um momento de oração no alto do monte. Caso você deseje conhecer melhor quem é Deus, você precisa buscar comunhão, que pode ser dentro do quarto a sós ou na igreja com os irmãos. O estudo da Palavra, a oração e o louvor trazem fortalecimento e entendimento. Não perca as oportunidades que a comunidade lhe oferece. A maturidade na fé e a certeza de valores cristãos dia a dia serão conquistados.
A medida em que buscamos a Cristo, mais claro o Evangelho se torna em nossa caminhada. A luz que emana de Jesus não é possível para nenhum ser humano. É óbvio que ela evidencia a nossa sujeira, o pecado. Mas, não precisamos temer, pois justo para isso é que Jesus veio. Ele é o nosso Redentor. Com seu sague puro, nossas manchas são lavadas. Sim! Na eternidade, receberemos roupas novas e limpas para viver na presença do Senhor. Por ora, notamos a luz do Salvador e por ele nos deixamos guiar, sempre adiante.
Na visão, os discípulos percebem que Jesus não está só. Dentre todas as figuras ilustres do Antigo Testamento, Deus oportuniza o encontro do Messias com Moisés – aquele patriarca que recebeu a lei das mãos de Deus – e Elias, um profeta poderoso em palavras e milagres. De fato, a história da salvação continua sendo a mesma, desde a criação. As leis e as vozes proféticas desempenharam seu papel na história da humanidade. Todavia, agora o desfecho se dá na pessoa de Jesus. Ele é o Messias. Ele é o Salvador. A lei que prevalece é o amor. A voz de Deus passa a ser a voz de Cristo.
Diante da revelação, Pedro se entusiasma e diz: Está tudo muito bom. Vamos ficar aqui mesmo. Viver na glória somente. Mas, a transfiguração não é o fim. A cruz está adiante deles. O momento de adoração no alto é espetacular. Contudo, é preciso voltar à aldeia, para junto do povo. Por mais que o culto seja bom e o louvor cativante, o nosso testemunho se dá fora da igreja. O nosso louvor e gratidão ocorrem no meio do povo. Deus se revela e nos fortalece à ação, no dia a dia. Na caminhada precisamos ter muito claro o desfecho da história que se dá na pessoa de Jesus, o “Cristo”.
Então, uma voz ressoa nos céus, entrando nos ouvidos, tomando morada na mente e no coração dos discípulos, tanto lá da Galileia, como também daqueles que vivem hoje aqui. Diz a voz: Ouçam e sigam a Jesus. Ele é o caminho. Não é mais a lei. Não são mais as profecias. Não são os gurus, as filosofias, as ideologias e as religiões. É Jesus, somente ele. Por isso, sempre de novo, precisamos cair de joelhos, entendendo o chamado. Aos discípulos de outrora precisou ficar bem claro aquilo que era antes e depois de Jesus. Ele é o divisor da antiga e nova história. O espaço de Israel como povo de Deus agora é ocupado pela Igreja, aqueles que creem.
Quando Deus aponta para Jesus como o centro também traz uma mensagem bem clara aos discípulos de 2021, onde por vezes as religiões e denominações querem ocupar o lugar central que pertencem a Jesus. Algumas religiões e seitas se tornam exclusivistas, donas da salvação. Se não zelar pelo “sábado” não tem a salvação. Se não batizar adulto e falar em línguas não tem a salvação. Se não tiver prosperidade financeira não está com Deus. Outros ainda insistem em modificar ou acrescentar dizeres humanos ao Evangelho, criando textos próprios adequados ao seu jeito de falar. Cuidado! Tudo é falso. Jesus foi, é e sempre será o único caminho ao Pai (João 14.6). A ele ouvi! Assim diz o Senhor. Amém!
Em 1899 o P. George Harrison Cook foi ao colega Henry Zelley com um pedido de socorro: Deus me deu uma linda melodia, mas não consigo escrever as palavras certas para ela. Deste encontro dos dois pastores e músicos surgiu o hino “Brilho Celeste”.