É inegável que a pressa perpassa o nosso fazer cotidiano. A comunicação, mais e mais, exige tempo real. Esperam-se respostas imediatas sobre uma variedade cada vez maior de situações. Requer-se que as organizações, entre as quais a própria Igreja, fiquem disponíveis 24 horas ao dia e sempre com pessoal capacitado, pronto para atender. A quantidade de dados disponíveis cresce exponencialmente.
Também na IECLB se tem pressa e essa pressa atropela instâncias organizadas pa ra uma medida de tempo diferente. Como dar conta dessa expectativa com uma infraestrutura não preparada para responder em tempo real? Deveríamos estar buscando novas possibilidades para, ao menos, acompanhar essa demanda e não continuar tentando mudar a realidade.
Qualidade, agilidade, transparência e confiabilidade. Essa é a nova demanda em termos de conteúdo. A proclamação do Evangelho também passa por esse novo crivo. A pregação exige maior qualidade, mais preparação e melhor alinhamento com o público interno e externo. Processos exigem transparência em todo o seu desenvolvimento e de parte de todos envolvidos. A falta de transparência é, hoje, base de análise das dificuldades e lacunas. Portanto, não se trata apenas de falta de comunicação. A atualidade exige atitude ética e transparente.
O discurso institucional precisa ser confiável para adquirir credibilidade. A história não pode mais ser usada como único crédito. Hoje, é necessária uma comunicação pautada em atitudes éticas e na transparência, para conferir confiabilidade ao seu conteúdo.
As pessoas não necessariamente se comunicam quando conectadas, também quando fisicamente presentes. Temos reuniões e encontros com pessoas cada vez mais on-line e, presencialmente, off-line. Como estabelecer conexão, como captar a atenção? Essa é uma das questões com que até as grandes agências de comunicação se veem desafiadas.
Na Igreja de Jesus Cristo, com o mandato de ir a todos os quadrantes desse planeta para pregar a Boa Nova, como se estabelecem boas conexões? Essa questão deveria ocupar boa parte das nossas conversas.
Quem se conecta assume um grau de controle sobre a informação como nunca antes visto. O membro provavelmente já pesquisou sobre determinada passagem bíblica antes mesmo de o culto ou do estudo bíblico começar.
Como detentora da informação, a pessoa busca o diálogo, quer explicações e, ao mesmo tempo, manifesta a sua opinião. Com isso, exige-se cada vez mais de especialistas e de lideranças uma atitude aberta ao diálogo e uma segurança das convicções.
A Igreja não é mais a única fonte de respostas sobre as questões da espiritualidade e o monólogo perde espaço. Como Igreja, temos o melhor conteúdo a veicular. Como sair do monólogo e abrir-se para o diálogo, mantendo a qualidade do conteúdo, conseguindo comunicar esse conteúdo em linguagem compreensível? Proclamar a Boa Nova faz de nós uma organização que, junto com as demais Igrejas cristãs, precisa cuidar, e muito bem, de um conteúdo mais que atual. Buscam-se novos referenciais, uma nova humanidade e um cuidado maior com o meio ambiente.
Não é por nada que o Portal Luteranos incluiu as mídias sociais nas suas páginas. A IECLB se abre ao diálogo em todas as suas instâncias e sobre todo o conteúdo transmitido.
fonte: Relatório da Presidência ao Concílio de 2012
