Entra na cidade montado num jumento, sem sons de trombeta ou anúncios estrondosos, ele vem de mansinho, pede para seus companheiros de caminhada preparem sua chegada à capital de Israel.

Ele entra na cidade! Por algumas pessoas é aclamado, saudado, amado, por outras é questionado, julgado, traído. Domingo de Ramos lembra a chegada do Messias à Jerusalém, daquele que é bendito, pois vem em nome de Deus para cumprir a sua missão.

Quem, afinal, é este que vem? Muitas pessoas se perguntam, outras têm certeza: Ele é o Messias, aquele que salva e liberta, que propõe o caminho do poder do amor, não mais do amor ao poder.

Este que vem é de fato o Messias? Questionam algumas outras pessoas, que decepcionadas não crêem, não podem acreditar na simplicidade, na singeleza, na força de seu amor. Esperavam mais, queriam o impressionismo da força e do poder. Sim, como nos afirma a canção: “Eles queriam um grande rei que fosse forte e dominador, e por isso não creram nele e mataram o Salvador.”

Para muitas pessoas não era e ainda não é possível apostar num Messias que tinha como forma de agir a simplicidade, que acolhia humildes e conversava com gente simples, que transformava opressores, que deixou o amor pulsar e fluir até o fim.

Através de seus gestos e de sua presença amorosa, “...quantos surdos que escutaram, quantos cegos que enxergaram, e quantos coxos que andaram... Só eles não enxergaram. Quantas pessoas de má vida se converteram e acreditaram no que viram e ouviram... Só eles o rejeitaram!”

Domingo de Ramos lembra que há entre nós aqueles/as que agem como parte da multidão e dos poderosos da época de Jesus. Ainda há quem não entenda a proposta do Messias, ainda há quem questione e duvide de seus atos, ainda há quem rejeite a forma simples, amorosa e acolhedora de Jesus agir. Há quem teime em não deixar Deus ser Deus. Há quem queira um Deus aos seus moldes, à sua forma, que cumpra seus desejos e demonstre o poder a todo custo. Sim, muitas pessoas ainda preferem a força do poder que impressiona, o discurso imponente que cala outras vozes, a competição que exclui e classifica, as aparências que enganam, o gesto que oprime e fere! Tudo porque ainda custa apostar na força do amor, da simplicidade, da humildade, da acolhida e do perdão. Tudo porque ainda há quem queira um Rei que seja forte e dominador...!

O Messias vem! Como ele entra em nossas vidas neste tempo da Paixão?

O que Ele ainda precisa transformar em nossas vivências?

Vem e transforma-nos, pois bendito és tu que vens em nome do Senhor! Hosana!

Assim oramos:
“Transforma-nos, Senhor!
Porque transformamos em mercado tua casa de oração.
Porque trocamos a tua graça pelo lucro;
a tua bênção por dinheiro;
a tua paz pela violência;
o teu amor pelo ódio;
o teu perdão pela vingança.
Senhor, vem até nós e repreende-nos, disciplina-nos.
Derruba as mesas do nosso orgulho.
Expulsa de nós toda ganância e egoísmo.”