Confiem no Senhor!
Coloquem a sua esperança em Deus
Em vários textos da Bíblia, os autores usaram imagens e figuras de linguagem para comunicar a sua mensagem de forma mais fácil e compreensível. O profeta Isaías é um desses autores. Disse que viver, em alguns momentos, é como caminhar em meio a uma escuridão total, sem nenhum brilho de luz.
Quem já viveu essa experiência de andar no escuro sabe muito bem o quanto é difícil. Sem a claridade, nos deparamos com as nossas limitações e as nossas insuficiências, corremos o risco de tropeçar e cair, ficamos desorientados, desorientadas, perdidos e perdidas, perdemos muito do senso de direção. Podemos até nos sentir inseguros, inseguras e com medo. Ficamos em dúvida em relação ao que fazer.
No tempo em que Isaías atuava como profeta, como servo e porta-voz de Deus, a realidade social em que o povo vivia era de escuridão. Grande parte do povo de Israel estava vivendo exilado na Babilônia para onde havia sido deportado por causa dos pecados. Passados vários anos, o povo estava incrédulo e abatido, sentindo-se abandonado e esquecido por Deus.
Isaías procura consolar e animar o povo. Pede a todos que temem a Deus para que confiem no Senhor e coloquem a sua esperança em Deus. Segundo Isaías, não é verdade que Deus esqueceu e abandonou o seu povo. Pelo contrário, ele está vendo as suas aflições e vai intervir em seu favor fazendo uma obra maravilhosa de redenção.
Isaías está certo que o povo será liberto do exílio na Babilônia e todos vão poder retornar para a sua terra e reconstruir as suas vidas e a sua cidade que estava devastada. Esse é o futuro que os aguarda, não porque merecem, mas porque Deus os ama e é fiel à aliança que tem com o seu povo.
Essa palavra de Isaías fez diferença no coração e na vida do povo. Passado um tempo, o rei Ciro da Pérsia dominou a Babilônia e deixou o povo exilado voltar para a sua terra e recomeçar uma ‘vida nova’. O tempo de tribulação e provação teve um fim. Deus, que é luz (1Jo 1.5b), fez a sua luz brilhar e libertou o povo das trevas do império babilônico.
Com essa experiência, o povo provou o quanto é importante e vale a pena esperar e confiar em Deus e na sua redenção. O povo aprendeu que não podemos desesperar quando passamos por situações difíceis, mas sermos resilientes e crermos que, para Deus, nada é impossível (Mt 17.20 e Lc 18.27). Isso também vale para nós.
Assim como o povo de Israel, nós também estamos sujeitos e sujeitas a viver momentos de total escuridão, de passar por aflições e sofrimentos. O tempo de Advento que estamos vivendo nos lembra isso. Jesus disse: Estas cousas vos tenho dito para que tenhais paz em mim: No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo (Jo 16.33). Jesus passou por aflições e nós, mesmo sendo cristãos, também podemos passar. Pode ser uma doença grave, cirurgia, perda do emprego, dívidas, conflito no casamento e na família, acidente, roubo, morte de um ente querido...
Estamos sujeitos e sujeitas a passar por aflições de todos os tipos. O que fazer? Para onde correr e se refugiar? O profeta Isaías e também Jesus propõem que busquemos a Deus e entreguemos as nossas aflições aos seus cuidados, que confiemos e coloquemos a nossa esperança nele (Sl 37.5). Por quê? Porque Deus, que é misericordioso, nos ampara e dá segurança, nos encoraja e anima, nos ajuda a carregar e alivia os nossos fardos, nos capacita a enfrentar e superar aquilo que nos aflige e angustia (Mt 11.28 e Cl 1.13). Experimentamos isso na oração, na Palavra e na comunhão com os nossos irmãos e as nossas irmãs na fé.
Mesmo nós sendo pecadores e pecadoras, Deus é alguém que nos ama e quer bem, se importa e caminha conosco (Mt 28.20), cuida de nós e de todas as nossas necessidades e preocupações (Mt 6.25-34). Deus revelou em Jesus Cristo que é um Deus Libertador e Redentor! Isso enche o nosso coração e a nossa vida de confiança, esperança e paz. Anima a nunca perdermos a fé, a não desanimar e desistir, a não pensar que está tudo perdido e que não tem mais jeito. Como disse o apóstolo Paulo, tudo podemos naquele que nos fortalece (Fp 4.13).
Dinâmica
Tema da celebração
Confiança e esperança em Deus
Preparação
Criar um espaço que possa ser um ‘altar’ e colocar toalha roxa ou lilás, cruz, Bíblia aberta e três velas. Acolher as pessoas com músicas de Natal. Se for noite, deixar só com luz de velas e entregar uma vela não acesa para cada participante. Antes da oração final, cada pessoa vai até o altar e acende a sua vela.
Acolhida
Graça e paz. Que bom que você veio! Conforme o calendário litúrgico, estamos no Advento. A cor usada dos paramentos simboliza dor, sofrimento, provação. Advento é tempo para refletirmos sobre essa realidade que faz parte do mundo e da vida e oportunidade para firmarmos a nossa fé e esperança em Deus, que veio ao mundo em Cristo. Sejam bem-vindas e bem-vindos a esse encontro.
Saudação
Saúdo a cada uma e cada um com a palavra do Salmo 27.1: O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?
Invocação do Trino Deus
Enquanto acendemos as velas no altar, convido para invocarmos a presença de Deus entre nós com o hino Elevo os meus olhos para os montes (LC 131).
Oração
Deus da Luz, agradecemos por estarmos juntos e celebrarmos esse tempo de Advento e Natal. Pedimos que ilumines as nossas vidas e este encontro com a tua luz e faze-a brilhar entre nós. Renova em nós a confiança e a esperança em ti. Em nome de Jesus, amém.
Dinâmica
Convidar as pessoas para compartilhar experiências em que existencialmente experimentaram ‘escuridão total’.
Canto
Caminhamos pela luz de Deus (LCI 305)
Leitura compartilhada
Estudo do texto bíblico e, na sequência, perguntar o que chamou atenção no texto e gostariam de destacar. Qual é a mensagem que levam para casa?
Leitura bíblica
Disse Jesus: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida (Jo 8.12).
Oração
Cada pessoa acende a sua vela no altar. Perguntar sobre pedidos de oração.
Bênção cantada
Que a luz de Cristo brilhe (LC 285)
Envio
(Com base na Palavra de Mateus 5.14a e16).
Vamos em paz e sirvamos a Deus com alegria (as pessoas levam as velas para casa).
P. Eldo Krüger | Ministro na Paróquia de Rio Claro/SP