No seguimento aos Temas da Confessionalidade Luterana...
Tema Bíblico: Lema do mês de maio na tradição ecumênica das Senhas Diárias cf. Colossenses 4.6: “ Que as suas conversas sejam sempre agradáveis e de bom gosto!”
Catecismos Maior e Menor do Reformador Dr. Martin Luther: 4.º Mandamento com suas explicações – “Honra a teu pai e a tua mãe, para que vás bem e vivas muito tempo sobre a mãe terra.”
Rebusquemos este tempo outonal com as primeiras manifestações do frio deste ano de 2017.
Estamos há poucas semanas dos festejos da Páscoa e de toda a caminhada que demos como comunidades durante a Quaresma. Vivemos intensamente agora este tempo que vislumbra a animação que prepara a chegada do animador e vivificador da vida nas COMUNIDADES DE FÉ: o Espírito Santo – o Pentecostes...
Enquanto nos preparamos, celebramos e oramos, aprendamos de textos como o de Colossenses 4.6. Somos chamados a verificar até o conteúdo de nossas conversas no sentido de verificar se as mesmas constroem e ou colaboram na edificação da inclusão e do bom gosto dos sinais do Reino de Deus e a caminhada da gente em prol dos mesmos. Importa o redescobrimento de que a perícope chama para a ação de orações em prol de uma evangelização comprometida com a vida de cristãos e cristãs. É um texto de reflexão profunda. Indica que oração cristã é serviço – diaconia e não apenas conversa linda e bela. É ação de testemunho que compromete, que convoca para sujar aos mãos com a sujeira das chagas do próximo. E neste sentido, sua profundidade radical: “pues quiere ser puesto em práctica y no en reflexión” cf. Juergen Denker – PL V pág. 116 traduzindo: pois quer ser posto em prática e não somente ficar em reflexão.
Esta prática da fé, fé em exercício parece ser o diferencial das nossas comunidades. Não nos preocupamos apenas com prédios e igrejas belíssimas e bem pintadas, reformadas por dentro e por fora. Nós nos preocupamos com o conteúdo e a ação evangelizadora da comunidade que perpassa o jeito de ser e de viver a fé.
Neste diferencial vivemos os Catecismos herdados pela Reforma Luterana. Martin Luther deixou em seus escritos pérolas deste jeito de ser e viver nossa fé. Neste mês de maio, lembramos especialmente daquilo que resume nosso jeito de lembrar, por exemplo do Dia das Mães, tanto nas nossas casas, como nas Comunidades. Lembramos o cerne do viver em família cristã a partir do 4.º Mandamento. (Lembre dele, recite o mesmo e exercite o significado do mesmo em muitas dinâmicas de seu tempo de Ensino Confirmatório e ou em palestras e cursos de formação oferecidos por nosso Sínodo)
Nosso Reformador nos quer encorajar para sermos instrumentos de Deus quando abrigamos e quando somos abrigados por nossos pais e avós. A questão não está no regime da economia doméstica e ou nas aposentadorias e bens deixados pelos nossos ancestrais. A centralidade da fé ocorre na prática relacional, isto é na dinâmica da vida, na dinâmica do dia a dia, na relação que ocorre desde a manhã, com o primeiro chimarrão, com o remédio e ou com a pergunta pelo trabalho do dia – que pode ser após o bom dia! – quem vai primeiro verificar a porcada, o galinheiro e ou a terneirada prá depois se preparar PRÁ ORDENHA... Na cidade a gente organiza a carona e ou, quem vai junto até o ponto de ônibus e o ponto da lotação do transporte escolar.
Aí, justamente em tudo isso que os Catecismos querem ser inseridos em nossas dinâmicas de vida: apontar para o honrar o pai, a mãe, o avô e avó... os parentes da gente, no concreto relacional de nossas existências, e isso com a fé que brota nestas relações complicadas do Século XXI.
Novos tempos estão vindo e brotam para os próximos 500 de nossa fé de confissão luterana!
Lembremos na oração/poema abaixo, a indicação e inclusão desta disposição e convite para a vida. Que meninos e meninas provem deste novo jeito a ser construído e alinhavado.
“Menino que virou homem
Viajando sem parar
Sentiu frio e passou fome
Lutando em terra e no mar
Será que mais lhe valia
Ter morrido no sertão
E não haver andado tanto
Pra tanta desilusão?
Será que o Senhor nos deu
A sua causa e se esqueceu
Da gente que se perdia
Lutando em caminho seu?
Será justa a nossa luta
E a nossa causa de Deus?
Será que Deus se perdeu?
Ou será que nos perdemos
Por nos perdermos de Deus?
Senhor do meu pensamento
Minha sorte meu cantar
Quanta dor e quanta morte
Quanto chão pra gente andar
Tanta gente que ficou
No derradeiro caminhar
Tanta gente que pensava
Ver o mar e se salvar
Não viemos por teu pranto
Nem viemos pra chorar
Viemos ao teu encontro
E estamos no teu altar
Por seguir nosso caminho
Que é também teu caminhar
Na força do teu carinho
Esperamos nos salvar
Na Terra como no céu
No sertão como no mar
Na Terra como no céu
No sertão como no mar
Na serra só nas planuras
Esperamos nos salvar
Estando sempre a altura
Dos teus caminhos de dar
Reparte entre nós Senhor
Diante do teu altar
A justiça e a riqueza
Que fizemos por ganhar
Não deixa a gente passar
Pela fome em tua mesa
Não viemos por teu pranto
Nem viemos pra chorar
Na Terra como no Céu
No Sertão como no mar
Perdoa qualquer maldade
Que a outros possa causar
Nosso amor a liberdade
Temos que continuar
Nosso amor a liberdade
Temos que continuar”.
- conforme Pastor Werner Fuchs in: PL XIII pág. 192/3 de Paixão Segundo Cristino de Geraldo Vandré & Dominicanos, 1968
Bênção Irlandesa
“Que o caminho seja brando a teus pés,
o vento sopre leve em teus ombros,
que o sol brilhe cálido sobre tua face,
as chuvas caiam serenas em teus campos.
E até que de novo eu te veja,
que Deus te guarde na palma da sua mão”