Vida Celebrativa - Ano Eclesiástico


ID: 2654

Apontando ao Crucificado!

16/03/2018

Alguns dias atrás, ouvi certas palavras de um amigo que me deixaram com uma “pulga” atrás da orelha. Ele disse: Em toda Missa, os católicos intercedem pelo Papa e pelo Bispo, incluindo em seguida o sacerdote local, pois são autoridades. Na Assembleia de Deus, a palavra do pastor é quase como a Palavra de Deus. Ele disse e está dito. Ordem é ordem. Meu amigo continuou: Na IECLB, o pastor não tem tal autoridade! Inclusive, alguns membros abusam do pastor, debochando, falando mal... Como pastor, apenas escutava e refletia sobre a situação e também sobre a minha responsabilidade nisso tudo. Uma pergunta começou a martelar na minha cabeça: O pastor perdeu ou está deixando de exercer a sua real autoridade? Existem muitas respostas para tal situação. Entre as possibilidades, nos últimos anos, tenho observado especificamente uma situação, a qual compartilho. Muitas denominações não têm altar. Tem apenas uma bancada de pregação. O pastor ocupa o espaço central. Ao seu lado está a banda. Pela posição, aparentemente a pessoa e a palavra do pastor são “centrais” na celebração. Ele é o porta-voz de Deus e seu sermão... O centro da celebração. Alguns ministros da IECLB copiaram tal postura, sem muita reflexão. Curioso é que, em muitas comunidades, o púlpito foi abandonado. A estante ou bancada, normalmente em frente ao altar, assumiu o lugar para pregação. É “cola” de outras denominações com “pouca” história de Culto. Na verdade... Nada, nem pastor, muito menos banda (ou cantor) deve ocupar a frente do altar. Ninguém “com juízo” deve tomar a frente de Deus. Dentro da concepção da igreja antiga e também da tradição luterana, o espaço do altar pertence a Deus, por isso também não podemos “jogar” coisas sobre a mesa do altar, muito menos “tomar” a sua frente. Todavia, o espaço “natural” de pregação é o púlpito, ao lado do altar, onde o pregador fala aos ouvintes apontando ao “Crucificado”. Tal imagem (acima) é clássica e faz parte da história luterana. Só que... Não generalizando, apenas observando... Os púlpitos estão sumindo da IECLB ou estão sem uso. Será que não está aí uma razão pelo descrédito de muitos ministros, uma vez buscando glória própria, outra deixando de falar da CRUZ? Também assumo minha culpa. Presbíteros, diretorias, comunidades, conscientes ou não, por estética (?) ou custos, estão eliminando os púlpitos. Ministros estão deixando de usá-los... Uma sutil estratégia do maligno? Não desejo a concordância de ninguém, apenas quero refletir. Contudo, tal reflexão sobre o uso ou não do púlpito não nos isenta da responsabilidade com o ministro. Volto assim ao início do texto... Se você faz parte da Comunidade leia Tito 3 e lembre-se... O teu ministro é tão humano e pecador quanto você. Contudo, ele foi chamado por Deus. Ele tem uma vocação. Ele necessita do teu apoio e, principalmente de tua oração. Quando você orou por ele a última vez? Então, ore agora! Se você é ministro... Lembre-se sempre que a nossa função é colocar-se humildemente diante de Jesus apontando à sua obra salvífica na cruz.


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Martim Lutero
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