PENTECOSTES
“Se habita em vocês o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, ele dará também vida a vocês, por meio do seu Espírito, que vive em vocês. Romanos 8.11
Neste domingo, nós celebramos Pentecostes. Por isso, fazemos a pergunta: Qual é o significado e a importância disso para nós? Qual é a diferença que isso faz em nossa vida? Ou será que nós só damos importância para datas religiosas depois que o comércio se apropriou delas?
Celebramos o Dia de Pentecostes! Porém, não há presentes debaixo do pinheirinho nem Papai Noel, como no Natal. Também não há ovos de chocolate e coelhinho, como na Páscoa. Não se acendem velas na coroa, como no Advento. Nem mesmo a cruz é colocada em evidência, como na Sexta-Feira Santa. O comércio ainda não se apropriou do Pentecostes, pois “línguas de fogo” e “vento impetuoso” (Atos 2) são símbolos difíceis de serem transformados em produtos de comércio e mercadorias de lucro. Parece que, sem a exposição comercial de símbolos como estes, nós temos dificuldade de perceber a importância do Pentecostes. É o preço que se paga por estarmos tão dependente da propaganda e da mídia.
Ao lado do Natal e da Páscoa, Pentecostes é a terceira grande festa cristã. Ela é tão importante quanto as outras duas porque remete à vinda do Espírito Santo = a força auxiliadora enviada por Deus para nos conduzir nos caminhos de Cristo, para nos capacitar no testemunho da fé e na prática do amor de Deus. É a força do Espírito Santo que congrega pessoas diferentes, superando seus abismos e suas diferenças, e as reúne em uma grande comunhão: a Igreja, o Povo de Deus.
Que bom que Pentecostes está livre da exploração do comércio – que continue assim! Porém, mais do que isto, é fundamental que nós – a comunidade cristã – sintamos em nossos corações e no pulsar da vida comunitária este “vento impetuoso e este fogo que arde sem consumir” (não ardeu o coração dos discípulos de Emaús quando Jesus lhes expôs a Palavra? – Lucas 24). Precisamos perceber em nossa vida comunitária o despertamento e o fortalecimento da fé por meio do Evangelho (veja explicação de Martim Lutero – 3º Artigo do Credo Apostólico, Catecismo Menor); precisamos sentir-nos animados/as e fortalecidos/as para querer reunir-nos como irmãos e irmãs; precisamos sentir-nos enviados/as para vivenciar o profundo amor reconciliador de Deus no lugar onde vivemos e atuamos, praticando a justiça, resgatando a comunhão fraterna e igualitária entre povos e pessoas. Tudo isto não é fruto do nosso esforço ou da nossa iniciativa. Tudo isto é obra do Espírito Santo!
Que façamos, pois, desta data de Pentecostes uma verdadeira e exclusiva festa da comunidade de fé, um motivo de reflexão e de alegria pela dádiva do Espírito Santo.
Pastor Sinodal Geraldo Graf