A origem da comunidade da IECLB em Taquara (RS) se funde com o início da colonização na região, em 1846, com a chegada dos alemães trazidos por Tristão Monteiro. O primeiro registro oficial é de 26 de julho de 1854 (quatro batismos), sendo esta a data adotada como marco histórico do início da comunidade.
Em outubro de 1915, foi fundada a Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (OASE – “Frauenhilfe”, em alemão), por iniciativa do pastor Ernesto Schlieper e sua esposa Helene. É um movimento de mulheres surgido na Alemanha no século XIX. No Brasil, o primeiro grupo foi fundado em Rio Claro (SP), em 1899. O lema de todos os grupos Brasil afora é: Comunhão, Testemunho e Serviço. Em Taquara, surgiu com o nome de: Sociedade das Senhoras de Taquara do Mundo Novo (“Frauenverein”).
No cenário mundial, estava acontecendo a 1ª Guerra Mundial (1914-1918). Devido a isso, a OASE teve que paralisar suas atividades até 1920. Não há mais registro escrito dos primeiros anos, apenas um livro de atas de 1920 a 1940, em alemão, onde a primeira relata o início das atividades, em outubro de 1915 (sem precisar o dia). Muito material foi destruído, especialmente durante a 2ª Guerra Mundial, devido aos escritos serem em alemão.
O objetivo imediato da OASE foi ajudar na manutenção da comunidade, contribuir com melhorias na igreja (inaugurada em 1874) e auxiliar pessoas doentes. Em 1927, a OASE resolveu construir uma escola (“Schulhaus”), inaugurada em 26 de fevereiro de 1928. Recomeçava, assim, a “Deutsche Evangelische Gemeinde Schule” (Escola da Comunidade Evangélica Alemã). A OASE era responsável pela manutenção da escola, que também funcionava como Casa da OASE. Localizava-se onde hoje é o ginásio do Dorothea. Temos notícias de escola evangélica em Taquara já antes de 1873.
Em 18 de outubro de 1931, Dorothea Schäfke, esposa do pastor Schäfke, iniciou um jardim de infância na antiga casa pastoral. Este foi crescendo e precisando de mais espaços. A OASE assumiu a responsabilidade pela manutenção e pagamento dos professores. Em 1964, a OASE deu o nome da fundadora à escola, que hoje é o CSEM Dorothea Schäfke. No final da década de 60, a responsabilidade da escola passou para a comunidade evangélica. Terminavam, assim, mais de 40 anos de dedicação direta da OASE para a educação.
Vale lembrar que, em 1935, foi construída a atual Igreja da Paz. A OASE, incansavelmente, fazia promoções para arrecadar fundos para a construção da mesma. Na época, Dorothea era presidente do grupo.
Em 1973, a comunidade comprou o hospital Sagrada Família e o transformou em lar de idosos. A OASE também colaborou com seus serviços voluntários. Por isso, o nome “Lar OASE”, em homenagem ao grupo de mulheres.
A OASE continua em sua caminhada, reunindo-se a cada semana para estudos bíblicos, confraternizações, realização de visitas a doentes, escolas e lares e promoção para arrecadar fundos, que sempre têm algum destino para fora de suas paredes, no auxílio para quem precisar.
Para comemorar estes 100 anos de jornada, o grupo reuniu-se no sábado, dia 3 de outubro, na Igreja da Paz, para um culto festivo, oficiado pelo pastor local, Valmor Haag, pelo pastor 2º vice-presidente da IECLB, Inácio Lemke, e pela pastora sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho, Tânia Cristina Weimer.
Contamos com a presença de várias pessoas convidadas, entre elas a presidente da Associação Nacional da OASE, Rejane Hagemann, representantes da OASE Sinodal e vários grupos de outras comunidades. As ex-presidentes foram homenageadas e se fez uma retrospectiva histórica de toda esta caminhada. Para encerrar, foi servido um chá de confraternização nas dependências da comunidade, ginásio do Dorothea.
Resta-nos agradecer a Deus, que nos acompanhou durante estes 100 anos, e também às pessoas que Ele usou como instrumentos para a Comunhão, o Testemunho e o Serviço.
Texto: Elaine Miriam Haag / Foto: Foto de Fato