Os anjos que louvaram a Deus na noite de Natal nos falam das alturas e da terra. Entoam hinos de louvor: louvor une as vozes que se tornam tão forte parecendo um exército. Entoam hinos de louvor: louvor testemunha paz na terra a partir da vida de Deus que se faz criança.
Por onde ando, escuto louvores: vitórias individuais proclamadas como graça de Deus, pessoas em busca de segurança e não de justiça, louvores a outros deuses fortes e poderosos.
Atos religiosos incentivam o zelo individual (esmolas e atos caritativos) por indivíduos (‘do bem’), afirmam que há salvação nos pequenos gestos e legitimam as diferenças existentes na sociedade.
É um louvor que traz medo: das tristezas mal resolvidas, da ausência que dispersa as pessoas e motiva à individualização. É um louvor que traz culpa: desviamos de pedintes, empobrecidos e doentes sem recursos.
O louvor dos anjos neste Advento anuncia o caminho para a glória de Deus no céu, para a paz na terra. O ‘exército de anjos’ rompeu a noite de medo com anúncio de paz. Não matou ninguém, nem assegurou vitória financeira, não feriu, nem estragou, não cobrou e sequer obrigou pastores a cantarem com eles.
Seguir o louvor move à participação da paz: alegria verdadeira e justiça palpável. Que a glória seja a Deus e não a nenhuma de suas criaturas.
Para refletir, leia Lucas 2.13-14
Pastora Margarete Emma Engelbrecht
(Fonte: Jornal Evangélico Luterano, Dezembro, 2009)