Celebração


ID: 2651

Sobre o ADVENATAL

05/12/2011

Conforme o Calendário Litúrgico da Igreja celebramos, no domingo que passou, o 2º domingo de advento. Ao todo são quatro. Depois vem o Natal. Estes tempos são, liturgicamente, bem definidos. Advento é um tempo de preparação pessoal e comunitária para a acolhida do Deus criança (Mateus 3). Natal tempo de celebrar o evento histórico: o nascimento de Jesus Cristo, Deus que se faz carne e mora entre nós (João 1.14). Tanto o advento quanto o natal são períodos encantadores e nos enchem de esperança por vida abundante e salvação, pois onde Deus está as coisas não continuam como são e estão.

A sociedade também mostra isto naquilo que chama de “magia do natal”. Ela “transforma” as pessoas: por um período a insensibilidade, o rigor, as preocupações em demasia, ...dão lugar a um clima e ambiente mais fraterno, acolhedor e festivo. Cobranças e metas a cumprir dão lugar a abraços, beijos, votos fraternos. Presentes, doações especiais e gestos benevolentes aproximam pessoas e encantam vidas. É, a “magia do Natal” cria novos tempos e atmosfera. Alguns dizem: “pena que é somente nesta época do ano”. Outros dizem: “que bom, são sinais de esperança”.

Creio que cada um/a de nós já experimentou isto abundante e ricamente. Neste texto, porém, quero convidar você a refletir ainda outro aspecto: a antecipação do natal, ou ainda, a mistura do tempo de advento e natal na vida das comunidades. Sim, é isso mesmo. O comércio não sabe o que é advento – tudo é natal e já começa em outubro. Mas nós sabemos. Em muitas comunidades o Natal (Programa de Natal ou Teatro de Natal) é encenado já no 2º ou 3º domingo de advento. O nascimento de Cristo é celebrado ainda no tempo da espera, do preparo, da meditação.

É claro que há várias razões para tanto: os grupos da comunidade encerram suas atividades antes do natal; as pessoas querem guardar um tempo para organizar o Natal da família; ou ainda viajar para encontrar familiares que moram em outra cidade (Estado) para um Natal em família. A antecipação dos festejos natalinos é, sob este ponto de vista, a forma que se encontra para, apesar de todos os afazeres, celebrar também o natal em comunidade. Este esforço é bonito e queremos reconhece-lo.

Ao mesmo tempo cabe a pergunta para reflexão: diminuímos o tempo de preparo para a vinda do Deus criança; “apressamos” o tempo da reflexão individual, da avaliação da vida e do perdão. Chegamos logo àquilo que importa: o nascimento do menino Jesus. A intervenção de Deus na história humana. “Vamos logo ao que interessa”.

Entre vários riscos possíveis de ser enumerados, cito somente um: o de transformar, sempre mais, o Natal em simples feriado, não mais em momento de avaliação, conversão, reconciliação e salvação. Esta sim, a verdadeira “magia do natal”, aquela que enche a vida de esperança e novas oportunidades.

Pode ajudar na reflexão o que chamamos de dinâmica da vida. A figura do agricultor simboliza isto bem. Ele semeia, cuida da plantação e, no tempo certo, faz a colheita. Não tem como pular etapas. É preciso passar, pacientemente, por todas elas. Ensaiar a paciência e permitir-se viver o tempo da graça de Deus (Kairós) é ensaio importante em nossos dias. Será que não está aqui uma das principais razões de grande parte das angústias das pessoas?

Desejo convidar você para a reflexão.E, no que convido, encontro também alento na seguinte conclusão: não importa se celebramos o natal mais cedo ou mais tarde, importa é aproveitar a riqueza de cada momento que Deus nos dá.

Que Deus, pela dinâmica de cada comunidade e família, possa renascer neste advento e Natal.
 


Autor(a): Marcos J. Ebeling
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo do Natal
Testamento: Novo / Livro: João / Capitulo: 1 / Versículo Inicial: 14
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 11969

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