Conforme o evangelista Lucas (1.26-38), uma adolescente, chamada Maria, estava de casamento contratado com José, homem maduro. Ela recebeu a visita do anjo Gabriel, anunciando que seria mãe, que seu filho seria especial, pois seria Filho do próprio Deus. Por ser “a escolhida”, ela também foi chamada de “favorecida”. Confesso que, se estivesse na situação dela, mui facilmente iria usar a expressão que o próprio Jesus usou: Pai! Afasta de mim este cálice (Mc 14.36). Todavia, o testemunho bíblico diz que Maria apenas “refletiu”. Entre muitas reflexões possíveis, imagino que apareceram: A estranheza de engravidar sem ter relações sexuais. As consequências de estar grávida não sendo casada. Mas, também, como judia, ela conhecia as promessas da vinda do Messias, o qual era desejado com ansiedade por todos fiéis. O apóstolo Paulo desafia os Romanos (12.1) ao “culto racional”. Ou seja: Colocar sua vida em serviço/sacrifício a Deus de maneira consciente e agradável. Isso Maria fez. Ela refletiu e decidiu, colocando-se à disposição: Eis aqui, Senhor, a tua serva! Vale destacar também que Gabriel não transmitiu somente, de maneira fria, o recado. Ele confortou a adolescente: Não tenha medo! Você tem uma missão bem especial. E, a missão deste menino será ainda mais especial. Confirmando tal mensagem, anunciou que a “idosa” Isabel estava grávida, que seu menino “João” prepararia o caminho do Salvador. Assim, novamente se firma a verdade de que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28). Naquele momento, Isabel já estava 6 meses grávida. Quando nasce João, segundo a tradição, o casal acende uma fogueira, anunciando o nascimento do menino. Luz que aponta à luz. Maria toma conhecimento do cumprimento da promessa. Meio ano depois, numa noite de dezembro, em meio às trevas, resplandece a luz plena... Nasce Jesus, a luz do mundo (Jo 8.12). A história do Natal é composta por pequenas peças que fazem parte do plano maior de salvação de Deus, que inicia em Gênesis, com a criação, que termina na Volta de Cristo, com novos céus e nova terra (2 Pe 3.13). Você e eu fazemos parte dessa bela história. O nascimento de Jesus é um fato concreto, bem como o plano de Deus. Agora, cabe-nos a escolha em aceitar tal plano e anuncia-lo hoje. Nosso maior desafio é colocar-se na posição de Maria: Eu sou pequena. A tarefa é grande. Mas, Deus está comigo. Ele me chama. Ele me conforta, por isso digo, com confiança: Eis aqui o/a teu/tua servo/a. Amém!