Encontro IV - Lucas 19.1-10
A) Intenção
Na Santa Ceia, através do pão e do vinho, Cristo partilha seu amor conosco - amor incondicional que esteve à mercê do ódio de seus inimigos sem revidar. Na Santa Ceia, Cristo também transmite o amor do Pai - este Pai de amor que apesar de não obrigar ninguém a permanecer na casa paterna, aguarda com coração saudoso o retorno ao lar de cada filho e filha “perdidos”.
Quando retornamos, ele nos recebe de braços abertos, sem acusar ou repreender. Ele nos dá as boas-vindas e nos acolhe com alegria em sua comunhão.
A Santa Ceia é a festa da reconciliação com Deus. Ela presenteia força, disposição e energia para retornar e nos capacita ao discipulado. Por isso, pecadores podem retornar dos desvios de seu distanciamento de Deus, confessar sua culpa e iniciar uma nova vida.
B) Textos
Lucas 19.1-10 - Zaqueu
C) Outros auxílios
Manual do Culto Infantil - 1986 . página 176
Crescendo com Jesus - Volume III - 22º Encontro
D) Preparo
Material necessário:
1. Mesa / se possível baixa
2. Toalha branca
3. Vela branca
4. Saco de tecido
5. Moedas de chocolate = recomendável: quatro moedas para cada criança
6. Retroprojetor
Disponha as cadeiras em círculo ao redor da mesa.
1. Preparados estão uma mesa de centro pequena, toalha branca e velas. Para a encena ção está à disposição um saco com moedas de chocolate. A quantidade recomendável é a de quatro moedas por criança. Encontramos estas moedas produzidas pela Pan - Produtos Alimentícios S.A. (Rua Maranhão, 835 . São Caetano do Sul/SP).
2. Convém ler o texto com antecedência, providenciar o material necessário para o encontro e combinar com outros dois orientadores a encenação da história / se possível com a caracterização dos personagens.
3. Lembre-se: não deixe de organizar o encontro com antecedência . Saudação / Invocação / Oração / Cantos / História bíblica / Atividade / Etc.
E) Transcurso
1. As crianças estão sentadas em círculo, em redor da mesa decorada com a toalha branca e com duas velas acesas.
2. A/o dirigente introduz o diálogo: “Imaginem: vocês têm aniversário e querem fazer uma bonita festa. Quem vocês iriam querer convidar?” (Deixar um espaço de tempo).
“E quem vocês não iriam convidar para festa?” (Deixar um espaço de tempo).
A Bíblia conta a história de um homem que ninguém queria convidar. A maioria das pessoas não gostava dele. Quando o viam chegando, davam meia-volta ou atravessavam a rua.
Este comportamento tinha seus motivos. Este homem costumava enganar os outros em seu trabalho de recolher os impostos - ele sempre recolhia mais do que era justo e embolsava o resto. Não era de se admirar que ninguém quisesse sentar com ele em uma mesa e festejar.
Um certo dia, porém, aconteceu algo incrível. Uma pessoa estranha veio para aquela cidade. E ele agiu completamente diferente do que as pessoas do lugar. Ele falou com este homem e até sentou junto com ele na mesa. Quem era este homem de quem ninguém gostava? E quem era este estranho?
(Deixar espaço de tempo e reconstruir a história de Zaqueu a partir das contribuições das crianças. Para a composição da cena, projetar a transparência “preparo das criançasfig-Zaqueu”).
Vamos imaginar: Um dia, depois deste acontecimento (Lucas 19.1-10), Zaqueu encontra na rua um outro cobrador de impostos, amigo seu. Cumprimentam-se e logo começam a conversar:
(Dois/duas orientadores/as do culto infantil encenam/lêem o diálogo entre Zaqueu e seu colega. .Z.=Zaqueu; .C.=colega).
C: Olá, Zaqueu! Você parece estar com pressa!
Z: Sim, eu tenho que fazer mais algumas visitas hoje (mostra o saco com as moedas). Eu não tenho tempo agora.
C: Mas para um velho colega você deve ter alguns minutos de tempo, ou? O que está acontecendo com você? A cidade toda está falando de você e do profeta de Nazaré. Eu ainda não acredito que ele realmente visitou justamente você, o chefe dos cobradores de impostos de Jericó!
Z: Está bem, vou contar a história. Mas só porque é você. Eu realmente não tenho tempo.
(Coloca o saco com as moedas em cima da mesa de centro).
Lá na coletoria de impostos, ouço o que as pessoas dizem. Muitas vezes ouvi as pessoas falando com muito entusiasmo deste mestre e profeta, Jesus de Nazaré.
C: Pois é! As pessoas correm atrás dele como se fosse uma estrela de cinema.
Z: Sim, mas ele não é como estes outros que só querem fama e dinheiro. Ele realmente se interessa pelas pessoas. Sabe, ouvi falar tão bem dele que fiquei muito curioso. Ontem cedo, ouvi dizer que Jesus viria visitar Jericó. Aí eu disse para mim mesmo: É agora ou nunca! Vou ter que conhecer Jesus. Mas não foi nada fácil. A rua estava repleta de pessoas. E ninguém me dava vez - as pessoas não são nada simpáticas com os cobradores de impostos - você deve saber como é!
C: É - e como sei!
Z: Pois é, eu não conseguia passar e estava achando que não seria desta vez que encontraria Jesus. Então tive uma grande idéia. Saí de perto da multidão e subi numa árvore, na beira da rua. Eu pensei o seguinte: “Lá de cima vou poder ver tudo - e as folhas da árvore ainda vão me esconder - ninguém vai me ver.” E assim foi.
C: Mas como aconteceu que o profeta de Nazaré acabou indo visitar você em casa?
Z: Pois aí aconteceu a grande surpresa. Ninguém tinha me visto trepado lá na árvore. Eu estava bem escondido. Mas ele, Jesus, me viu. Quando ele passou pela árvore onde eu estava, ele parou e olhou para cima. Eu queria ter sumido naquele momento - imagine, todas as pessoas olhando para você. Eu suei frio e pensei: “O que ele vai querer de mim? Será que ele vai me xingar na frente de todo mundo?” Mas, de repente, ele falou: “Zaqueu, desça depressa, eu hoje quero visitar você.”
C: Ele disse isso mesmo?
Z: Sim, exatamente assim. Primeiro, eu não conseguia acreditar. Pensei: “Zaqueu, você não está ouvindo direito. Este profeta de Deus quer visitar justamente você? Isto não pode ser verdade.” Mas, então, eu desci da árvore o mais rápido que pude. E - de verdade! - sem dizer mais nada, Jesus veio comigo para minha casa. Eu ainda vejo as pessoas abrindo caminho para nós - não acreditavam no que estava acontecendo. Eu mesmo achava que estava sonhando. Mas não foi sonho, foi tudo real!
C: E Jesus foi mesmo para sua casa? Ele não é um profeta de Deus, uma pessoa religiosa? Como foi que ele entrou na casa de um cobrador de impostos, considerado por todos como um grande pecador?
Z: Ele não só foi até a minha casa, mas ficou comigo um tempão. Ele realmente tomou tempo para ficar comigo e ser o meu hóspede. Quando percebi que a visita era para valer, chamei todos meus empregados e mandei preparar um super almoço de festa.
C: E então, o que aconteceu?
Z: Então aconteceu o que eu jamais poderia imaginar. Este profeta de Deus realmente sentou à minha mesa com todos os seus discípulos. Imagine: na mesa do chefe dos cobradores de impostos de Jericó! E eu sentia um tremendo frio na espinha - é que Jesus ainda não tinha dito por que ele veio me visitar. Eu pensei: “Daqui a pouco ele vai me dar uma tremenda bronca e vai falar para todos que levo uma vida errada. E vai me obrigar a mudar minha vida e cumprir os mandamentos e outras coisas mais.”
C: Puxa, isto deve ter sido emocionante - e quando afinal ele deu a bronca em você?
Z: Quer você acredite ou não . ele não disse nada. Ele não me deu bronca nenhuma. Nenhuma crítica, nenhuma reprimenda, nada. Ele não falou muito, é verdade. Nós comemos e bebemos. Quando ele passava os alimentos e me servia bebida, eu sentia, toda vez, que ele gostava de mim para valer. Acho que nunca experimentei uma amizade assim. Até pareceu que eu era hóspede de Jesus e eu estava de visita. Parecia que ele estava me servindo.
C: Continue contando, continue contando! Isto está cada vez mais emocionante!
Z: Eu comecei a pensar: “Por que ele age assim? Você nem merece que ele trate você desta forma.” Aos poucos minha inquietação começou a desaparecer e eu me disse: “Zaqueu - você não está sonhando. É tudo verdade. Este profeta de Nazaré não quer acusar ou humilhar você pelos pecados que você cometeu. Ele está tratando você como se você fosse a mais amável de todas as criaturas.” Sabe, não gosto muito de usar esta palavra, mas não tenho outra melhor para descrever a atitude de Jesus: foi amor! Foi amor que eu senti. Nunca antes tinha sentido um amor incondicional assim. Foi realmente um almoço inesquecível.
C: Aos poucos estou ficando com inveja. Bem que eu gostaria de ter participado deste almoço.
Z: E, de repente, fui tomado por um sentimento muito profundo. Era como uma saudade. A saudade por uma outra vida, uma vida melhor. Não uma vida onde só conta o dinheiro, os bens e cada vez mais dinheiro. Eu senti que queria deixar esta forma de viver que estava levando há anos.
Então tomei uma decisão. Eu levantei e disse para Jesus: “Senhor, eu prometo que vou dar a metade dos meus bens aos pobres. E se enganei alguém, vou restituir quatro vezes mais.”
C: Eu não acredito! Justamente você - o nosso chefe. Você prometeu isso? E o que Jesus disse?
Z: Ele disse algo que ninguém tinha me dito antes - foram as palavras mais belas que já ouvi em toda minha vida: “Hoje, você e toda sua família encontraram a salvação. Apesar de tudo, você é filho de Abraão. Eu vim para buscar e salvar o que estava perdido.“ Realmente, ontem foi o dia mais feliz de minha vida!
C: Aos poucos eu começo a compreender que a festa de ontem foi muito especial. Agora também sei por que você está andando com este saco de moedas e fazendo visitas. Eu não quero atrasar você. Nos vemos amanhã. Tchau!
Z: Realmente, ainda tenho muito para fazer hoje. Tchau!
(Ele retoma o saco de moedas e sai do centro).
O/a dirigente resume a história: “Assim também é com a Santa Ceia. Jesus prometeu estar e festejar conosco. Quando partimos o pão e bebemos o vinho, ele nos abençoa. Através do vinho e do pão, ele nos dá sua força. Ele quer festejar com todos e todas - com aqueles que estão bem e felizes e também com aqueles que estão tristes e doentes. Também com aqueles que estão se sentindo mal porque cometeram injustiças e pecados. Quando, por
exemplo, magoamos ou machucamos alguém, Jesus quer nos dar seu perdão.
Talvez vamos experimentar o mesmo que Zaqueu. Sentimos como Jesus nos presenteia seu amor e sua amizade na Santa Ceia. Sentimos como isto nos faz bem.
E se fizemos o mal para alguém, talvez estejamos arrependidos e tristes. E desejamos reparar o nosso erro. Zaqueu fez isto. O que ele experimentou com Jesus fez com que ele devolvesse quatro vezes mais aquilo que ele tinha tirado injustamente das pessoas. Como lembrança deste gesto, nosso Zaqueu vai dar a cada um de vocês quatro moedas de chocolate.”
(O/a colaborador/a que representou Zaqueu distribui as moedas entre as crianças).
“O que aconteceu na casa de Zaqueu foi algo especial. A visita de Jesus fez de Zaqueu uma nova pessoa. Ele realmente ‘nasceu de novo’.”
4. Segue, como de costume, canto, Pai-Nosso e bênção, encerrando o encontro.