Vida Celebrativa - Ano Eclesiástico


ID: 2654

TEMPO PÓS-PASCAL.

25/04/2017

No seguimento aos Temas da Confessionalidade Luterana...

Tema Bíblico: Lema do mês de maio na tradição ecumênica das Senhas Diárias cf. Colossenses 4.6: “ Que as suas conversas sejam sempre agradáveis e de bom gosto!”

Catecismos Maior e Menor do Reformador Dr. Martin Luther: 4.º Mandamento com suas explicações – “Honra a teu pai e a tua mãe, para que vás bem e vivas muito tempo sobre a mãe terra.”

Rebusquemos este tempo outonal com as primeiras manifestações do frio deste ano de 2017.

Estamos há poucas semanas dos festejos da Páscoa e de toda a caminhada que demos como comunidades durante a Quaresma. Vivemos intensamente agora este tempo que vislumbra a animação que prepara a chegada do animador e vivificador da vida nas COMUNIDADES DE FÉ: o Espírito Santo – o Pentecostes...

Enquanto nos preparamos, celebramos e oramos, aprendamos de textos como o de Colossenses 4.6. Somos chamados a verificar até o conteúdo de nossas conversas no sentido de verificar se as mesmas constroem e ou colaboram na edificação da inclusão e do bom gosto dos sinais do Reino de Deus e a caminhada da gente em prol dos mesmos. Importa o redescobrimento de que a perícope chama para a ação de orações em prol de uma evangelização comprometida com a vida de cristãos e cristãs. É um texto de reflexão profunda. Indica que oração cristã é serviço – diaconia e não apenas conversa linda e bela. É ação de testemunho que compromete, que convoca para sujar aos mãos com a sujeira das chagas do próximo. E neste sentido, sua profundidade radical: “pues quiere ser puesto em práctica y no en reflexión” cf. Juergen Denker – PL V pág. 116 traduzindo: pois quer ser posto em prática e não somente ficar em reflexão.

Esta prática da fé, fé em exercício parece ser o diferencial das nossas comunidades. Não nos preocupamos apenas com prédios e igrejas belíssimas e bem pintadas, reformadas por dentro e por fora. Nós nos preocupamos com o conteúdo e a ação evangelizadora da comunidade que perpassa o jeito de ser e de viver a fé.

Neste diferencial vivemos os Catecismos herdados pela Reforma Luterana. Martin Luther deixou em seus escritos pérolas deste jeito de ser e viver nossa fé. Neste mês de maio, lembramos especialmente daquilo que resume nosso jeito de lembrar, por exemplo do Dia das Mães, tanto nas nossas casas, como nas Comunidades. Lembramos o cerne do viver em família cristã a partir do 4.º Mandamento. (Lembre dele, recite o mesmo e exercite o significado do mesmo em muitas dinâmicas de seu tempo de Ensino Confirmatório e ou em palestras e cursos de formação oferecidos por nosso Sínodo)

Nosso Reformador nos quer encorajar para sermos instrumentos de Deus quando abrigamos e quando somos abrigados por nossos pais e avós. A questão não está no regime da economia doméstica e ou nas aposentadorias e bens deixados pelos nossos ancestrais. A centralidade da fé ocorre na prática relacional, isto é na dinâmica da vida, na dinâmica do dia a dia, na relação que ocorre desde a manhã, com o primeiro chimarrão, com o remédio e ou com a pergunta pelo trabalho do dia – que pode ser após o bom dia! – quem vai primeiro verificar a porcada, o galinheiro e ou a terneirada prá depois se preparar PRÁ ORDENHA... Na cidade a gente organiza a carona e ou, quem vai junto até o ponto de ônibus e o ponto da lotação do transporte escolar.

Aí, justamente em tudo isso que os Catecismos querem ser inseridos em nossas dinâmicas de vida: apontar para o honrar o pai, a mãe, o avô e avó... os parentes da gente, no concreto relacional de nossas existências, e isso com a fé que brota nestas relações complicadas do Século XXI.

Novos tempos estão vindo e brotam para os próximos 500 de nossa fé de confissão luterana!

Lembremos na oração/poema abaixo, a indicação e inclusão desta disposição e convite para a vida. Que meninos e meninas provem deste novo jeito a ser construído e alinhavado.

“Menino que virou homem

Viajando sem parar

Sentiu frio e passou fome

Lutando em terra e no mar

Será que mais lhe valia

Ter morrido no sertão

E não haver andado tanto

Pra tanta desilusão?

Será que o Senhor nos deu

A sua causa e se esqueceu

Da gente que se perdia

Lutando em caminho seu?

Será justa a nossa luta

E a nossa causa de Deus?

Será que Deus se perdeu?

Ou será que nos perdemos

Por nos perdermos de Deus?

Senhor do meu pensamento

Minha sorte meu cantar

Quanta dor e quanta morte

Quanto chão pra gente andar

Tanta gente que ficou

No derradeiro caminhar

Tanta gente que pensava

Ver o mar e se salvar

Não viemos por teu pranto

Nem viemos pra chorar

Viemos ao teu encontro

E estamos no teu altar

Por seguir nosso caminho

Que é também teu caminhar

Na força do teu carinho

Esperamos nos salvar

Na Terra como no céu

No sertão como no mar

Na Terra como no céu

No sertão como no mar

Na serra só nas planuras

Esperamos nos salvar

Estando sempre a altura

Dos teus caminhos de dar

Reparte entre nós Senhor

Diante do teu altar

A justiça e a riqueza

Que fizemos por ganhar

Não deixa a gente passar

Pela fome em tua mesa

Não viemos por teu pranto

Nem viemos pra chorar

Na Terra como no Céu

No Sertão como no mar

Perdoa qualquer maldade

Que a outros possa causar

Nosso amor a liberdade

Temos que continuar

Nosso amor a liberdade

Temos que continuar”.

- conforme Pastor Werner Fuchs in: PL XIII pág. 192/3 de Paixão Segundo Cristino de Geraldo Vandré & Dominicanos, 1968

Bênção Irlandesa

“Que o caminho seja brando a teus pés,

o vento sopre leve em teus ombros,

que o sol brilhe cálido sobre tua face,

as chuvas caiam serenas em teus campos.

E até que de novo eu te veja,

que Deus te guarde na palma da sua mão”


Autor(a): Cat. Nilo Bidone Kolling
Âmbito: IECLB / Sinodo: Uruguai
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo da Páscoa
Testamento: Novo / Livro: Colossenses / Capitulo: 4 / Versículo Inicial: 6
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 42051

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