Uma artista da nossa Comunidade recortou essas figuras do presépio: A Maria, o José e o Menino. Depois, no lugar dos pastores de ovelhas, que eram marginalizados na sua época, ela colocou pessoas marginalizadas da nossa época: O rapazote cadeirante e a mãe com sua criança pequena. Será que se trata de uma mãe que precisa criar sozinha seu menino? Junto com eles, um senhor idoso e frágil apoiado na bengala. Essas pessoas encontram acolhida na manjedoura. São pessoas pouco importantes na hierarquia de valores que nossa sociedade estabelece, já que valoriza mais quem produz mais e quem pode comprar muitas coisas que brilham.
Se a artista fosse brasileira, talvez incluiria uma família de indígenas.
Na manjedoura, essas pessoas da margem são benvindas, uma vez que o próprio menino teve como primeira cama um comedouro de vacas.
Nesses dias, representantes dos governos do mundo inteiro se reúnem mais uma vez para tomar decisões sobre a redução das causas que estão mudando o clima sobre a Terra. Será que eles colocarão os mais frágeis no centro das suas decisões? Pois, serão os mais pobres e mais fracos que sofrerão, por primeiro, as consequências das mudanças climáticas. Aliás, já estão sofrendo.
Silvio Meincke