Comunicação


ID: 2771

Como fortalecer nossas relações afetivas?

07/10/2018

Gênesis 2.18-24
Marcos 10.2-10

Prezada Comunidade

Estimados Rádio-Ouvintes da Rádioweb LuteranosUAI:

De onde vem o amor, que é tão forte como a morte? Como explicar a mútua atração entre os sexos? Como fortalecer as nossas relações afetivas?

Vamos ler juntos o texto de Gênesia 2.18-24:

A - Ler o versículo 18
Depois o SENHOR disse:
- Não é bom que o homem viva sozinho. Vou fazer para ele alguém que o ajude como se fosse a sua outra metade.


Não tem pessoa que esteja sozinha nesse mundo. Cada panela tem a sua tampa. Hoje em dia até as frigideiras tem a sua tampa. Por isso, cada pessoa dever ter um companheiro(a) que lhe fortalece, que lhe protege, que lhe complementa, que lhe ama. O que é importante para escolher uma pessoa como companheiro(a) de sua vida? Que seja o(a) mais bonito? O mais inteligente? Que seja alguém que tenha muito dinheiro? Não. O importante é escolher alguém que te possa acompanhar na jornada. Alguém com quem você se identifica, alguém que te possa fortalecer, proteger, complementar, amar.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, de 1984 a 2016, enquanto a população brasileira cresceu 70%, os casamentos avançaram 17%, mas os divórcios aumentaram 269%. No Brasil são registradas por dia, em média, 582 dissoluções de casamentos. Minas Gerais está dentro desses números.

Mas além disso, Minas Gerais é também o vice-líder nacional no ranking de uniões homo-afetivas estáveis. É cada vez mais comum que pessoas do mesmo sexo decidam formalizar sua união afetiva. Lamentavelmente nossa igreja ainda não autoriza a celebração de uniões homo-afetivas. Mas o que podemos ver é que a convivência de pessoas homo-afetivas buscam a mesma coisa que desejam as pessoas hetero-afetiva, ou seja – procuram alguém que lhes possa fortalecer, proteger, complementar, amar.

B – Ler versículos 19-20
Depois que o SENHOR Deus formou da terra todos os animais selvagens e todas as aves, ele os levou até o homem para que pusesse nomes neles. E eles ficaram com o nome que o  homem lhes deu. Ele pôs nomes nas aves e em todos os animais domésticos e selvagens. Mas para Adão não se achava uma ajudadora que fosse como sua outra metade.


Deus havia criado todas as coisas e depois de cada criação ELE VIU QUE ERA BOM. Mas depois de criar o homem, Deus pela primeira viu que NÃO ERA BOM. Não era bom que o homem estivesse só. O homem precisava de uma companhia. Inicialmente Deus pensou que os animais pudessem ser essa companhia. E os animais podem ser excelentes companhias. O fato de dar nome a um animal revela proximidade. Animais ajudam, mas não complementam.

Hoje temos mais animais de estimação do que crianças nos lares brasileiros. Em 2017, 46% dos 65 milhões de domicílios possuiam pelo menos um cachorro e 19% ao menos um gato, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em cidades de grande porte, para cada cinco habitantes há um cachorro. Destes, 10% estão abandonados. Entre os motivos para abandonar o animal de estimação estão: É destrutivo dentro de casa, suja a casa, é ativo demais, requer muita atenção, é desobediente ou porque cresceu e deixou de ser filhote. 

No Antigo Testamento o divórcio era semelhante a um abandono. A mulher não tinha direito a nada. Tudo era propriedade do homem. Ela podia levar consigo apenas o que tivesse sobre o corpo. Por isso, a posse de joias e roupas caras era muito importante para a mulher. Era sua única garantia em caso de divórcio. Era a única coisa que ela podia levar consigo. Portanto, quando Jesus fala do divórcio, ele fala desse tipo de abandono. Jesus é contra todo tipo de vida indigna, seja dentro ou fora do casamento.

C – Ler versículo 21
Então o SENHOR Deus fez com que o homem caisse num sono profundo. Enquanto ele dormia, Deus tirou uma das costelas e fechou a carne naquele lugar

Ouvimos que a mulher é feita da mesma natureza do homem. Homem e mulher se completam juntos. Por isso são chamados a se entenderem e reconhecerem sua semelhança. O fato de haver tirado uma costela do homem revela o desejo de Deus que haja parceria e companheirismo na relação entre homem e mulher, não dominação.

D – Ler versículos 22-24
Desta costela o SENHOR formou a mulher e levou ao homem. Então o homem disse:
- Agora sim!
Esta é carne da minha carne e osso dos meus ossos. Ela será chamada de Mulher porque Deus a tirou do homem.
ë por isso que o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher e os dois se tornam uma só pessoa
.

Ainda hoje, nos casamentos, é comum que o pai – e a mãe -  levem a filha até o altar. Com esse gesto, pai e mãe reconhecem que o amor é mais forte que a vinculação carnal com os pais. Na ligua hebraica e inglesa isso se expressa de forma bastante clara. Homem e mulher se complementam: ISH – ISHA ou MAN – WOMAN

Portanto, esse texto do livro de Gênesis enfatiza a convivência.
Diferente de outros textos da Biblia, que enfatizam que o objetivo do casamento é ter filhos, esse texto de Gênesis diz que o objetivo da união entre duas pessoas é que elas sejam felizes um com o outro. E saber CONVIVER com alguém é um aprendizado. A pessoa solitária (não solteira) é uma pessoa incompleta. Porque a felicidade, o bem-estar do ser humano implica em doar-se, em fazer o bem para alguém. Por isso, conviver significa ter o desejo de fazer a outra pessoa feliz. Conviver com alguém significa estar com alguém que te possa fortalecer, proteger, complementar, amar. Esses também são os temas a resgatar sempre de novo em qualquer relação afetiva.

As relações de convivência entram em conflito quando esses temas deixam de ser prioridade em nossas relações. Por isso, os diálogos com casais em conflito devem considerar essa pergunta se eles estão dispostos a regatar juntos esses temas?  Se você tiver alguém que esteja disposto a se esforçar para resgatar esses temas, alguém que deseja continuar te fortalecendo, te protegendo, te complementando e te amando, então vale a pena continuar apostando nessa convivência.

Portanto, levemos essa palavra em nossos corações. Se você está disposto(a) a formalizar uma relação afetiva com alguém, ou se você estiver disposto a fortalecer (ou resgatar) sua relação afetiva, precisas saber que mais do que esperar grandes colheitas e resultados, é preciso sempore estar dispost@ a semear. No terreno da convivência tod@s nós somos semeadores(as). Ninguém pode fugir da responsabilidade de semear. Por isso, nunca digas que o solo é áspero, que não chove frequentemente, que o sol queima, ou que a semente não serve. Não é tua função julgar a terra, o tempo e as condições, tua missão é semear.

A semente é abundante! Um pensamento, um sorriso, uma promessa de alento, um aperto de mão, um conselho, um pouco d´água são sementes que germinam facilmente. Não semeies, porém, de qualquer jeito como quem cumpre uma missão desagradável! Semeia com interesse, com amor, com atenção, como quem encontra nisso o sentido da vida!

E ao semear, não penses: Quanto receberei? Quanto demorará a colheita? Recorda que não semeias para enriquecer, aguardando o ganho multiplicado; semeias porque podes servir a Deus sem servir aos demais!

Semeia! Para conviver, precisas estar dispost@ a semear e a tua semente não cairá no vazio. Sem esperar recompensa, receberás recompensa; sem esperar riquezas, enriquecerás; sem pensar em colheita, teus bens se multiplicarão. E tudo porque semeias num Reino onde dar é receber, onde perder a vida é encontrá-la, onde gastar-se servindo é aumentar. Semeia sempre, em todo o terreno, em todo o tempo, a boa semente com amor, com interesse, como se estivesses semeando o teu próprio coração.

Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus nosso Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam com cada um(a) de nós. Amém.
 


Autor(a): Nilton Giese
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Belo Horizonte (MG)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Área: Comunicação / Nível: Comunicação - Programas de Rádio
Testamento: Antigo / Livro: Gênesis / Capitulo: 2 / Versículo Inicial: 18 / Versículo Final: 24
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 49222
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