“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” João 3.16.
Jesus ressuscitou! O túmulo está vazio! Mas, o que estas palavras nos dizem? Elas ainda podem nos trazer alguma novidade? Afinal, já estão sendo ditas ano após ano?
Se observarmos as festividades que envolvem a época da Páscoa, vamos notar que, na maioria dos casos, damos maior ênfase ao sofrimento e à morte de Cristo do que à sua ressurreição. Isso se mostra nos noticiários, nas programações das cidades, na participação nos cultos. Na sexta-feira santa se fala do sofrimento de Cristo, mas na Páscoa se lembra mais do coelhinho, do que do próprio Cristo. Nesta época a TV mostra bonitas programações que lembram o sofrimento de Cristo, mas temos alguma programação maior que lembra a sua ressurreição? Normalmente, as encenações terminam com a morte de Cristo.
Continua sendo mais fácil crer na morte de Jesus do que na sua ressurreição. Muitos rostos refletem mais o Cristo sofredor e morto do que o Cristo ressuscitado e vivo. São fortes os sentimentos de pecado, culpa, punição e morte, e bem menor a consciência de perdão, de libertação, de vitória, de vida e de ressurreição.
O Deus que ressuscita o seu filho na Páscoa é o Deus da vida, e quer vida. Isso não quer dizer que devemos esquecer o sofrimento de Cristo. Mas, o seu sofrimento e a sua morte não podem apagar a luz, o brilho e a alegria da ressurreição. A comunidade de Jesus Cristo é aquela que crê e que se alegra com a sua fé num Deus que venceu a morte e trouxe de volta a alegria da vida.
Na Páscoa, a luz que estava apagada volta a brilhar. Os sinos que silenciaram na sexta-feira da Paixão voltam a tocar sua alegre melodia. A vida volta a falar mais alto do que a morte. A Páscoa é o momento de proclamarmos a vida, o túmulo vazio, a vitória final de Deus. A Páscoa é o momento de anunciar esta boa notícia aos outros, assim como fez Maria Madalena.
Às vezes, pode nos parecer difícil compreender a ressurreição. Ninguém viu o momento exato em que Cristo voltou à vida, nem mesmo Maria Madalena.
Aos olhos da fé é revelada a possibilidade de uma vida renovada. Não é preciso ver para crer. Assim como Pedro e o outro discípulo foram para casa crendo, mesmo sem ver o Jesus ressurreto, nós hoje também cremos, sem precisar ver.
Desde a Páscoa, a morte não tem mais mãos que podem segurar para sempre. A morte foi vencida. Cristo ressuscitou. Ele venceu o túnel escuro e voltou à vida. Nós também viveremos pela fé que depositamos no Deus da vida.
Que a libertação, a vida, a esperança e a alegria da Páscoa possam estar presentes em nossa vida todos os dias. Amém!
Bacharel em Teologia Lenira Kloss/Paróquia de Tapejara