Quaresma - Tríduo Pascal - Tempo Pascal



ID: 2656

03/04 (Sexta-feira Santa) Lucas 23.32-49; 1 Coríntios 1.18

02/04/2015

O acontecimento no monte Calvário é, humanamente falando, terrível, incompreensível e escandaloso. Ainda assim, nas mais densas trevas brilha silenciosa e sutilmente a glória de Deus.

Sob a cruz: o povo assistindo com curiosidade, líderes perversos, soldados fazendo sorteio. Mas um dos que ali estavam louvou a Deus – o centurião romano. – Ao lado da cruz: um criminoso zombador. Porém, havia também o outro, que reconheceu ser um pecador e pediu que Jesus o salvasse. – Sobre a cruz e ao redor dela: as trevas cobriram aquele acontecimento – um sinal do distanciamento de Deus. Mas o véu do santuário se rasgou de alto a baixo. O acesso a Deus está liberado. Qualquer um pode chegar-se a ele por intermédio de Jesus (Jo 14.6). – Na cruz: a placa com o motivo da condenação do moribundo, que perdoou a todos e cumpriu a vontade do Pai. No momento da sua morte Jesus disse palavras decisivas. Que certeza maravilhosa ele deu ao ladrão: “Hoje estarás comigo no paraíso!” A partir daquele momento o condenado foi reinserido na comunhão com Jesus. Também para os outros, “que não sabem o que fazem”, porque a dimensão espiritual do plano divino lhes estava encoberta, Jesus tem uma palavra: “Pai, perdoa-lhes!” Que amor imenso: O servo sofredor de Deus ora pelos malfeitores (Is 53.12). “E a vós outros também que outrora éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis” (Cl 1.21 e 22). Aqui está o verdadeiro consolo.

“Em silêncio nos curvamos ante a tua cruz, Senhor, e humildes adoramos o poder de teu amor. Adoramos o milagre: Eis que o Filho se humilhou; obediente até a morte nosso fardo carregou. Haja noite tenebrosa: Luz provém de Gólgota, luz que rompe pelas trevas, que o inferno vencerá. Cristo, o Salvador, expulsa de seu reino angústia e dor. Emudece a própria morte: prevalece o seu amor” (F. Von Bodelschwing).
 


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