Dos Dez Mandamentos, os três primeiros se referem especificamente à nossa relação com Deus. Ou seja, adore unicamente a Ele, respeite seu Santo Nome e jamais se esqueça de dedicar tempo à Sua adoração. São mandamentos que apontam para Deus. Todavia, quem mais se beneficia com o cumprimento somos nós mesmos. Querendo ou não, Deus é Deus, ainda que muitos sejam ateus ou sigam deuses estranhos. O nome d’Ele sempre será santo, independente do nosso cuidado. O Dia do Descanso só traz benefício às pessoas. O esgotamento é o resultado quando não o observamos. Todos os mandamentos têm como objetivo último a RESTAURAÇÃO da nossa relação com Deus, com as demais pessoas, pessoal e com a natureza. Eles permitem saúde e vida com significado. Por isso, não adianta decorar os mandamentos sem entendimento, apenas por obrigação. Não os cumpro porque preciso. Antes, faço de coração, pois sei que eles promovem vida. No Éden, se Adão e Eva pensassem na razão de “não” comer o fruto, entenderiam que, em última análise, estavam sob os cuidados de Deus. Então, não desejariam “fugir” do alcance d’Ele, deixando-se seduzir pelo cochicho da serpente.
O EVANGELISTA MARCOS (2.23-28) APONTA AO DIÁLOGO ENTRE OS INTÉRPRETES DA LEI E O MESTRE DOS MESTRES. CERTO SÁBADO JESUS ESTAVA PASSANDO PELAS LAVOURAS. ENQUANTO CAMINHAVAM, SEUS DISCÍPULOS COMEÇARAM A COLHER ESPIGAS. OS FARISEUS LHE PERGUNTARAM: JESUS! POR QUE ELES ESTÃO FAZENDO O QUE NÃO É PERMITIDO NO SÁBADO? ELE RESPONDEU: VOCÊS NUNCA LERAM O QUE FEZ DAVI QUANDO ELE E SEUS AMIGOS ESTAVAM COM FOME? NOS DIAS DO SACERDOTE ABIATAR, DAVI ENTROU NA CASA DE DEUS E COMEU OS PÃES DA OFERTA, QUE APENAS AOS SACERDOTES ERA PERMITIDO COMER. ENTÃO, DISSE-LHES: O SÁBADO FOI FEITO POR CAUSA DO HOMEM E NÃO O HOMEM POR CAUSA DO SÁBADO. ASSIM, O FILHO DO HOMEM É SENHOR ATÉ MESMO DO SÁBADO.
O que aconteceu? Era um sábado, dia sagrado de descanso e adoração. Jesus estava na estrada acompanhado pelos seus discípulos. Passando por uma lavoura de milho, recolheu, assou e comeu algumas espigas. Os críticos já apontaram o dedo dizendo: Vejam só! Pegam o que não é deles e ainda assam e comem no sábado. Como Jesus responde ao questionamento? Não somos os primeiros a fazer isso. Davi não é o maior de todos os reis? Ele também, acompanhado pelos seus amigos, entrou na Casa de Deus, pegou os pães da oferta e os comeu. Está registrado. Vocês conhecem a história. Noutras palavras, a lei é justa. Mas, jamais deve superar o cuidado pela vida. Se a fome pode ser suprida no dia santo, que seja. Se sábado é dia de adoração, não por isso devemos passar fome. Se uma família com necessidades comer salsicha ao invés de peixe na Sexta Santa, peca ou não? Por vezes, o pecado mora do lado. Às vezes, cuidamos daquilo que comemos, esquecendo de agradecer pelo alimento. Outras, enchemos o prato demais, desperdiçando ou esquecendo de quem passa fome. Não adiantam as leis e os costumes se falta o principal, que é o AMOR.
Jesus é maluco, rebelde ou revolucionário? Jesus só pensa em incomodar os fariseus com suas palavras e atitudes? Não! Ele deseja somente que as pessoas reflitam, seja lá na Palestina, como aqui em Garuva, sobre o que afinal é Culto a Deus e quais são os valores mais puros que podemos ter. Não adianta ser religioso por mera obrigação. Não adianta apenas seguir a lei pela lei ou ter uma tradição religiosa. É preciso pensar e colocar o coração. A regra máxima que rege a vida do cristão é o amor a Deus, ao outro e a si mesmo.
No último sábado, perguntei aos adolescentes: Afinal, por que sou cristão? Por que estou na Comunidade Luterana? Meus pais, meu pastor ou minha igreja me força? Ou, quem sabe, a resposta seja: Sempre foi assim e continuará assim indefinidamente. Não! Basta. É preciso refletir e procurar entender a razão de estar aqui. Pelo Espírito, é preciso ser convencido do que é o certo. É o melhor. Por fim, dizer firme de coração: Eu quero! A mesma reflexão precisa ocorrer em relação à contribuição, assunto sempre polêmico dentro da igreja. Seja com meu tempo ou com os meus dons, seja com meus bens ou com o meu dinheiro, sou obrigado a contribuir? Alguns apenas dizem: Os antigos fizeram, por isso eu também faço. Não! Basta. É preciso entender que a Igreja pertence a Deus, que Ele me abençoa. Eu faço parte desta comunidade, que só vai adiante com a minha participação, seja física ou financeira. Quando isso acontecer, com o coração convencido e cheio de alegria, passo a fazer a minha parte de boa vontade, em gratidão pelo que Deus é e o que Ele fez, faz e ainda fará. Amém!
