Há poucas semanas vivemos o período da Quaresma, há alguns dias foi a sexta feira da paixão, o sábado de aleluia e domingo de Páscoa. Há pouco, recordamos passo a passo a trajetória de Jesus até chegar à cruz. Todo o seu sofrimento, dor, humilhação e morte. Mas agora imaginemos como estavam aquelas pessoas: faziam poucos dias que Jesus havia sido morto e sepultado, e junto com Jesus, foi sepultada a dignidade e a fé daquelas pessoas.
As pessoas estavam novamente com medo, sem saber por onde trilhar. Jesus, o Filho de Deus, em quem eles depositaram todas as suas esperanças, esse mesmo Jesus estava morto! Como eles deveriam ficar? Arrasados!
O interessante é que eles não se deram conta, que Jesus ressuscitaria após três dias. E foi exatamente assim que aconteceu. Jesus apareceu para os discípulos! Ele apareceu e os saudou com: “A paz seja convosco”. Como será que foi a reação daqueles discípulos?
Imaginemos por alguns instantes. Provavelmente eles devem ter ficado muito assustados! Há pouco eles choravam a morte de Jesus: o fim de suas esperanças; de repente, pelo mesmo motivo que eles choravam, agora podiam se alegrar!
Jesus mostra as suas feridas. Com esta espontânea atitude de Jesus, podemos imaginar que os discípulos ficaram extáticos, sem saber o que fazer, e, até, quem sabe, assustados, com mil pensamentos os rodeando.
Porém, logo depois chegou Tomé, que podemos dizer, “pegou o bonde andando”, não sabia exatamente o que se passava. Os outros discípulos foram informar Tomé que viram Jesus. Será que ele acreditou? Não!
Ele dizia: “Se eu não vir o sinal dos pregos nas mãos dele, e não tocar ali com o meu dedo, e também se não puser a minha mão no lado dele, não vou crer!” (João 20.25b)
Poderíamos recriminar Tomé neste momento, pois ele DEVERIA ter acreditado! Mas será que agiríamos diferente? O interessante deste texto bíblico é que Jesus não recrimina a dúvida de Tomé. Oito dias depois Jesus retorna ao local de reunião dos discípulos e mostra suas feridas, como que dissesse à Tomé: “Olhe bem, aqui está. Pare de duvidar e creia”. Tomé exclamou: “Meu Senhor e meu Deus!”.
Tomé creu! Ele testemunhou sua fé! Ele acreditava que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo. Aquilo tudo, porém, estava sendo demais para ele! Jesus se alegra que Tomé creu! Que bom!
Mas e nós quantas vezes precisamos “ver” para crer? Jesus diz: “Felizes são os que não viram, mas assim mesmo creram!” Que possamos crer mais, sem contestar e “exigir provas”, milagres, feitos grandiosos, que possamos crer no amor e simplicidade deste Deus que veio ao mundo através de Jesus Cristo, morreu e ressuscitou!
Iraí/RS