Envia, ó Deus, tua luz e tua verdade.
Derrama, ó Cristo, tua graça.
Vem, Santo Espírito, renova e recria a vida.
Pai nosso, dá-nos tua bênção.
Jesus Cristo, dá-nos a paz do teu amor.
Santo Espírito, dá-nos esperança e fé. Amém.

Pregação baseada em 2 Coríntios 13.11-13

Às vezes, olhamos para nossa vida e pensamos que só nós é que temos problemas. Que tudo acontece apenas conosco. Se olharmos para as coisas difíceis, são só as nossas. Às vezes, olhamos para a nossa família e pensamos que é só lá em casa que as coisas não vão bem. A pandemia tem nos mostrado que não é bem assim. A humanidade inteira está sendo desafiada com esta grave doença.

As palavras da leitura bíblica que escutamos são a parte final de uma carta muito forte que o Apostolo Paulo escreveu à comunidade em Corinto. Eu fiquei impressionado, que após tratar temas tão complicados e difíceis, onde Paulo foi obrigado a expor, um a um os problemas da comunidade de fé e de algumas pessoas, as palavras finais fossem essas.

Nesse texto tão curtinho, encontramos palavras que são fundamentais para entendermos o que Paulo quis dizer aos cristãos de Corinto e que sem dúvida são importantes também para nós.

A primeira delas é aperfeiçoar-se. Chegar à perfeição não é apenas uma tarefa que pode ser realizada uma vez e pronto. É uma ação que deve ser realizada sempre de novo. Já o sabem as pessoas com mais anos de vida. Viver é estar sempre se aperfeiçoando fazendo tudo o mais correto possível. Não temos como achar que sabemos tudo, que podemos tudo. Isso é algo que a pandemia nos tem forçado, devemos reaprender muita coisa, desde o simples gesto de lavar às mãos até o uso de tecnologia em formas totalmente diferentes ao costumado.

Outra palavra é consolem. Somos chamados a levar consolo às outras pessoas. Paulo pede para que as pessoas que se reuniam na igreja em Corinto tivessem ouvidos para as necessidades uns dos outros. Nós precisamos ouvir aquilo que Deus tem a nos dizer, mas também precisamos ouvir uns aos outros, consolar-nos, fazer algo por nós mesmos. Quantas ações bonitas tem surgido em meio à dor da pandemia. Gestos solidários, que são sempre importantes, têm sido acentuados. Em meio à dor, doença, morte, pessoas cristãs levam conforto através de palavras e ações.

A terceira palavra também é muito importante. Quando ela foi lida na sua tradução ao português, ouvimos a seguinte expressão: “tenham o mesmo modo de pensar”. Quando ouvimos isso, pensamos que todos devem ter a mesma opinião sobre o assunto determinado, que nossas respostas devem ser idênticas. Mas não é nada disto. O que, na verdade, esta palavra quer dizer é que todos devem olhar para o tema proposto com um mesmo desejo e sentimento. Podemos até ter ideias diferentes, opiniões diferentes, mas precisamos partir da misericórdia, do perdão, da paz e do amor. Isto é estar de acordo.

Vou ficar por aqui, porque também existem muitas outras palavras do finalzinho da carta que poderia comentar, mas ficarão para outra oportunidade. Faço isso, porque as palavras são parte de um significado muito profundo, pois não são apenas palavras, mas sim sentimentos, desejos, sonhos, fracassos e vitórias que experimentamos em nossas vidas.

No começo eu disse que não entendia porque, depois de expor problemas da comunidade, das famílias e das pessoas, Paulo termina assim. Nós não teríamos dito “adeus”, mas sim, “até nunca mais”. O evangelho aqui escondido mostra que mesmo com todos os nossos problemas e dificuldades, é em nós que Deus aposta para construir sua Igreja e preparar o seu Reino. Deixemo-nos guiar pelo seu Santo Espírito. Amém!

Culto feito em mutirão, com a participação de Eder Targino, Laísa Rachter, Lélia Brazil e P. José Kowalska