Vida Celebrativa - Ano Eclesiástico


ID: 2654

ADVENTO - O DEUS QUE SE REVELA NA HUMILDADE.

06/12/2015

As palavras de anúncio do novo tempo nos vêm pela boca do profeta Zacarias, capítulo 9, versículo 9, onde Zacarias nos diz: “Alegre-se muito, povo de Sião! Moradores de Jerusalém, cantem de alegria, pois o seu rei está chegando. Ele vem triunfante e vitorioso; mas é humilde, e está montado num jumento, num jumentinho, filho de jumenta”.

Estamos vivendo o tempo de Advento. Advento é tempo de reflexão, de meditação, de silêncio, de pensarmos como está a nossa vida, de pensarmos em tudo o que aconteceu neste ano que está terminando, de avaliarmos nossas atitudes e fazermos planos para o ano que vem.

Mas o que realmente acontece nessa época é justamente o contrário. O que vemos é a correria das pessoas, é o barulho, todos querendo fazer limpeza, faxina. O que vemos são muitas luzes brilhantes e coloridas, Papais Noeis, compras, muitas compras. E assim, muitos esquecem o verdadeiro sentido do Advento e Natal, porque seus olhos estão ofuscados com essas muitas luzes e vitrines enfeitadas, com as propagandas nas lojas e na televisão, de presentes e mais presentes que precisam ser comprados para o Natal.

Estamos cada vez mais celebrando o Natal como uma festa para ganhar presentes, para comer coisas boas e esquecemos o mais importante. Deixamos de lado o aniversariante do dia. Esquecemos de celebrar e comemorar o nascimento do nosso Salvador, que como nos diz o profeta Zacarias, ele “vem triunfante e vitorioso, mas é humilde, e está montado num jumento, num jumentinho, filho de jumenta”. Esquecemos da humildade e da simplicidade desta época, esquecemos daquilo que o Apóstolo Paulo nos diz em 1 Co 1.28: “que Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, para destruir o que o mundo pensa que é importante”.

Para ilustrar isso há uma história que diz assim:

Finalmente, a estrebaria ficou novamente em silêncio. Cessou a cantoria dos anjos, o entra e sai dos pastores e a visita dos magos. Depois de todo esse rebuliço, a velha vaquinha, a jovem ovelhinha e o cansado burrinho acalmaram-se também. Quem, naquela hora bendita, tivesse ouvidos para as coisas simples e belas, ouviria o diálogo dos animais:

- Ufa! Finalmente o sossego voltou, disse a vaquinha. Que cantoria, que zum-zum-zum, gente! Sem silêncio a pobre criança não pode descansar. Também, vê lá se isso é momento de sair por aí com uma criança recém-nascida.

- Felizmente, amiga vaca, ela parece ser tranquila como você, disse o burrinho.

- É verdade, amigo burro, é uma criança bem tranquila e paciente. Bom, mas se tudo isso que falaram hoje dessa criança for verdade, além de calma, ela vai precisar muito é da sua persistência. Eu fico admirada, pois todos xingam você, maltratam você com chicotes e cargas pesadas, mas você, serenamente, suporta tudo e cumpre a sua tarefa, observou a vaquinha.

- É, eu não acho justo o que fazem com você, amigo burro, disse a ovelhinha. Burro não é burro não. Você tem qualidades: transporta gente, puxa carroça, carrega coisas. Poxa, você é um símbolo de serviço aos outros.

- É, pequena ovelha, mas às vezes eu também empaco, sabe. Eu posso ser bem teimoso. Essa criança vai precisar mesmo é ser um pouco parecida com você, ovelhinha.

- Como assim? Eu sou muito fraca e pequena, afirmou a ovelhinha.

- Ora, você é sempre carinhosa, delicada e não faz barulho demais. Você segue sempre o seu ritmo e ainda cede a sua lã para aquecer as pessoas nos momentos de frio e solidão. Sabe, você as protege nos maus tempos. Sem a sua lã, as pessoas poderiam até morrer.

A ovelhinha observou:

- Para que essa criança cumpra a sua missão, acho que, além de tranquila como a dona vaca, ela precisará alimentar as pessoas com um alimento consistente e nutritivo como o leite.

De repente, a velha vaquinha murmurou com tristeza:

- Ora que bobagem, amigos. Somos mesmo bem idiotas. Vocês acham mesmo que alguém importante como essa criança terá essas qualidades bobas que nós, animais, temos? Ela terá as qualidades de um grande líder: será poderoso ao invés de fraco, vai mandar ao invés de pedir, vai exigir ao invés de se humilhar, vai impor ao invés de propor, vai causar medo ao invés de amar.

Maria conhecia a linguagem das coisas belas, ela ouvia tudo e disse:

- Olhem queridos, Deus escolheu a mim, uma simples moça do povoado, para trazer à luz essa criança. Deus olhou para mim, pois Ele tem olhos para as coisas pequenas e simples. Certamente, o meu filho terá todas essas lindas e importantes qualidades que vocês simbolizam tão bem. Deus escolheu aquilo que o mundo despreza, acha simples e sem importância, justamente para destruir aquilo que o mundo pensa que é importante.

Então, fez-se um silêncio de paz ao redor, e um sono bom embalou a todos!

Deus se mostra, se revela para cada um, cada uma de nós nas coisas mais simples, pequenas e que nós achamos sem importância. É ali que Deus está. Que neste tempo de Advento e Natal nós possamos dar importância ao verdadeiro sentido do Natal e que possamos também abrir o nosso coração, a nossa vida, os nossos olhos, as nossas mãos para que este menino simples e humilde preencha a nossa vida. Que Deus nos abençoe. Amém.


Autor(a): Pa. Ana Cássia Maus Winke
Âmbito: IECLB / Sinodo: Uruguai
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo do Natal
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 36160

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Essa esperança não nos deixa decepcionados, pois Deus derramou o seu amor no nosso coração, por meio do Espírito Santo, que Ele nos deu.
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