Havia um pequeno povoado onde todos eram livres e felizes. Lá até os animais podiam falar. Viviam em completa harmonia. Porém, havia uma única exceção: O velho jegue. Ele zurrava e coiceava quem se aproximava. As crianças tinham muito medo dele, assim como os adultos. Em assembleia, a população decidiu expulsar aquele ser violento. Contudo, antes precisam contar com o apoio do sacerdote. O povo pediu que viesse à localidade e gentilmente ajudasse a dar um jeito no animal. O sacerdote foi até a besta com muita cautela. O jegue, de longe, zurrou e ameaçou-o. O sacerdote, com firmeza, disse que os seus dias estavam contados... O animal pulou pra trás. Como assim? Você é muito violento. Bate em tudo, em todos. Ninguém mais gosta de você. Mas, só estou fazendo o que me ensinaram. É de minha natureza. Como posso ser diferente? O sacerdote insistiu que fosse mais companheiro e bondoso. Depois do sermão, ele foi embora. O jegue, que de burro não tinha nada, se pôs a meditar. Certo tempo depois, o sacerdote voltou ao povoado e encontrou todos em festa, mui felizes. Todavia, o jegue estava todo machucado. Havia 5 meninos montados em seu lombo, os quais lhe batiam com varas. Mas, o que houve? Questionou o mestre. Pois, então... Fiz tudo o que você me pediu. Hoje sou muito bondoso... Pau pra toda obra... Não me expulsaram. Mas, olha só pra mim. Amigo Jegue! Disse o sacerdote: Ser bom é diferente de ser bobo. Desafiei-o pra não maltratar os outros. Agora, permitir que lhe abusem é bem diferente! Entendo que foi por isso que Jesus fez questão de mencionar no Grande Mandamento: Acima de tudo, ame a Deus. Em seguida, seu semelhante. Mas, sempre com o mesmo AMOR que tem por si mesmo. Leia Lucas 10.27.