Experimentando tempos de Reforma! Houve um surto de tuberculose na região. O tratamento oferecido pelo SUS era demorado. Além do que, precisava ser iniciado noutra cidade. Era algo difícil àquele povo empobrecido do interior. Certo pastor recém-chegado ao sertão e muito espertalhão percebeu aí uma oportunidade de alastrar seu “ministério”. Então, começou a pregar: Eu tenho a cura! Deus me revelou. Em seguida, mandou o povo tomar “axpirina”. Muitos sentiram-se atraídos pela pregação tão direta. Afinal, um tratamento barato, ao alcance de todos. O farmacêutico passou a participar das celebrações religiosas. Alguns que sequer tiveram a doença, mas sintomas parecidos, alegaram terem se curado com a “axpirina” do pastor. A fama do “dito-cujo” se espalhou. Entre supostos curados pelo remédio popular, pessoas tratadas pelo SUS e mortos pela doença houve muita desinformação e prejuízo geral. Aliás, ao fim quem ganhou foi o pastor que, além de enriquecer com os dízimos ofertados pela falsa esperança, teve sua fama espalhada por toda região, pois passaram a vê-lo como uma espécie de salvador. Voltando ao passado, vale a pena recordar que Lutero deu uma guinada em sua vida a partir da descoberta de que o “justo vive pela fé” (Romanos 1.17). A fé no Cristo crucificado e ressurreto esclarece e leva à salvação. Porém, se posta no lugar errado a fé leva à morte, tanto espiritual, quanto física.