Acolhida
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Que cada pessoa que participa deste culto on-line se sinta bem-vinda a este encontro com Deus. Que nesta celebração possamos nos sentir em casa, no berço de Deus, permeados de amor e cuidado. Que Deus derrame sua graça e bondade sobre nós e sobre toda a humanidade.
Pregação baseada em 1 João 3.16-24
Você já foi amada? Já foi amado? Que pergunta! Deixem me explicar: Só pode amar quem foi amado, nesse sentido o autor da Primeira carta de João lembra aos cristãos que foram tornados aptos para amar por Cristo. Jesus deu a sua vida por amor, realizou um sacrifício extremo na cruz e por isso temos a possibilidade de amar. Mas, amor não é teoria. Ainda que muitas pessoas tentem estabelecer um simples conceito sobre o amor, o amor é tão diverso que não podemos guardá-lo dentro de uma caixinha.
As pessoas que foram amadas por Jesus são convidadas a amar de verdade. Não em teoria, mas na prática. O que Cristo realizou faz com que as pessoas sejam exortadas à prática, a irem além de um conhecimento teórico sobre o que Deus quer na sua vida e na vida das outras pessoas. A fé em Deus vai além do simples conteúdo que é sabido pelo crente, a fé leva a uma prática diferenciada que permite exprimir esse conteúdo em ações concretas. Assim por exemplo, é ótimo saber de cor os dez mandamentos, mas não adiantam de nada se não os colocamos em prática em nossa vida.
O que é colocado em nosso texto, não é só para alguns, mas é para todas as pessoas que seguem a Cristo. Os que estão dentro da comunidade de fé devem experimentar o amor de Cristo em suas vidas de forma que possam transmitir esse amor aos demais. Não existe uma casta especial de pessoas que por serem mais santas ou terem certas atribuições devem realizar ou deixar de realizar certas ações. Em nosso texto é indicado que todas as pessoas pelas quais Cristo morreu vivem o amor em todas as suas ações.
Se na época de Lutero, a principal preocupação das pessoas era a realização de obras para alcançar a salvação, hoje, nós estamos no outro extremo. O nosso problema é a falta de boas obras. A apatia e o individualismo afetam o agir cristão: “A salvação é minha somente, os outros que se virem para tê-la”. Barreiras são colocadas a nível individual e a fé não é mais vivida de forma coletiva. Muitas vezes, tem-se a impressão de que a vivência coletiva até atrapalha o exercício da espiritualidade. Eu acredito em Deus, eu na minha casa. Não preciso dos demais. Mas, esse não é o pensamento bíblico. Então como poder viver corretamente a nossa fé?
Ninguém deve ser obrigado a amar, mas o agir cristão tem como base o amor. Da pessoa cristã brota o amor assim como de um manancial brota água. Não é por obrigação que o cristão ama, mas porque é sua essência, seu ser. Fazer as obras da fé em amor é copiar do melhor jeito possível o amor divino. Um cristão deveria de saber viver em amor, assim como um mecânico sabe de máquinas ou um agricultor sabe da roça. Um cristão deveria saber das coisas de Deus e o que Deus quer e assim viver de acordo com aquilo que sabe e prega. O agir em amor leva a um novo estágio nas relações humanas. O próximo não é empecilho, ao contrário é um facilitador no cumprimento da vontade divina e no exercício da espiritualidade cristã. Que Deus nos ajude a viver e transmitir o seu amor. Amém.