Quaresma é tempo de preparação. São quarenta dias que antecedem os eventos decisivos para a fé cristã. A quaresma inicia na quarta-feira de cinzas e termina no Domingo de Ramos, que marca o começo da Semana Santa. No horizonte da quaresma está a festa da Páscoa. Por isso, este tempo de preparação é decisivo, especialmente porque ele aponta na direção da salvação.

Para salvar as pessoas, Deus decide enviar seu Filho, Jesus Cristo, ao mundo. E a pregação de Jesus é sobre o Reino de Deus, que se opõe ao sofrimento produzido pelo pecado humano. Assim, a vinda do Filho inaugura um novo tempo, que invade a realidade humana e rompe com aquilo que produz a morte. Jesus coloca-se ao lado de quem sofre o processo de exclusão da comunhão com Deus, trazendo de volta ao convívio com Deus todos os que se perdem.

Mas isso significa assumir a opção pelo amor ao próximo e lutar contra os poderes que são contrários ao Reino de Deus. A história da salvação, narrada nos Evangelhos, nos faz perceber que Jesus é condenado à morte justamente por anunciar o amor de Deus em todas as dimensões da vida. E este é o paradigma cristão: Crer na salvação compromete-nos com o próximo, mas o mundo no qual vivemos não aceita os que assim se comprometem. E nós vivemos pela fé, ou seja, quem crê não tem outra opção a não ser colocar-se a serviço do próximo.

Quaresma é sinônimo de compreensão da vida, individual e coletiva. A quaresma revela momentos difíceis. Momentos de angústia. Momentos de dor. Momentos de incertezas. A que todas as pessoas estão sujeitas. Por isso a quaresma é um tempo de preparação para o que vem depois. Nós cremos que o Reino de Deus virá. Por causa desta fé no Reino de Deus somos levados pelo Espírito a assumir a causa de Jesus e segui-lo na proclamação de um novo tempo, que já mostra sinais, mas que o teremos em plenitude com Jesus Cristo em seu Reino de amor.