Vida Celebrativa - Ano Eclesiástico


ID: 2654

2 Coríntios 5.20b-6.10

Auxílio Homilético

09/03/2011

Prédica: 2 Coríntios 5.20b-6.10
Leituras: Joel 2.1-2, 12-17 e Mateus 6.1-6,16-21
Autora: Cristina Scherer
Data Litúrgica: Quarta-feira de Cinzas
Data da Pregação: 09/03/2011
Proclamar Libertação - Volume: XXXV

1. O tema

A Quarta-feira de Cinzas inicia o tempo da Quaresma. É nesse tempo dentro do calendário da igreja que intensificamos a oração, a meditação pessoal e comunitária na palavra de Deus, a solidariedade e o desprendimento como sinais de conversão, de mudança de rumo. Quaresma é tempo de perguntar: Que mudança eu quero que aconteça em minha vida, na igreja, no mundo? Qual o caminho que quero trilhar pessoalmente e na comunidade cristã?

As leituras bíblicas e o texto da pregação querem nos conduzir para as respostas das perguntas acima. O Evangelho de Mateus 6.1-6,16-21 fala da oração, da prática da humildade, do jejum sincero, do desprendimento de bens materiais. Todos esses são caminhos que nos conduzem a Deus e nos fazem ter uma prática justa e coerente com a sua palavra, especialmente neste tempo da Quaresma.

Jesus aconselha as pessoas a se livrar de práticas hipócritas que escravizam e matam o Espírito de Deus e fazem com que o orgulho e a soberba endureçam o coração do ser humano. Jesus aponta-nos o caminho da humildade, simplicidade, do amor e de abnegação, do serviço e da justiça. Esse caminho somos chamados a trilhar.

No Antigo Testamento, o profeta Joel (2.1-2,12-17) aconselha o povo a mudar de atitude e prática diante da grande calamidade da seca e dos gafanhotos que assolou o povo de Judá. Arrepender-se e mudar a forma de pensar e de agir são sinais concretos de que estamos no caminho para a prática da justiça e do serviço amoroso, sinais de que mais vale o que passa em nosso interior e não no
exterior.

2. Motivos da Segunda Carta aos Coríntios

Crises são normais. Fazem parte da vida. Assim também houve muitas crises no início do cristianismo. Na comunidade de Corinto, não foi diferente. Surge o problema com a coleta para os cristãos de Jerusalém. Disso Paulo fala em 2 Coríntios 8 e 9, o que pressupõe que a coleta tenha sido interrompida. Outra crise se evidencia no fato de que pessoas haviam contestado a autoridade de Paulo como apóstolo. Outros apóstolos tinham chegado a Corinto e evangelizavam. Alegavam que Paulo não tinha autoridade sufi ciente, pois esse não tinha conhecido o Jesus histórico/humano, anunciava somente o Cristo morto e ressurreto. Outra crítica que lhe faziam é que queria trabalhar para sustentar-se como construtor de tendas, sendo que viam nessa atitude uma incompatibilidade com o anúncio do evangelho. Para Paulo, esses que o criticam são falsos apóstolos e anunciam o falso evangelho. Esse é o motivo de Paulo ter escrito a chamada Carta da apologia/ defesa (2Co 2.14 -7.4) para tentar uma reconciliação com os coríntios (2Co 1.1-2.13; 7.5-16).

Os adversários de Paulo querem desacreditá-lo perante os coríntios, mas, ao mesmo tempo em que se defende, Paulo também ataca ao denunciar e questionar a atitude dos que se diziam apóstolos e o criticavam. Paulo encarna o verdadeiro apóstolo de Cristo, que veio ao mundo como o servo sofredor, disposto a tudo por amor à causa de Deus.

Muitos queriam que Paulo manifestasse poder e glória, majestade e honra; criticam-no por sua aparência e atitude de trabalhador. Ao chegar à cidade de Corinto, Paulo procura os trabalhadores, fazedores de tendas. Dirige a palavra aos operários e trabalhadores, pessoas simples do povo. Em Corinto, havia um pequeno grupo de judeus, entre os quais estavam Priscila e Áquila, fazedores de tendas, dos quais Paulo se aproximou quando chegou a Corinto (cf. At 18.2-3). Paulo chegou a Corinto em 50 a.C. e começou a evangelizar a partir dos judeus, fazendo-se amigo dos artesões e trabalhadores (cf. 1Co 1.16). O apóstolo opta pelo caminho da humildade, do trabalho manual, das coisas do povo; dispensa a glória e trilha o caminho da cruz.

O poder do apóstolo verdadeiro não está em sua aparência, mas sim na pobreza, sofrimento e perseguição. A glória de Cristo não está nas aparências (5.16). A cruz é o sinal visível de Cristo e daqueles que o seguem. Dessa forma, Paulo combate as ideias de triunfalismo e de glória na missão de Deus, afirmando que o verdadeiro apóstolo deve estar disposto a encarnar essa cruz e a viver na
humildade e no amor.

Paulo afirma que há critérios para discernir sobre os verdadeiros e falsos anunciadores do evangelho e faz isso usando a imagem do servo sofredor, gloriando-se da sua fraqueza e não da sua força. Sabe que por causa de Cristo terá forças para passar por tribulações e aflições. Não se baseia na teologia da glória, e sim na força do Cristo ressuscitado, que sofreu e ressurgiu para dar esperança aos que o seguem.

3. Reconciliação e serviço

Nesse texto, Paulo está dando continuidade a um discurso sobre a natureza de seu ministério, pois essa carta da apologia inicia em 2.14 e vai até 7.4. Nesse longo trecho, Paulo defende o verdadeiro ministério, ou seja, quem realmente está a serviço da vida, disposto a amar, servir e até sofrer pela causa de Deus. Paulo afirma que possui um ministério válido, aprovado, verdadeiro. E faz isso porque havia falsos apóstolos, que se diziam missionários e, na comunidade de Corinto, querem tirar a autoridade de Paulo como anunciador da palavra de Deus e fundador da comunidade cristã. Paulo reage, dizendo que os falsos apóstolos são os que pedem cartas de recomendação (3.1), invocam o exemplo de Moisés (3.7-15), usam procedimentos secretos e vergonhosos (4.2) e pregam a si mesmos (4.5).

Paulo diferencia entre duas formas de servir a Deus e de encarar o ministério: o ministério de morte, que escraviza, é da letra, seduz, engana, ilude, faz falsas promessas, distorce a verdade, é charlatão, baseia-se na glória e se autopromove; e o ministério que é de vida (4.1), que vem do Espírito, liberta, baseia-se na humildade, no serviço, na cruz de Cristo, é verdadeiro, humilde, pobre, servidor, não usa máscaras, não busca a autoglorificação, é o que é pela graça de Deus. Esse ministério é o que Paulo defende veementemente. Ele deseja que os coríntios permaneçam firmes no caminho da verdade e da justiça e não se deixem seduzir por falsas mensagens oriundas de missionários iludidos (5.11-13) e fala como ele compreende a Cristo em contraposição a seus adversários (5.14-17).

Paulo fundamenta seu apostolado no amor de Cristo. E por causa desse amor pede para que os coríntios se reconciliem com Deus e, se isso acontecer, automaticamente estarão se reconciliando com Paulo também. Deus é o agente da reconciliação. Ele vem ao nosso encontro. Tudo é graça. Os ministros/as, missionários/ as, anunciadores do evangelho são embaixadores de Deus para anunciar
essa reconciliação oferecida por Ele.

A partir de 5.20, Paulo apresenta-se como “embaixador em nome de Cristo”, que tem a tarefa de anunciar o serviço da reconciliação. Paulo é embaixador da reconciliação, é enviado de Deus para que os coríntios aceitem a reconciliação com Deus e assim aceitem também o ministério de Paulo. Somente ele está habilitado a convidar os coríntios à reconciliação com Deus.

Nos v. 6.1-10, ele discorre sobre seu ministério, mostrando as características de um ministério aprovado. Ministério vem da palavra diakonia, em grego, que quer dizer: serviço, ofício (cf. At 1.17; 20.24; Rm 12.7; 1Co 12.5 e 2Co 5.18). Podemos nos perguntar: qual serviço, ofício ou ministério Paulo exerceu e qual é a tarefa que hoje cabe aos “ministros/as” da igreja? A própria palavra diakonia, diakoneo, quer dizer, em primeiro lugar, servir à mesa, mas também designa cuidar, auxiliar, ajudar, apoiar (cf. 2Co 3.3; At 6.1). Assim como Paulo se dispôs a cuidar e apoiar os coríntios nos primeiros passos da fé cristã, assim também ministros/as da igreja são convocados a não esmorecer diante da árdua e linda tarefa de guiar, acolher, auxiliar o povo de Deus, a exemplo do Bom Pastor (cf. Sl 23, Jo 10). São muitas as provações e tentações que os servidores de Deus passam nos dias de hoje, sendo que o maior desafio é permanecer coerente com a boa-nova do evangelho, sem esquecer-se da denúncia de injustiças e opressões, sendo coerente com o próprio Cristo que veio para servir e não ser servido. A diakonia é central para a Segunda Carta aos Coríntios. O termo serviço aparece 12 vezes na carta, cinco vezes o termo servidor e três vezes a palavra servir. Serviço nada mais é do que a proclamação do evangelho (4.1), a proclamação da reconciliação (5.18; 11.8-15) e concretiza-se no serviço da coleta aos pobres de Jerusalém (8.4;19-20).

O que iluminou o agir e pensar de Paulo em sua missão foi o servidor de Deus, oriundo do profeta Isaías (Is 49.8). 2 Coríntios 6.2 faz referência ao dia oportuno, da salvação, ao “agora”. Enquanto em Isaías o texto dirige-se ao servo de Deus, nesse texto é transferido para a comunidade, sendo que o tempo favorável é sempre o tempo da chegada de Deus neste mundo. Assim, quando os coríntios receberem a carta que Paulo lhes escreveu e envia, será esse o momento da vitória de Deus no mundo.

Paulo deseja servir a Deus, sendo cooperador dele na missão. Quando somos embaixadores aprovados do reino de Deus, somos capazes de reconhecer que nossa ação neste mundo é de cooperadores com Deus. A palavra que é utilizada no texto grego e traduzida por “cooperador” é synergontés. Essa palavra pode ser traduzida por “aquele que trabalha ao lado de outro”. Nesse caso específico, Paulo está dizendo que estamos trabalhando ao lado de Deus. Como embaixadores ou representantes do reino neste mundo, a igreja precisa tomar consciência de que sua missão é compartilhada com a missão de Deus. Isso nos enche de honra, não de arrogância; de responsabilidade, não de mediocridade. Nosso ministério é dar continuidade à obra iniciada por Cristo quando se encarnou e morreu por nós.

Por isso a igreja, assim como Cristo, apregoa a reconciliação (5.20). Quando nos dispomos a ser ministros/as, servidores/as de Deus em sua missão, sabemos que esse não será um caminho de rosas e plumas. O ministério de Paulo é marcado pelo sofrimento físico e também pela constante graça espiritual. Paulo não vê seu ministério de forma triunfalista e pleno de vitórias, mas de forma realista e cheio de lutas. Há ofensas, há desonra, há infâmia, mas também há honra, há reconhecimento, há boa fama, há vitória. Assim como o ministério paulino, a igreja deve reconhecer sua realidade ambígua, sendo santa e pecadora, sujeita à infâmia e perseguição por estar unida com Jesus, que encarnou o serviço ao próximo e ao mundo ofertando sua vida e que jamais pecou. Não devemos nos assustar, quando, no exercício de nossa ação de embaixadores, somos injuriados e perseguidos, porque esses são sinais de que estamos agindo da forma certa.

2 Coríntios 6.3-10 – Defesa do verdadeiro ministério

Aqui Paulo repete a descrição que deu da pobreza do ministério apostólico, exposto em 4.7-12. Reafirma que está agindo sob o sinal da cruz, da fraqueza de Cristo. O ministério verdadeiro é aquele que encontra sua força no meio da fraqueza que passa e sente. Aqui, nesse trecho do texto, aparece um retrato do servidor de Deus. Como servidor (dyakonos), Paulo não pretende se vangloriar, mas se justificar perante a comunidade dos coríntios. Ele não tem recomendação de ninguém para exercer o seu ministério, antes a si mesmo se recomenda pela trajetória de seu serviço. Ele dá testemunho de sua trajetória de fé e vida. Assim, o verdadeiro ministro/servo de Deus:

V. 3 – Não dá motivo de escândalo em cousa alguma.

V. 4b-5 – Vive com a virtude da paciência, que significa confiança, fidelidade, apoio, capacidade de resistir, continuidade, perseverança. Não seriam essas as atitudes que regem a vida do verdadeiro ministro/a servo/a de Deus? Ao mencionar a virtude da paciência, Paulo lembra de suas tribulações, necessidades, angústias, o que prova que em nenhum momento viveu da glória, de vitórias ou triunfalismo; antes enfrentou sofrimentos na prisão, tendo que trabalhar arduamente para sustentar-se, passando até por privações de comida.

V. 6 – Segue a virtude da pureza (3.13; 4.2), significando aqui a lealdade e sinceridade do apóstolo/discípulo de Jesus. Paulo não deseja enganar ninguém, tampouco usar máscaras; não usa segundas intenções em seu serviço de proclamador do evangelho.

V. 7 – Proclama a palavra da verdade = evangelho, aquela palavra que não se deixa desvirtuar, corromper, permanecendo fiel ao evangelho da cruz e da pobreza; recebe unicamente o poder de Deus = o apóstolo não conta com outros poderes humanos; usa as armas da justiça = tal qual o soldado, quem exerce o ministério na igreja fá-lo como um constante combate, sem descanso, sempre perigoso, podendo encontrar a vitória ou a derrota, a boa ou a má fama.

V. 8-10 – Seguem sete antíteses. Aqui Paulo retoma todas as acusações que lhe são feitas e faz a sua defesa a partir do ministério do serviço da cruz de Jesus Cristo. Essas antíteses resumem toda a carta de apologia do apóstolo: 

Os falsos ministros: da autoglorificação O verdadeiro ministério: do serviço
Desonra Honra
Infâmia Boa fama
Enganador Verdadeiro
Desconhecido Conhecido
Moribundos Vivos
Tristeza Alegria
Riqueza Pobreza

4. Indagações para a pregação

Ser ministro/ministra é ser dyákonos, servidor, auxiliador, apoiador, cuidador. Em que sentido essas qualidades aparecem em sua comunidade? Em que situações?

No início da Quaresma, qual caminho de ministério somos convidados a seguir: o da morte ou da vida, dos falsos apóstolos ou do ministério do serviço, da humildade e da cruz ou da glória?

No Encontro de Obreiras e Obreiros da Pastoral Popular Luterana (PPL), realizado nos dias 01 a 03 de junho de 2010, foi realizada uma análise de conjuntura política/econômica/social e eclesial. Nessa foram partilhados alguns pensamentos para “comemorar o dia da pastora e do pastor” em 10 de junho. Compartilho alguns desses pensamentos que querem orientar nossa caminhada de ministros e ministras, a fim de que optemos pelo ministério do serviço e da cruz, tal qual fez o apóstolo Paulo em seu tempo.

Em “Reflexões em torno de Lutero” v. 1, uma edição especial da revista Estudos Teológicos de 1981, na página 77, consta esta afirmação de Lutero: “Por isso o pregador deve conhecer o mundo muito bem e reconhecer que ele é desesperadamente mau, propriedade do diabo, na melhor das hipóteses”.

Lutero diz ainda: “Pregar Cristo é um ministério pesado e perigoso. Se outrora eu tivesse sabido disso, nunca teria aceito, mas diria, como Moisés: ‘Envia quem tu quiseres!’ Se eu tivesse sabido, ninguém haveria de me convencer” (“Reflexões em torno de Lutero” vol. I, uma edição especial da revista Estudos Teológicos de 1981, página 81).

Também diz na Tese 21 da Demonstração das Teses Debatidas no Capítulo de Heidelberg: “O teólogo da glória afirma ser bom o que é mau e mau o que é bom; o teólogo da cruz diz as coisas como elas são. Isso é evidente, pois enquanto ignora Cristo, ele ignora o Deus oculto nos sofrimentos. Por isso prefere as obras aos sofrimentos, a glória à cruz, o poder à debilidade, a sabedoria à tolice e, de um modo geral, o bem ao mal. Esses são os que o apóstolo chama de inimigos da cruz de Cristo, certamente porque odeiam a cruz e os sofrimentos, ao passo que amam as obras e a sua glória”.

A maioria das paróquias gostaria de ter pastores “transgênicos”: com genes do Sílvio Santos e do Faustão misturados aos do Roberto Carlos para realizar o ‘show da fé’ para encher a igreja. Lutero diz com ironia e sarcasmo: “O pregador, como o mundo agora o quer, deve ter as seis seguintes características: 1. ser erudito; 2. ter boa pronúncia; 3. ser eloquente; 4. ter boa aparência, para ser amado pelas mocinhas e senhoritas; 5. não aceitar, mas ainda por cima distribuir dinheiro; 6. falar aquilo que o pessoal quer ouvir”. Falando agora da coerência do/a pregador/a, Lutero diz: “Um bom pregador deve ter as seguintes qualidades e virtudes. Primeiro, deve saber ensinar direito e corretamente. Segundo, deve ter boa cabeça. Terceiro, deve ser bem articulado. Quarto, deve ter boa voz. Quinto, boa memória. Sexto, deve saber parar. Sétimo, deve estar certo do que fala e ser aplicado. Oitavo, deve investir na sua tarefa o corpo e a vida, os bens e a honra. Nono, deve saber aturar o desprezo de todos”.

“Aquilo que anunciamos a vocês não se baseia em erros ou em má intenção; e também não tentamos enganar ninguém. Pelo contrário, sempre falamos como Deus quer que falemos, porque ele nos aprovou e nos deu a tarefa de anunciar o evangelho. Não queremos agradar as pessoas, mas a Deus, que põe à prova as nossas intenções. Pois vocês sabem muito bem que não usamos palavras bonitas para enganar vocês, nem procuramos tapear vocês para conseguir dinheiro. Deus é testemunha disso” (1Ts 2.3-5 NTLH).

5. Subsídios litúrgicos

Liturgia de bênção com cinzas:
Essa liturgia relembra que fomos formados do mesmo elemento do pó da terra (Gn 2.7), lembrando o aspecto da humildade que Jesus ressalta em sua vivência. Voltar para o caminho da humildade e serviço são mudanças concretas e necessárias em nossa vida.

Igualmente a Bíblia nos relata vários momentos em que os dirigentes e/ou o povo “vestiam-se com panos de sacos e cobriam-se com cinzas”, a fim de demonstrar seu arrependimento e mudança de rumo na vida, por exemplo: Jeremias 6.26-30; Daniel 9.3-19; Jonas 3.6-10; Lucas 10.16 etc.

Na liturgia da Quarta-feira de Cinzas, pode ser introduzido o gesto simbólico da bênção com as cinzas, que é o sinal de nossa entrega a Deus no caminho da conversão, da mudança de rumo que Ele nos propõe a partir desse tempo quaresmal.

A bênção pode ser realizada após a pregação como gesto simbólico de comprometimento com a mudança que é necessária ocorrer na vida de cada pessoa, aspergindo um pouco de cinzas sobre a cabeça da pessoa ou fazendo o sinal da cruz na testa (ou as duas coisas), dizendo: “Lembra-te que és pó e ao pó voltarás!” (Gn 3.19); ou: “Segue o caminho da humildade, servindo a Deus e a teu próximo, hoje e sempre”. Como podemos jejuar na Quaresma?

Jejue de julgar os outros e descubra Jesus que vive neles.
Jejue de palavras que ferem e farte-se de frases que purificam.
Jejue de descontentamentos e viva cheio de gratidão.
Jejue de ofensas e injúrias e farte-se de mansidão e paciência.
Jejue de pessimismo e encha-se de esperança e otimismo.
Jejue de preocupações e satisfaça-se de confiança em Deus.
Jejue de lamúrias e queixas e satisfaça-se com as coisas simples da vida.
Jejue de pressões e farte-se de oração.
Jejue de tristeza e amargura e encha seu coração de alegria.
Jejue de egoísmos e encha-se de compaixão pelos outros.
Jejue de rancores e encha-se de atitudes de reconciliação.
Jejue de palavras e viva de silêncios para escutar a outros.
Jejue de pensamentos de fraqueza e encha-se de promessas que inspiram.
Jejue de tudo o que o afaste de Jesus e procure tudo o que DELE lhe aproximar.
Se todos vivermos esse jejum, nossos dias se irão inundando de paz, de
amor, de confiança. Que os corações se abram com o jejum na Quaresma para
receber o Jesus Ressuscitado!
(Autor desconhecido)

Bibliografia

COMBLIN, José. Segunda Epístola aos Coríntios. Petrópolis: Vozes, Sinodal, Metodista, 1991.
V.V.A.A. As Epístolas aos Coríntios. São Paulo: Paulinas, 1983.


Autor(a): Cristina Scherer
Âmbito: IECLB
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo da Páscoa
Área: Governança / Nível: Governança - Rede de Recursos / Subnível: Governança-Rede de Recursos-Auxílios Homiléticos-Proclamar Libertação
Natureza do Domingo: Quaresma
Perfil do Domingo: Quarta-feira de Cinzas
Testamento: Novo / Livro: Coríntios II / Capitulo: 6 / Versículo Inicial: 1 / Versículo Final: 10
Título da publicação: Proclamar Libertação / Editora: Editora Sinodal / Ano: 2010 / Volume: 35
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Auxílio homilético
ID: 25030

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