Vida Celebrativa - Ano Eclesiástico


ID: 2654

Não foi em vão!

31/03/2015

Você já se decepcionou com algo que tenha feito, mas que depois percebeu que foi em vão? Talvez até tenha empenhado bastante tempo, dedicação e esforço, mas no fim acabou percebendo que tudo aquilo de nada adiantou, de nada valeu. Penso por exemplo, na frustração de um agricultor que plantou o seu campo, mas não colheu porque a semente não germinou, ou porque por intempéries do tempo a plantação foi destruída. Penso também na decepção de um estudante que se preparou intensamente para o vestibular e não foi aprovado. Penso igualmente na dor de uma mãe que educa, ensina e aconselha o seu filho para andar por bons caminhos, mas este não lhe dá ouvidos e torna-se um delinquente.

Ninguém de nós, por mais cauteloso e precavido que seja está isento de sofrer a decepção e o desapontamento de ter feito algo à toa, de ter trabalhado ou falado em vão. Provavelmente todos já devemos ter experimentado esse sentimento, alguns com mais, outros com menos intensidade.

Mas, você já pensou se a nossa fé fosse em vão? Se não houvesse razão ou motivo para crer, e pensar que tudo aquilo que críamos, tudo aquilo em que depositávamos a nossa esperança não passasse de uma ilusão? Como ficaríamos nós? Perderíamos totalmente a esperança e nem mesmo a nossa própria vida faria algum sentido. Pois o apóstolo Paulo escreve que seria exatamente assim caso Cristo não houvesse ressuscitado: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé;” (1 Co.15.14). Ou seja, sem a ressurreição de Cristo, tudo não passaria de uma grande bobagem, de uma imensa perda de tempo. A nossa fé então seria no máximo algum tipo de positivismo e a Bíblia seria um mero livro de autoajuda, sem qualquer perspectiva para além do aqui e agora.

Mas graças a Deus não é assim! Pois Cristo, que veio ao mundo, viveu em humildade, anunciou o Reino de Deus e operou muitos milagres e prodígios, foi traído, preso, condenado e morto por fim ressuscitou. A vinda, a vida e a morte de Jesus Cristo não foram em vão, pois com a sua ressurreição ele garante também a nossa ressurreição.

Que tremenda e grandiosa é então a mensagem da Páscoa! É por ela que toda a fé cristã passa a ter sentido. É nesta mensagem de vida que a Páscoa nos traz que vemos o quanto a vida é preciosa e valiosa. Vida que foi garantida por Cristo que pagou o preço da morte. Para nos garantir a vida, Jesus passou pela sepultura. Quando tudo parecia perdido, quando todos respiravam os ares da decepção, Jesus irrompe da morte, reascendendo a esperança. Assim como brota a esperança do agricultor que mesmo com um ano difícil não desiste, e no próximo ano novamente semeia o seu campo. Esperança que leva o estudante a tentar um novo vestibular, o qual sendo então aprovado, experimenta um gosto de vitória ainda maior. Esperança que permanece viva na mãe que não desiste de seu filho e se alegra quando um dia ele volta arrependido e toma um rumo certo em sua vida.

Sim, Jesus desceu a sepultura, mas lá não permaneceu. Ali ficaram apenas os nossos pecados – aniquilados. A mensagem de Páscoa é portanto impossível de ser calada. Ela alcança as pessoas e as transforma. Transforma o pranto em riso, a dúvida em certeza, o impossível em possível. Transformou até o significado de dois símbolos de morte em sinais de vida: a cruz e a sepultura vazia.

Sejamos portanto, arautos desta preciosa mensagem da Páscoa. Ela precisa ser anunciada, precisa ser conhecida, precisa ser vivida. Levemos ao mundo esta esperança, pois ela não decepciona (Rm 5.5). Esta esperança não é em vão!

P. Cleiton Friedemann
 


Autor(a): Cleiton Friedemann
Âmbito: IECLB
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo da Páscoa
Natureza do Domingo: Páscoa
Perfil do Domingo: Domingo da Páscoa
Testamento: Novo / Livro: Coríntios I / Capitulo: 15 / Versículo Inicial: 14
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 32626

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