Para o mundo ocidental, a mensagem de Jesus Cristo tem importância fundamental. Grande parte de nossos costumes religiosos e sociais tem como base os ensinamentos dos evangelhos. Ao longo dos séculos a Igreja Católica foi a base moral que regia a sociedade mas, infelizmente, algumas práticas contrárias ao que pregava o cristianismo contaminaram sua estrutura. A venda de indulgências foi a gota d’água que levou o monge Martim Lutero a afixar as suas 95 teses à porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, na Alemanha, em 31 de outubro de 1517. Esta atitude fez revigorar a fé em vários países e o próprio catolicismo se adequou aos novos tempos, evitando os abusos mais gritantes.
Hoje, o mundo se ressente da falta de critérios básicos que indiquem um caminho seguro para o ser humano. Alguns buscam um hedonismo desenfreado, outros colocam o consumismo como principal objetivo de vida e há aqueles que acham que a única saída está nas drogas. Mas nenhum destes caminhos consegue preencher o vazio existencial que vai tomando conta das pessoas, fazendo com que a violência aumente e a ética se distancie das pessoas. Daí a necessidade de retomar muitas verdades ditas por Lutero há quase 500 anos.
Para lembrar o 31 de outubro propus, na Assembléia Legislativa, a lei estadual, sancionada esta semana pelo governador, que coloca o Dia da Reforma no calendário cívico cultural de Santa Catarina. Somos o Estado onde os luteranos tem maior presença no Brasil e os catarinenses tem obrigação de conhecer mais a fundo este momento importante da humanidade.
A Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Joinville é uma das mais bem estruturadas do Brasil, composta por 13 paróquias e com aproximadamente 25 mil membros. Além da parte espiritual, desenvolve importantes serviços de apoio à comunidade. Este trabalho envolve desde crianças (Projeto Missão Criança), jovens e adolescentes (através do Colégio Bom Jesus e Ielusc), idosos (atendimento no ancionato Bethesda) e doentes (Hospital Dona Helena. Portanto, o trabalho iniciado por Lutero deu bons frutos que estão espalhados pelo mundo todo.
Acredito nas palavras do pastor Gottfried Brakemeier, ex-presidente da Federação Luterana Mundial, de que o Dia da Reforma é um dia ecumênico, porque qualquer Igreja que resiste à reforma, estagna e coloca em risco sua qualidade evangélica. Ele também acrescenta que a “reforma” é uma necessidade global: “Há fenômenos angustiantes exigindo uma radical mudança de rumo. Sem incisivas reformas na economia, na política, na mentalidade da era dita pós-moderna está ameaçado o futuro da humanidade”.
Darci de Matos
Deputado Estadual
fonte: jornal Notícias do Dia de 3-11-2009
