Vida Celebrativa - Ano Eclesiástico


ID: 2654

1 Coríntios 10.16-17

Auxílio Homilético

31/03/1988

Prédica: 1 Coríntios 10.16-17
Autor: Martin Dreher
Data Litúrgica: Quinta-Feira Santa
Data da Pregação: 31/03/1988
Proclamar Libertação - Volume XIII
Tema: Quinta- Feira Santa


I - Sugestão de tradução

V. 16: O cálice da gratidão sobre o qual damos graças, não é comunhão com o sangue de Cristo? o pão que partimos, não é comunhão com o corpo de Cristo?
V. 17: Como (é) um pão, nós, os muitos, somos um corpo. Nós todos temos parte no único pão.

II - O texto e seu contexto

Nosso texto faz parte do contexto maior, 8.1-11.1, no qual Paulo discute a questão do consumo de carne sacrificada aos ídolos. A expressão de origem judaica refere-se à carne proveniente de sacrifícios pagãos e que era, parcialmente, consumida pelos crentes no templo e, parcialmente, posta à venda no mercado público. A rigor, toda a carne, na Antiguidade, era carne sacrificada, desconhecendo-se o que hoje designaríamos de carne profana. A cada carneada, a divindade recebia sua parte.

Aos judeus estava proibido o consumo de carne proveniente de açougues pagãos. O fato de formarem grupos populacionais compactos permitia-lhes ter seus próprios matadouros, evitando assim a necessidade de terem que apelar para carne de matadouros pagãos. Diferente era a situação dos cristãos que, além disso, tinham parentes pagãos, os quais lhes serviam carne nas mais diferentes oportunidades.

Para quem era problemático consumir carne sacrificada? Pode-se supor que, em geral, os cristãos de origem gentílica viam menos problemas no consumo dessa carne que os cristãos de origem judaica. No entanto, entre os adversários do consumo de carne sacrificada encontramos também gentílico-cristãos (8.7). Especialmente para os cristãos das camadas mais pobres é que o consumo de carne sacrificada podia vir a se tornar mais problemático, pois para eles o consumo de carne estava restrito às distribuições públicas por ocasião do festas religiosas.


Por outro lado, temos na comunidade aquelas pessoas que, sendo de origem gentílico-cristã e financeiramente bem situadas, não viam problema no consumo de carne sacrificada. Os compromissos sociais levavam-nos a participar de banquetes com carne sacrificada e, além disso, nos círculos de sua relação estava bastante difundido o ceticismo frente à crença nos deuses tradicionais. Foram essas as pessoas que informaram a Paulo sobre as tensões existentes na comunidade. Ao longo de sua argumentação, o apóstolo vai citar a argumentação delas.

Em sua argumentação, Paulo vai seguir quatro passos que poderiam ser assim designados:

1. Conhecimento e autoridade para o consumo de carne sacrificada: 8. 1-13;

2. Exemplo pessoal de desistência de liberdade: 9.1-27;

3. Admoestação quanto à falsa segurança: 10.1-22;

4. Liberdade e responsabilidade quando do consumo de carne sacrificada: 10.23-11.1.


Nosso texto faz parte do terceiro passo da argumentação de Paulo (10.1-22) que pode ser, por sua vez, subdividido em duas partes: 1. A situação de Israel no deserto como referência e admoestação (10.1-13); 2. Ceia do Senhor ou ceia de coisas sacrificadas a ídolos (10.14-22).

Paulo polemiza, em 1 Co 10.1-22, contra a participação em ceias pagãs com carne sacrificada a ídolos, partindo do Batismo e da Santa Ceia. Aparentemente (v. 12), os coríntios pensavam estar imunes à apostasia em virtude de sua participação nos sacramentos. Apontando para o êxodo e para a peregrinação de Israel no deserto, Paulo afirma que a salvação jamais está definitivamente garantida. Batismo e Santa Ceia não são garantia, mas chamam à obediência. A dádiva do Batismo e da Santa Ceia chamam à responsabilidade. Com isso, Paulo elimina qualquer compreensão mágica dos sacramentos. Por outro lado, Paulo também evidencia que os sacramentos não têm seu significado apenas a partir da fé. Também em caso de desobediência os sacramentos têm um significado: condenação. Essa é a reação da graça oferecida para a salvação, quando rejeitada pelos seres humanos. Por isso (v. 14), em virtude da fidelidade de Deus (v. 13), o cristão nega-se, peremptoriamente, a participar de ceias cultuais pagãs, as quais Paulo designa de idolatria (v. 14). A participação nessas ceias é volta à vida anterior, pagã, da qual Cristo libertou o cristão, e provocação do juízo divino. No versículo imediatamente anterior a nosso texto, Paulo apela à capacidade racional e lógica dos coríntios, aos quais designa de sábios, criteriosos, pedindo que ponham à prova sua criteriosidade e sabedoria. Paulo pede que evidenciem sua criteriosidade, analisando sua postura em relação às ceias pagãs de carne sacrificada, a partir da Ceia do Senhor. Em nosso texto, pois, a Ceia do Senhor vai ser critério para a ação cristã na vida diária! É base para a ética.

III - O texto

V. 16. Paulo lembra à comunidade o que lhe é conhecido. Talvez ale esteja citando formulação antiga, à qual dá a forma de uma pergunta. O que nos chama a atenção, no entanto, é a sequência cálice-pão, pois seria de esperar a sequência contrária: pão-cálice. Os exegetas fazem muitas suposições, dizendo que em Corinto teria havido uma sequência diferente das demais comunidades, ou que a inversão teria sido feita por Paulo para facilitar a ligação com a ideia da comunidade como pão, no v. 17. Acho que a questão é mais simples, pois com o v. 15 Paulo põe o acento no v. 16. O v. 17 é apenas um excurso a respeito da unidade da comunidade. É importante lembrarmos que o cálice também estava presente nas ceias cultuais pagãs, sendo usado nas libações. Nestas ceias, no entanto, não era partido o pão. Como o contexto trata da questão Ceia do Senhor ou ceias de coisas sacrificadas a (dolos, Paulo quer, a partir de uma analogia (cálice!), mostrar que as duas ceias cultuais são inconciliáveis. Veja-se o que vem escrito no v. 21: Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demónios! Por causa da analogia intendida, pois, Paulo faz uma inversão em uma fórmula conhecida da comunidade e que deve ter tido a seguinte formação: O pão que partimos é comunhão com o corpo de Cristo; o cálice da gratidão, sobre o qual damos graça, é comunhão com o sangue de Cristo. Paulo lembra, pois, no v. 16, a tradição com uma pergunta e aguarda uma resposta positiva.

O que chama nossa atenção é a dupla caracterização do cálice: É cálice da gratidão e comunhão. O conceito cálice da gratidão (poterion tes eulogías) é tradução da expressão hebraica kos shel berakha que corresponde ao cálice de vinho sobre o qual se proferia a ação de graças ao final de uma refeição festiva. Quando da celebração da ceia pascal, o terceiro cálice recebia essa designação. Na ceia cristã confessa-se, através da ação de graças, que o cálice é o cálice recebido da mão do Senhor e por ele interpretado (cf. Didaquê 9.2). Comunhão (koinonia) designa aqui a comunhão que é concedida através da participação (v. 17.21). A expressão sangue de Cristo é usada por Paulo para designar a morte violenta, mas salvífica de Jesus (Rm 3.25; 5.9). Segundo o Antigo Testamento, a vida está no sangue (Lv 17.11). Por isso, a expressão derramar o sangue de alguém significa: matar alguém de modo violento (Gn 9.6). Em Mt 27.6, sangue significa morte violenta. Sangue de Cristo deve ser entendido nesse sentido de morte violenta. A palavra Cristo, nesse contexto, quer sublinhar o caráter salvífico dessa morte violenta. O v. 16a traz em si, resumidamente, o seguinte significado: ao beberem do cálice, os crentes têm parte na ação salvífica da morte de Cristo na cruz.

O v. 16b parte do costume veterotestamentário do partir do pão (Jr 16.7; Lm 4.4). O pai partia o pão e dava os pedaços aos membros da família. Essa ação mostra que não era vista como ação sacrificial, mesmo que fizesse parte do louvor na vida diária da família: o pai tomava pão, proferia palavras de louvor, os comensais diziam amém, partia o pão, distribuía-o. A partir daqui compreende-se também o lugar da oração na celebração da Ceia do Senhor: orava-se antes da distribuição do pão e orava-se antes da distribuição do vinho (cf. Didaquê 9.2-4), agradecendo pela dádiva que dá participação na morte salvífica de Cristo. Como corpo (soma) e sangue são paralelos na formulação, corpo é aqui o corpo entregue à morte na cruz (Rm 7.4; 1 Co 11.24).

Conseqüentemente, o pão é o pão que dá participação na ação salvífica da morte de Cristo. O v. 16b afirma: Ao comer o pão, a comunidade tem participação na morte salvífica de Cristo. No comer e no beber, no pão e no vinho, no corpo e no sangue de Cristo fala-se na participação inclusiva dos crentes na entrega do Cristo à morte. Com isso, o apóstolo demonstra que a Ceia do Senhor estabelece uma relação viva da comunidade com o Senhor glorificado, assim como a ceia de carne sacrificada a ídolos coloca seus participantes no âmbito de influência dos deuses pagãos (cf. v. 20s).

V. 17: Paulo divisa na Ceia do Senhor um acontecimento básico para a unidade da comunidade: na Ceia, os crentes são lembrados sempre de novo do fundamento, da base, de sua comunhão, de seu relacionamento. A unidade da comunidade é fundamentada a partir da dádiva da participação sacramental na morte salvífica do Cristo. - O que chama a nossa atenção é o acento que Paulo dá ao pão. A comunidade de Corinto não teve apenas um pão em sua celebração. Mesmo assim, pode-se falar de um pão, pois os muitos pães passam a ser um em virtude de seu significado: todos eles dão participação na morte salvífica de Cristo. Também para a comunidade essa única dádiva tem um significado: a multidão de crentes torna-se um corpo. Participando da morte de Cristo ao comerem do pão, os crentes passam a formar um todo orgânico. Sua unidade não procede de decisão própria, mas é conhecida sempre de novo pelo Ressurreto que, na Ceia, dá participação em sua morte salvífica. Eles passam a formar uma fraternidade cristã.

Que diz esse breve texto? Cristo nos dá participação em si próprio, isso nos relaciona com ele, nos relaciona uns com os outros, e nos compromete.

IV - Para meditar

Nossas pregações falam pouco de Batismo e de Santa Ceia. Isso nos coloca em desvantagem não só frente às demais confissões cristãs, mas também frente ao Novo Testamento. A tradição eucarística da Igreja faz parte do elementar na vida cristã. É tão elementar que Paulo a pode mencionar no contexto do comer carne sacrificada a ídolos, tornando-a critério para a decisão ética da comunidade. Essa observação nos leva a ver que, no contexto em que se encontram, 1 Co 10.16 e 17 têm caráter subsidiário. Seria justo tratá-los isoladamente em uma pregação? Creio poder afirmar que sim, pois também a questão do comer carne sacrificada aos ídolos não é tema específico da teologia paulina, mas tema relacionado com as questões básicas e essenciais da fé.

À primeira vista a questão do comer carne sacrificada não é mais atual para nós. Uma olhada em 1 Co 10.21 talvez nos leve a refletir de maneira diferente. Por outro lado, somos confrontados com a pergunta, se estamos acostumados a refletir as questões do cotidiano a partir da Ceia do Senhor, se a tomamos como critério ético. Talvez a pregação possa auxiliar-nos a tirar o sacramento do altar do seu isolamento.

1. A fé cristã vive de sua memória, ela sabe que Deus agiu em Cristo, o qual morreu, foi sepultado, ressuscitou e ascendeu aos céus. Essa memória levou os cristãos a pregar e a ensinar. Por causa dessa memória os cristãos celebram o ano eclesiástico; por causa dessa memória celebram culto, no centro do qual está a eucaristia em que os cristãos ouvem o em memória de mim. Cálice e pão são pontos de cristalização da memória cristã. Ao verem cálice e pão, os cristãos pensam no Senhor dos dias terrenos, ao redor do qual os discípulos se reuniam. Na memória ressurge o que foi. No entanto, memória significa muito mais do que lembrança; é o tornar-se-presente daquilo que Cristo falou, ensinou, sofreu, obrou no encontro atual com ele, o ressurreto. E re-apresentação do Cristo presente, pois na Ceia nos vemos confrontados com o Cristo presente, não com o Cristo do passado.

Cálice e pão não sinalizam apenas a presença talvez espiritual de Cristo, não são apenas etiqueta de uma boa garrafa de vinho a apontar para vinho nobre. Etiqueta não dá vinho, apenas aponta para vinho! Quando Paulo fala em comunhão (koinonia) não pensa em etiqueta, pensa em participar em Cristo, em ter parte em Cristo. É como no Credo original: comunhão dos santos é ter parte nas coisas santas (communio sanctorum), nos meios da graça, através dos quais Cristo se doa aos seus. Somente como dedução é que a Igreja é comunhão dos santos, i. é, comunhão daqueles que através das coisas santas (Batismo e Eucaristia) têm parte em Cristo e em seus benefícios. Ao tomarmos cálice e pão temos parte no próprio Cristo, melhor, em seu sangue e corpo, pois ele se identifica com cálice e pão. Cristo usa cálice e pão para sua epifania.

Cristo nos dá participação em si próprio. Ele não dá alguma coisa, mas a si mesmo, como pessoa, o corpo do Senhor ressurreto. É disso que participamos; participação é mais do que contato espiritual. Tomai, comei, bebei dele todos. Participação significa - ao mesmo tempo - que ele nos puxa para dentro de si, que ele nos incorpora em seu corpo celestial, que temos parte no Reino. E, é terrível cair fora dessa incorporação (cf. 1 Co 10.1ss.).

Ele se dá, se distribui todo, como pão e vinho. Ele se dá a nós, assim como nós dele necessitamos. Tão profunda é sua penetração em nós. Seu encontro pessoal conosco não se dá à parte da nossa responsabilidade. Encontro do pessoa com pessoa se dá em, com e sob as condições de pessoas. Quando duas pessoas se amam, uma toma a mão da outra. Esse ato não é apenas expressão, mas é comunhão que está se concretizando. O mesmo acontece no matrimónio que necessita de comunhão corporal e pessoal; ele não funciona pelo telefone. Na Ceia, Cristo se nos dá de tal maneira que o podemos apalpar, pegar e subsumir em nós. Aí ele é tão real como nos dias terrenos. Foi assim que ele o quis na noite da quinta-feira santa para que nós o tivéssemos sempre conosco.

2. Os muitos tornam-se um corpo através da participação na Ceia do Senhor, no corpo e no sangue do Senhor. A participação no corpo do Cristo ressurreto que nos é oferecido no sacramento, transforma-nos em Igreja, corpo de Cristo. Quando o Ressurreto entra em nós, aí temos o mesmo Cristo em todos nós. Essa presença não pode ser percebida como tinta fosforescente. Mesmo assim, nós confessamos a sua presença nas dádivas da Ceia; confessamos a presença do Cristo que se doa e se reparte na comunidade que é seu corpo.

A unidade da comunidade não é resultado de um encontro casual de pessoas que resolvem ter contato permanente e que aprendem a se amar, a se respeitar e a se saberem dependentes umas das outras. Não que isso não devesse existir na comunidade de Jesus. Isso deve existir! É lógico que algo não está certo na comunidade, quando os membros se orientam no Cristo presente, mas são estranhos uns aos outros. No entanto, o primário e o primeiro de uma comunidade não são as ligações e relações horizontais, mas a ligação vertical com Cristo. Nossa unidade não é o resultado de nossa decisão de caminharmos juntos, mas resultado da entrada de Cristo em nós. Mesmo que duas pessoas pouco ou nada saibam uma da outra ao se dirigirem ao altar, quando voltam sabem que em cada uma delas está Cristo e que elas, portanto, formam uma unidade. A unidade da comunidade não é algo que precise ser alcançado, ela nos é dada em Cristo.

Mas, a partir da Ceia estamos realmente unidos? O sacramento estabelece pontes onde também do ponto de vista humano só havia abismos intransponíveis. Agora todos estão comprometidos com todos. A vitória de um é a vitória do outro, o fracasso de um não fica sem consequências para o outro, toda a dor é dor para todos, toda alegria é alegria de todos (v. 17). Temos muito a descobrir na comunhão desse sacramento! Também a dor do dedo mindinho (Lutero) do próximo deve por mim ser sentida na Eucaristia.

3. Por fim, a participação no corpo e no sangue de Cristo tem poder comprometedor e exclui todos os demais compromissos: Portanto, meus amados, fugi da idolatria (1 Go 10.14). Um cristão não pode participar em atos cúlticos destinados a reverenciar outras divindades, desobedecendo o primeiro mandamento. Sei que a afirmação pode soar muito dura. Em nosso dia-a-dia convivemos com pes-soas que não são cristãs. Sabemos também que somos devedores de todos os seres humanos, aos quais devemos servir e amar (Gl 6.10; Rm 12.8). Deus não nos ordenou sair do mundo (1 Co 5.10). Diferente, no entanto, é a questão quando se trata de reverenciar ou adorar outras divindades. A resposta de Paulo é unívoca: Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demónios; não po-deis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demónios. (1 Co 10.21)

Mas, não é assim que os ídolos são nada (1 Co 8.4)? É verdade. Eles são nada (1 Co 10.19). No entanto, há cristãos que julgam poder fazer sacrifícios (thyousin - 1 Co 10.20) a esses nada, e o sacrifício é uma confissão. Quando se sacrifica, se está fazendo algo. Os demónios fazem parte da natureza criada por Deus, mesmo que sejam seres caídos. No entanto, quando lhes prestamos sacrifí-cios, eles ascendem à posição de deuses. O cristão que conhece o primeiro mandamento e sabe que Jesus Cristo é o único Senhor manter-se-á distante de atos cultuais pagãos. Ele não pode portar-se levianamente em relação àquilo que o salva e santifica (1 Co 10.1ss). O sincretismo não significa perigo para Deus, mas para nós. Quando Cristo se oferece para nós ele também nos quer totalmente. Ele é exclusivista. Ao mostrar a profaneidade dos ídolos, tirando o caráter divino do mundo, ele nos liberta de falsos deuses, desimpedindo-nos para um alegre serviço no mundo. Ao falarmos sobre esse aspecto da Ceia que nos compromete com Cristo e exclui o compromisso com outras divindades, não deveríamos nos fixar na polémica com as religiões ao nosso redor, mas também verificar os deuses do quotidiano: Estado absolutista, segurança nacional, capital, etc.

V - Subsídios litúrgicos

1. Confissão de pecados: Queremos conversar contigo, misericordioso Deus e Pai. Queremos conversar a respeito de nosso fracasso; pois reconhecemos que não correspondemos a tua vontade, em nenhum dia. Sabemos de teu amor. No entanto, somos reticentes na transmissão desse amor, porque temos dificuldades em perdoar outras pessoas, assim como tu nos perdoaste. Sabemos a respeito de tua paciência, desta paciência que se manifestou no sofrimento de teu Filho. No entanto, não conseguimos ser pacientes. Sabemos a respeito de tua palavra da nova vida; no entanto, calamos quando deveríamos falar. Silenciamos por medo e por comodismo. Senhor, é assim que consumimos nosso dia. É sobre isso que queremos falar contigo. Imploramos teu perdão, pois tu no-lo permitiste em nome de Cristo, nosso Senhor. Amém.

2. Oração de coleta: Senhor, Deus do céu e da terra, nós te suplicamos: Conduze-nos ao mistério do corpo e do sangue de teu Filho. Lembra-nos da noite da traição, para que permaneçamos fiéis. Ouve-nos por Jesus Cristo, que contigo e o Espírito Santo liberta nossa vida do poder da morte. Todo-poderoso Deus, tu és princípio e fim dos tempos, de eternidade a eternidade. Amém.

3. Oração final: Senhor Deus, misericordioso Pai, aproximamo-nos a ti e te agradecemos de coração pela mensagem do perdão! Através de Jesus Cristo, teu Filho, derrubaste os muros. Através de teu Espírito Santo permites que essa tua dádiva se faça presente entre nós e queres que a aceitemos e transmitamos. Senhor, ajuda-nos nessa tarefa, para que não apresentemos apenas palavrório, mas para que ajamos segundo a tua mensagem; para que não saiamos desse culto sem nos perguntarmos: Quem está à espera de meu perdão? Liberta-nos do medo e do orgulho e abre-nos o caminho até as outras pessoas! Tu encheste nossas mãos e corações com a dádiva de teu perdão.

Pedimos-te por nossa comunidade, para que levemos essa dádiva a todos os lares. Pedimos-te por nossa cidade/localidade com todas as suas fábricas/lavouras, hospitais, escolas e moradias. Permite que os cristãos vivam do teu perdão e espalhem o clima da esperança. Pedimos-te, hoje, especialmente poios jovens no mundo, para que se confrontem com tua palavra e orientem sua vida nela com teu auxílio, em nome de teu Filho Jesus Cristo, o qual é nosso Senhor, hoje e eternamente. Amém.


VI – Bibliografia

- BERNHARD, R. Meditação sobre 1 Corintos 10.16-17: KIRST, N., coord. Proclamar Libertação. São Leopoldo, 1981. v. 9.
- CONZELMANN, H. Der erste Brief an die Korinther. In: Meyers kritisch-exegetischer Kommentar ueber das Neue Testament. Göttingen, 1969.
- LUTERO, M. Sermón acerca del digníssimo sacramento del santo y verdadero cuerpo de Cristo y Ias cofradías. In: Obras de Lutero. Buenos Aires, 1971, v. 5.
- VOIGT, G. Meditação sobre 1 Coríntios 10.16-17. In: ———————. Die himmlische Berufung. Göttingen, 1981. WOLFF, Chr. Der erste Brief des Paulus an die Korinther. In: Theologischer Handkommentar zum Neuen Testament. 2a ed. Berlin, 1982, v. 7, tomo 2.


Autor(a): Martin Dreher
Âmbito: IECLB
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo da Páscoa
Área: Governança / Nível: Governança - Rede de Recursos / Subnível: Governança-Rede de Recursos-Auxílios Homiléticos-Proclamar Libertação
Natureza do Domingo: Quaresma
Perfil do Domingo: Quinta-feira Santa
Testamento: Novo / Livro: Coríntios I / Capitulo: 10 / Versículo Inicial: 16 / Versículo Final: 17
Título da publicação: Proclamar Libertação / Editora: Editora Sinodal / Ano: 1987 / Volume: 13
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Auxílio homilético
ID: 13272

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