Vida Celebrativa - Ano Eclesiástico


ID: 2654

João 2.13-22

Auxilio Homilético

06/03/1994

Prédica: João 2.13-22
Leituras: Êxodo 20.1-3 (4-6), 7 (8-11), 12-17 e Romanos 10.5-13
Autor: Günter Wolff
Data Litúrgica: 3º. Domingo da Quaresma
Data da Pregação: 12/12/1993
Proclamar Libertação - Volume: XIX


1. O templo hoje

Antes de entrar no texto bíblico, gostaria de analisar a posição do' 'templo hoje''.

1.1. Numa entrevista à revista Veja, o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus disse (Veja, 14/11/90, p. 5):

Veja — Mas Jesus era pobre.

Macedo — Esse é um tremendo engano. Jesus nunca foi pobre. Ele disse: Sou o Senhor dos Senhores, o rei dos reis. Um rei nunca é pobre, a menos que esteja destronado. Sendo rei dos reis, Jesus era rico. Ele veio ao mundo na pobreza, andou na pobreza para sentir na pele o que é ser pobre, o que é viver na condição mais insignificante do ser humano. Mas Jesus não era pobre.

Sobre Edir Macedo escreve a revista Vip Exame, de julho de 92, p. 43: Seu discurso pastoral não fala mal do governo nem recorre a santos. É uma retórica segundo a qual o mais pobre pode ser escolhido e, com esforço — e um pouco da ajuda de Deus —, talvez fique rico.

Quando falamos dos pentecostais, então a gente acha normais tais posições. Eles fazem o jogo do sistema, etc. Mas não apenas eles. Olhemos a Igreja Católica.

1.2. Os casos Boff, Drewermann, Küng, etc., mostram que a Igreja Católica está no mesmo rumo das posturas das igrejas pentecostais. O papa se manifestou quando a ex-URSS fez um bloqueio econômico contra a Lituânia, mas nunca se manifestou sobre os 10 anos de bloqueio econômico que a Nicarágua sandinista sofreu; muito menos sobre o bloqueio que Cuba sofre desde os anos 60. A linguagem é diferente da do Edir Macedo, mas a prática é a mesma: sustentação ao sistema capitalista.

Bem, os pentecostais e a Igreja Católica são uma coisa, mas a IECLB é oulra. Vejamos:

1.3. Comecemos pelo símbolo oficial da IECLB.

A IECLB surgiu nos anos 50 e se unificou administrativamente em 1968, época decisiva da ditadura militar, com forte repressão e centralização do poder militar. O símbolo surgiu como emblema para a Assembleia da Federação Luterana Mundial, que se reuniria em 1970 em Porto Alegre. Por causa da pressão internacional, a Assembleia foi transferida, devido à repressão que ocorria aqui sob o regime militar. Em 1972, no auge do milagre econômico, o símbolo se tornou oficial. Uma parte do símbolo foi desenhada por um comunista, Oscar Niemeyer, mas não foi por isso que ele foi adotado.

[Veja anexo ]

O símbolo foi tirado da colunata do Palácio da Alvorada, onde é a residência oficial do Presidente da República. A cruz sobre o mundo está enquadrada pelo símbolo do poder dominante. A cruz tem que se enquadrar nos limites do poder. O poder delimita a Igreja e a sua pregação. O pano de fundo da cruz é dado pelo poder dominante.

A cruz sobre o mundo está emoldurada pelo poder da elite. A colunata do Palácio da Alvorada representa o Brasil. Para entender o Brasil, parte-se do que o poder representa. O símbolo da classe dominante é o símbolo da IECLB. O país é representado do ponto de vista da elite e do seu poder.

Inconscientemente (?), a Igreja adota como símbolo o orgulho da elite brasileira, que é Brasília com seu palácio presidencial. Assim, a Igreja não é pensada a partir da manjedoura e da cruz. O país não é pensado a partir dos/as trabalhadores/as (os mesmos que construíram Brasília com o seu sangue, suor e sofrimento) e sua situação de espoliação, miséria e opressão por uma classe. O símbolo não representa os brasileiros que são membros da nossa Igreja, que, em sua esmagadora maioria, pertencem à classe trabalhadora. A IECLB se entende (a partir do símbolo) a partir do poder da classe dominante, e o símbolo repassa a ideologia dos capitalistas que mandam no país. O símbolo mostra que a cruz sobre o mundo (e toda a mensagem cristã) é enquadrada pelo poder dominante. A prédica do evangelho é aprisionada pelo poder da classe dominante. A cruz está embutida no símbolo do poder. O poder delimita a pregação da cruz. A IECLB é entendida a partir do que o símbolo representa. E o símbolo representa exatamente o que a Igreja é: delimitada pelo poder da classe dominante.

Quem manda na Igreja são as diretorias das paróquias, que, na sua maioria, estão identificadas com a ideologia da classe dominante ou são classe dominante no município e procuram enquadrar a pregação do evangelho dentro dos limites impostos pelo poder. Exatamente isso o símbolo representa. Ele é fiel à realidade do poder na Igreja. E quem duvida disso pergunte aos/às pastores/as sobre a pressão que sofrem para não se meter em política, com os sindicatos autênticos, com os movimentos populares e não falar sobre o sofrimento e organização da classe trabalhadora a partir do evangelho.

1.4. É claro que o templo hoje não é monolítico, assim como também não foi na história de Israel, onde, em muitos momentos, a resistência veio de sacerdotes e do templo (ex.: Ne 5, onde os sacerdotes estão do lado dos camponeses, na Guerra dos Macabeus; apesar de a resistência ser exceção). Existem também na IECLB muitas tentativas de quebrar com o esquema do poder e se tenta trabalhar em direção à libertação. Mas o espírito que perpassa as comunidades não é o da resistência e da construção de um projeto novo, e sim da acomodação à religiosidade tradicional, que se enquadra na ideologia da classe dominante e reproduz o sistema capitalista.

2. Contexto

Se olharmos o contexto de Jo 2.13-22, veremos que é totalmente diferente tio mesmo relato em Mt, Mc e Lc. Nos Evangelhos sinóticos, o ataque ao templo e relatado também na Páscoa, mas no fim da atuação de Jesus, pouco antes de sua prisão. João coloca esse episódio no início do ministério de Jesus, após a vocação dos discípulos e o milagre nas bodas de Cana. Com isso João coloca um peso especial nesse relato: mostra que Jesus, no início de Seu ministério, identificou o templo como um problema, um problema-chave. Após o relato do conflito no templo, João relata a conversa de Jesus com Nicodemos sobre a participação no Reino de Deus. Isso para mostrar que a direção dos judeus, desde o início do ministério de Jesus, não o entendeu e o encarou como uma ameaça. Esse texto, colocado no início do Evangelho, mostra que o templo é uma ameaça para o Reino pregado por Jesus e que Jesus era uma ameaça para o templo. No fim, quem prendeu Jesus foram os soldados do templo e o torturaram a mando da direção do templo.

3. Texto

3.1. Conflito central do texto

O templo tem que ser destruído porque se desviou de sua função, ou melhor, porque cumpre exatamente a função dada a ele por Salomão: ser aparelho ideológico do Estado. O templo virou sustentáculo do sistema econômico vigente. Atacando os cambistas e vendedores, Jesus atacou a família do sumo sacerdote, que tinha autorização para comercializar no templo. Dessa forma, também atacou o sumo sacerdote e a função do templo de ser o sustentáculo econômico da capital. O templo girava em torno do econômico e legitimava o sistema econômico, que, por sua vez, legitimava o político e o ideológico. E o econômico era decidido pelo Império Romano, e esse designava o sumo sacerdote, que, por sua vez, legitimava a opressão via religião. Jesus diz no v. 16: Não façais da casa de meu pai casa de negócio. O negócio não era apenas vender algumas pombas e cabritos, mas era a venda de todo o país, do povo e do projeto de Deus e do próprio Deus. Assim, o templo era o empecilho número um na construção do Reino de Deus.

3.2. Posição de Jesus frente ao templo

Jesus usava o templo como espaço para a sua pregação, pois ali se reunia gente era o local apropriado para a pregação do Reino. Só que o templo não loia concebido para tal e por isso tinha que ser destruído. O contato diário que Jesus tinha com o povo acontecia longe do templo. Ele descentralizou a pregação, o perdão, a purificação, que eram de graça e através dele e não do templo.

George V. Pixley diz em O Reino de Deus na p. 86: O movimento de Jesus viu, como principal obstáculo à realização do reino de Deus na Palestina, o templo e a estrutura classista que o templo apoiava. Na p. 95, Pixley coloca que a pregação de Jesus e de seu movimento girava em torno do amor ao inimigo, do perdão. do suportar o mal. Isso era tática para separar a sua pregação da dos zelotes, que viam nos romanos o inimigo principal do povo. Por isso esses pregavam e agiam pela via militar para alcançar a libertação. O movimento de Jesus não via Roma como principal inimigo. Achava que era necessário primeiro afastar a dominação do templo sobre o povo. Esse legitimava a dominação romana, como antes legitimara a monarquia e o modo de produção tributário. Os zelotes queriam apenas os romanos fora; eram religiosamente conservadores e nacionalistas. Não tocariam no templo nem na estrutura de classe.

3.3. Função do templo no AT e NT

l Rs 5.4-5 diz: Porém a mim o Senhor meu Deus me tem dado descanso; não há nem inimigo, nem adversidade alguma. Pelo que intento edificar uma casa em nome do Senhor meu Deus.

O reinado de Salomão era época de paz. O cap. 4 mostra a espoliação a que o povo estava sujeito. Quando há guerra, dá para justificar o tributo (que era cobrado em mercadoria — produtos do campo — e em trabalhos forçados), porque se necessita manter o exército e o Estado que está aí para proteger. Em época de paz, o Estado não tem mais serventia para as tribos e aldeias: deixa de ser necessário. Por isso, Salomão começa com a construção do templo, para justificar a cobrança do tributo em época de paz, ou melhor, para dar continuidade à cobrança do tributo, que agora não tem mais justificativa. A justificativa para formar o Estado foram as ameaças externas, mas a raiz estava nas desigualdades internas (Jz 8.33 — idolatria; l Sm 11.7 — boi; l Sm 25 — rico e servos; Ex 21 e 22 — boi e escravo; l Sm 22.1-5 — dívidas; l Sm 13.19-23 — ferro). O templo tem a função de justificar a cobrança de tributos e legitimar o Estado e o sistema econômico tributário. Antes Deus era contra o Estado (Dt 6.20-23; Js 6-8). Agora, com o templo, Deus deve justificar o Estado com uma nova teologia: da bênção, do sacrifício, dos ritos, da natureza. O templo vira aparelho ideológico do Estado. E o Estado surgiu por causa da luta de classes, para favorecer a classe que havia acumulado posses.

Essa função o templo também teve no tempo de Jesus: colocar Deus ao lado da classe dominante e justificar a exploração teologicamente. Jesus diz: Não façais da casa de meu Pai casa de negócio. Essa era a função do templo: legitimar os negócios da classe dominante de Israel e de Roma. Por isso esse templo tem que ser destruído. Jesus diz ao povo de Israel para destruir o templo e que ele o reconstruirá em três dias. O v. 21 fala que, após a ressurreição de Jesus, ele será o templo vivo; e com esse não dá para legitimar a espoliação da classe dominante e o seu Estado. Sem templo haverá só Deus, e Jesus será o intermediário entre Deus e as pessoas. Não mais o templo. Com o fim do templo chega ao fim a legitimação, via fé, da exploração econômica, que determina o político, o social e o ideológico. O templo escondia Deus e o revelava como aliado da classe dominante. Assim como no carnaval do Rio, alguns anos atrás, uma escola de samba saiu com Cristo como mendigo, rodeado por outros mendigos. E o cardeal do Rio proibiu o Cristo mendigo de desfilar. O carnavalesco cobriu o Cristo mendigo com uma lona preta com os dizeres: Mesmo proibido, rogai por nós. O templo hoje também encobre o Cristo verdadeiro, porque agride a classe dominante e a religião cristã acoplada ao sistema econômico.

João coloca esse texto no início do seu Evangelho, porque a chave da luta de Jesus está aqui: o templo e sua teologia legitimam a estrutura de classes e impedem a viabilização do Reino de Deus.

A partir de Salomão, quando esse colocou a Arca da Aliança (que era a presença de Deus no meio dos camponeses) no Santo dos Santos, Deus habitava no templo ao lado do palácio. A partir daí, Deus era controlado pelo Estado para legitimá-lo e o que ele representava: os interesses da classe dominante. Isso os romanos sabiam e usaram o templo tal e qual foi usado no AT. Atacando o templo, Jesus atacava todo o sistema de dominação e a sua teologia. Os profetas já haviam atacado o templo com sua prática. Lembro Am 5.21-27 e Mq 3.12. lambem Herodes compreendeu a função do templo e por isso o embelezou (com o dinheiro do povo), tentando legitimar o seu reinado.

Jesus ordena no v. 19: Destruí este santuário, porque vocês o construíram, e Jesus o reconstruirá através de seu corpo. Por isso diz em Ap 21.22: Nele não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-poderoso e o Cordeiro. Deus não mais se manifesta através do templo, se é que já se manifestou nele ou através dele. João diz em 1.14: E o Verbo se fez carne e armou tenda entre nós. Por isso só o templo deixou de ser revelação de Deus. Após a morte de Jesus, o véu do templo rasgou, Deus não está mais preso, rompeu com o templo definitivamente. (Sugiro ler PL VI, pp. 237-246.)

4. Os outros textos

4.1. Ex 20.1-17

Qual a relação entre os dez mandamentos e a ação de Jesus contra o templo?
1 — O templo esvaziou os dez mandamentos e legitimou a exploração, o Estado e colocou Deus contra os camponeses.
2 — O título dos dez mandamentos está no v. 2 e define quem é Javé: Deus de escravos, de uma classe social, e libertador da escravidão do Egito; Deus age contra o Estado e a sua religião. O templo escravizou o povo via interpretação da lei, teologia da impureza, tributo e legitimou o Estado.
3 — Os mandamentos defendem a vida do camponês; o templo explora-o.
4 — No NT, o templo defende os romanos, que escravizam e espoliam a população, o que contradiz o v. 2, que é o título dos mandamentos.
5 — O templo sempre esteve a serviço da elite israelita, tanto no AT quanto no NT. Os mandamentos são resistência e denúncia contra a classe dominante.
6 — Os mandamentos surgiram como contraproposta ao sistema tributário, e o templo fortalece esse sistema e o escravagista (na época dos romanos).
7 — Os mandamentos não prevêem o Estado e nem o defendem, mas o templo foi construído pelo Estado para legitimá-lo e, com isso, legitimar a explora¬ção de uma classe pela outra.
8 — Com os mandamentos Deus governa o povo; o templo unge o rei, que governa em nome de Javé.
9 — O templo é o desrespeito ao 2° mandamento, pois usa Javé para legitimar o Estado e a classe que o usa para seus propósitos.
10 — Os mandamentos mostram um Deus da classe camponesa, e o templo mostra um Deus do Estado.

4.2. Rm 10.5-13

Justiça da lei — antes a lei salvava; antes se confessava Javé via lei.
Justiça da fé — agora Cristo salva; agora se confessa que Deus ressuscitou Jesus, e isso salva. Agora há a necessidade de pregar a ressurreição de Jesus Cristo. Crer em Jesus, o Cristo, é a questão agora. A lei foi superada na forma como o templo a pregava. A prática da justiça que a lei mostra continua válida (v. 5). No v. 10, é dito que justiça e salvação andam juntas, o que não acontecia via templo. O v. 12 diz que com Jesus todos passam pela salvação crendo em Jesus; antes só havia a lei apenas para os judeus. A salvação era restrita a judeus e controlada pelo templo e sua teologia.

5. Atualização

O texto nos leva a refletir e questionar a prática da Igreja hoje, enfim, sobre a nossa prática. Qual o papel da Igreja dentro da luta de classes hoje no Brasil? Como Jesus se posicionaria hoje no Brasil frente à luta de classes e à atuação das Igrejas dentro dessa realidade? Estamos fazendo o papel do templo de Jerusalém, que esteve aliado à classe dominante e ao imperialismo romano e legitimava a espoliação da classe camponesa e não reagia ante a dominação romana, enfim, legitimava o sistema econômico com todos os seus desdobramentos?

Como reagimos, como pastores, frente às pressões daqueles que estão a serviço do capital em nossas comunidades? Como a comunidade/paróquia reage frente às pressões dos burgueses, pequenos-burgueses e seus aliados (que podem ser trabalhadores)? Baixamos a bola? Começamos a falar em tática e estratégia para não entrar em conflito com os representantes do capital? Qual o espaço que as comunidades oferecem a seus membros, que são, em sua maioria, trabalhadores, para discutir os seus problemas? A Igreja cobra que se executem as decisões conciliares que pedem um envolvimento direto com o movimento popular e sindical, ou só cobra finanças e burocracia? Qual o apoio que a comunidade dá às lutas do sindicato e do movi¬mento popular concretamente em sua luta pela vida e pela justiça? Ou separamos fé e vida e assim legitimamos o capital?

Salomão e Davi pensaram o templo como instrumento religioso e ideológico para legitimar o Estado e a existência de classes na sociedade. Jesus se revoltou contra isso. Deus não se coloca a serviço dos exploradores e suas estruturas, mas as combate. Essa foi a cruz de Jesus desde o início de seu ministério, e ela apenas se completou na Sexta-Feira Santa. Atacando o templo, Jesus atacou todo o sistema de dominação econômica, política, social, religiosa e ideológica da época. Isso lhe trouxe a cruz, mas também a ressurreição, que é o sinal visível de que Deus supera as reações contra seu projeto. Combatendo o seu projeto, eles o tornaram mais claro, mais completo e indestrutível.

A nossa prática de comunidade (os trabalhos que temos) questiona o mundo atual ou o legitima? Essa é a questão! Ou espiritualizamos as coisas para fugir dos conflitos? O relato da ação de Jesus no templo questiona profundamente a nossa prática de Igreja. A nossa Igreja se tornou um instrumento de dominação nas mãos da classe dominante ou é um instrumento de ruptura com proposta do novo, que é o Reino de Deus? Ainda conseguimos separar a fé em Jesus Cristo da ideologia da burguesia e a dos trabalhadores? Conseguimos ver a ação de Deus na luta dos oprimidos? Ou fé e luta não fazem mais parte da ação da comunidade?

Conseguimos fazer desse texto uma prédica tão radical quanto foi Jesus, ou a nossa ação é tão radical quanto a de Jesus? Somos, a princípio, suspeitos porque fazemos parte da Igreja (templo). Conseguimos fazer a autocrítica como comunidade/Igreja assim como o texto propõe? Que Deus rios ajude!

5.1. Sugestão de esquema para a prédica

1 — A importância do relato da ação de Jesus no templo está no inicio do Evangelho de João;
2 — O porquê e o significado da ação de Jesus no templo;
3 — Como a ação de Jesus no templo nos questiona como Igreja;
4 — A prática da comunidade ataca hoje o sistema econômico, político, social, ideológico e religioso e procura mudá-lo ou o legitima?

6. Subsídios litúrgicos

1. Confissão de culpa: Trino Deus, estamos diante de ti com os nossos problemas e com a nossa culpa. Confessamos que cometemos pecados individualmente e também cometemos pecados coletivamente. O pecado coletivo que cometemos é o de achar que a vida da comunidade não tem nada a ver com a transformação da sociedade. Outro pecado coletivo que cometemos é achar que a luta pelo Reino de Deus não inclui a transformação desta sociedade em que vivemos. Como comunidade e como Igreja cometemos o pecado da omissão frente às injustiças que o sistema econômico arma. Quando ficamos quietos e imóveis diante da miséria, pobreza e injustiça, traímos Jesus e o Reino de Deus, pelo qual ele morreu e ressuscitou. Confessamos, também, que não estamos muito dispostos a mudar o trabalho da comunidade e da Igreja toda. Confessamos que não gostamos dos desafios que o evangelho nos coloca de irmos ao encontro dos pobres e de suas necessidades. Tememos o dia em que tu purificarás a nossa comunidade e o nosso templo. Por isso e muito mais pedimos: Tem piedade de nós, Senhor.

2. Oração de coleta: Jesus Cristo, que morreste e ressuscitaste, te pedimos que nos inspires para ouvirmos o teu evangelho e nos dês forças para vivermos segundo ele. Somente a tua Palavra pode nos mostrar onde em nossa comunidade nós estamos traindo o teu Reino. Somente a tua Palavra pode nos mostrar onde podemos recomeçar. Amém.

3. Leitura: Ex 20.1-17; Rm 10.5-13.

4. Assuntos para a oração final: Orar para que a Igreja faça autocrítica por causa de sua prática às vezes legitimadora do sistema opressivo. Orar pelos cristãos que são perseguidos porque procuram viver a proposta do evangelho. Orar para que a Igreja se disponha a permanentemente se reformar. Orar para que os cristãos vejam as cruzes que as pessoas carregam e para que também vejam os erros da própria comunidade. Orar pelos povos indígenas e suas lutas. Orar pelas lutas da classe trabalhadora. Orar pelas lutas das mulheres. Orar pelos doentes e enlutados.

7. Bibliografia

LOCKMANN, Paulo. A Crítica de Jesus. In RIBLA n° 10. Vozes, Petrópolis, 1991.
MORIM, Émile. Jesus e as Estruturas de seu Tempo. 2a ed. Paulinas, S. Paulo, 1982.
PIXLEY, George V. O Reino de Deus. Paulinas, São Paulo, 1986.
WOLFF, Günter. A fé em Javé no campo e na cidade. In Estudos Bíblicos n° 36. Vozes, Petrópolis, 1992.


Autor(a): Günter Wolff
Âmbito: IECLB
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo da Páscoa
Área: Governança / Nível: Governança - Rede de Recursos / Subnível: Governança-Rede de Recursos-Auxílios Homiléticos-Proclamar Libertação
Natureza do Domingo: Quaresma
Perfil do Domingo: 3º Domingo na Quaresma
Testamento: Novo / Livro: João / Capitulo: 2 / Versículo Inicial: 13 / Versículo Final: 22
Título da publicação: Proclamar Libertação / Editora: Editora Sinodal / Ano: 1993 / Volume: 19
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Auxílio homilético
ID: 16165

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