Um dos textos bíblicos mais interessantes e citados do Novo Testamento é aquele que testemunha o Jesus ressuscitado a caminho de Emaús. Murchos e entristecidos com os acontecimentos relativos à crucificação do Mestre, Jesus dá-se a conhecer a dois seguidores seus e isto de forma estranha. Ele é reconhecido conversando a caminho e, depois sentado à mesa, quando repartiu o pão abençoado com os discípulos. O Novo Testamento apresenta outras testemunhas que se puseram, a caminho, levando adiante a Boa Notícia do Cristo Salvador. Desde a Judéia passando pela Galiléia, nas cidades de Cesaréia e Jope, entre muitas outras localidades, Pedro, Cornélio, o apóstolo Paulo, assim como inúmeras pessoas conhecidas e desconhecidas tornaram-se mensageiros do Senhor que ressuscitou.

Escrevo este texto na 2ª feira da Páscoa. Há países, em especial na Europa, onde o evento maravilhoso da Páscoa tem tanta relevância ao ponto de ser festejado em dois dias seguidos. Estando a caminho, seja em Joinville, Jaraguá do Sul ou no Planalto Norte Catarinense, continuamos nas mesmas pegadas como anunciadores e anunciadoras dessa ótima notícia: o vale dos ossos secos e que a cruz erguida no morro de Gólgota não estão com a última palavra. O Evangelho de que o Jesus da Páscoa inaugurou um novo tempo, abriu a visão de um futuro novo, semeando esperança, é especialmente dinâmico, com poder para derrubar do trono as forças que continuam investindo na realidade da morte e resistentes à oferta da vida em abundância.

A vivência do espírito ecumênico encontra um manancial forte junto à Boa Notícia da ressurreição de Jesus Cristo.

Por isto destaco que o acontecimento da Páscoa:
- Remete a Cristo, o Salvador. É Ele que sara todo tipo de ferida, também aquela que machuca o convívio e o relacionamento na grande família cristã.
- Anuncia que Jesus Cristo ressuscitou. O poder de Deus rompe as cadeias da maldade e destrói a falta de esperança.
- Páscoa continua animando as pessoas, em tempos da modernidade, a serem porta-vozes de Jesus Cristo, que vive. Vale a pena segui-lo como discípulo, ser instrumento da sua bênção.
- Indica ao perdão e à reconciliação. Pessoas, grupos, famílias e toda a comunidade eclesial podem inaugurar um novo relacionamento com Deus e buscar uma nova atmosfera de convívio entre si.

Na 2ª feira da Páscoa e, em todos os dias seguintes, Deus nos envia ao mundo para anunciar vida nova e traçar a política das portas abertas. É chegado o tempo de maturidade para firmar a verdadeira hospitalidade ecumênica.

Manfredo Siegle
Pastor Sinodal do Sínodo Norte-Catarinense
da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
em Joinville - SC

Diocese Informa - 04/2008