Nestes meses de inverno, junho e julho, muitas Comunidades celebram, em seu calendário litúrgico, um culto de Ação de Graças, refletindo, assim, sobre o desenvolvimento prático da fé no dia-a-dia. Tudo o que fazemos a partir da fé é ação de graças. Assim, o nosso agir não é interesseiro, não espera uma recompensa, mas é gratidão a Deus por tudo o que ele já nos concedeu. É uma reação à ação de Deus em nosso favor.
Um dos textos sugeridos para a reflexão sobre este tema, encontramos no livro de Provérbios 30.5-9, onde está escrito: não me deixes mentir e não me deixes ficar nem rico, nem pobre. Dá-me somente o alimento que preciso para viver. Porque se eu tiver mais do que o necessário, poderei dizer que não preciso de ti. E, se eu ficar pobre, poderei roubar e assim envergonharei o teu nome, ó meu Deus.. Não há nada o que acrescentar a estas sábias palavras. Esta palavra é uma pregação excelente para os dias atuais.
Certamente esta palavra tem muito a dizer para o sistema vigente que incentiva o consumismo de forma inconsequente, que visa o lucro em detrimento do ser humano e de toda criação de Deus. Como poderíamos alcançar o equilíbrio entre a necessidade para uma vida digna e a ganância, o desperdício? Que bom seria se esta palavra do sábio em Provérbios fosse a oração de todas as pessoas que confessam a fé no Deus de Jesus!
Neste mundo pautado pela prática do é dando que se recebe, celebrar Ação de Graças é ir contra a correnteza. É clamar pelo equilíbrio da criação de Deus. É sonhar com a justiça e igualdade social. Enfim, é jamais se esquecer: que ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam, como disse o salmista no Salmo 24.1. Que o Espírito Santo não nos deixe esquecer desta verdade evangélica. Viva você também em ações de graça. Amém
P. Alfredo Jorge Hagsma
Paróquia Cristo Salvador - Curitiba/PR
Pastor Vice Sinodal Sínodo Paranapanema
Reside em Curitiba/PR