Você já ouviu de algum amigo, ou até de um desconhecido, alguma das seguintes pergunta:
- O que é ser Luterano?
- Porque vocês comemoram o dia da Reforma?
- O que é Reforma Luterana?
Para facilitar a resposta e até relembrar conceitos que muitos de nós estudamos no período de Ensino Confirmatório, estaremos iniciando com esta edição uma série que terá como objetivo apresentar textos de documentos que formam a base de nossa IGREJA EVANGÉLICA LUTERANA.
Esta primeira série será dividida em 10 partes e tem como objetivo apresentar as 95 teses que o Dr Martin Lutero fixou na porta da igreja de Wittemberg na Alemanha em 31 de Outubro de 1517, data esta que marca a Reforma Luterana, que comemoramos até hoje. Muitos ainda vão se lembrar que este dia era considerado um feriado luterano em algumas cidades do Brasil.
Queremos com a publicação destes temas, apresentar a todos os leitores do JL, que de alguma forma já ouviram falar das 95 teses de Lutero o conteúdo das mesmas, nesta primeira etapa estaremos apresentando a introdução e as teses de 1 a 9.
“Debate para o Esclarecimento do valor das indulgências pelo Doutor Martinho Lutero.
31 de outubro de 1517
Por amor à verdade e no empenho de elucidá-la, discutir-se-á o seguinte em Wittemberg, sob a presidência do Reverendo Padre Martinho Lutero, mestre de Artes e de Santa Teologia e professor catedrático desta última, naquela localidade. Por esta razão, ele solicita que os que não puderem estar presentes e debater conosco oralmente o façam por escrito.
Em nome do Senhor Jesus Cristo. Amém.
1. Ao dizer “Fazei penitência”, etc. (Mt 4.17), o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência.
2. Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental, isto é da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes.
3. No entanto, ela se refere apenas a uma penitência interior; sim, a penitência interior seria nula, se, externamente, não produzisse toda sorte de mortificação da carne.
4. Por conseqüência, apena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo ( isto é a verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos céus.
5. O Papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daqueles que impôs por decisão própria ou dos cânones.
6. O Papa não pode remitir culpa alguma senão declarando e confirmando que ela foi perdoada por Deus, ou sem dúvida, remitindo-a nos casos reservados para si; se estes forem desprezados, a culpa permanecerá por inteiro.
7. Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-la, em tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário.
8. Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos cânones, nada deve ser imposto aos moribundos.
9. Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.”
Segue na próxima edição, onde estaremos apresentado as tese de número 10 à 18, que Deus nos abençoe até a próxima edição.
Renato Ganske
Par. São Mateus