Celebração


ID: 2651

Números 21.4-9 - As serpentes na nossa vida

Prédica

22/03/2009


Leitura Bíblica Básica: Números 21.4-9
Outras Leituras:
Autor: P. Elton Pothin
e-mail:
Origem: CEJ - Paróquia Martin Luther
Cidade: Joinville - SC
Data da pregação: 22/03/2009
Data Litúrgica: 4º Domingo da Quaresma / Laetare

Prédica:

Prezada Comunidade aqui reunida.

Este texto fala do tempo em que o povo de Israel caminhava pelo deserto, rumo à terra prometida. Com mão poderosa, Deus o havia livrado Israel da escravidão e dos exércitos do Faraó e o fizera atravessar o Mar Vermelho. Ele guiou o seu povo através do deserto. Quando faltou água, Deus providenciou. Quando houve fome, enviou o maná e codornizes. Assim, ao longo dos anos, Deus tinha demonstrado seu amor e cuidado pelo povo, conduzindo-o para a terra prometida.

Mas os anos passavam, a promessa de chegar à terra prometida não se realizava e o deserto era terrível e implacável. A certa altura, o povo perdeu a paciência, esqueceu-se de tudo que Deus já havia feito, e se revoltou contra ele e contra a liderança de Moisés. Dizia: vocês nos tiraram do Egito para morrer de fome e sede neste deserto. Já estamos cansados, e não vemos quando isso vai terminar. (v. 5)

Também nós somos peregrinos e Deus tem nos acompanhado, caminhando conosco. Ele nos tem dado o pão de cada dia. Ele tem feito maravilhas em nossas vidas, desde o nosso nascimento. Salmo 145.9 diz isto com clareza: “O Senhor é bondoso com todos e cuida com carinho de todas as suas criaturas. (NTLH) Ele tem mantido a nossa vida. E, com mão poderosa tem nos ajudado diante de tantos problemas na vida.

É verdade que a nossa caminhada de vida se dá através de muitos desertos. Existem travessias perigosas, dias de angústia e medo. Muitas vezes desanimamos de nossas esperanças, pois parecem distantes demais. Fome e sede – passar por dificuldades - fazem parte de nossas vidas.

E, muitas vezes, também nós estamos diante da possibilidade de nos esquecermos de tudo o que Deus já tem feito; perdermos a paciência com Deus; e nos revoltarmos. Às vezes estamos diante da tentação de deixar Deus de lado, e resolver as coisas da nossa maneira.

As serpentes têm um significado no imaginário na Bíblia: é apresentada como símbolo da perfídia, da maledicência, da calúnia, da mentira, do engano, tem uma maldade astuta e representa perigo mortal. Deus ter enviado serpentes significa que ele deixou a maledicência, a mentira, o engano, a maldade tomarem conta do povo. Deixar-se “morder” pela serpente significa afastar-se de Deus, significa morrer – “vou fazer o que eu quero, sem perguntar por Deus.” – Deixar-se “morder” pela serpente significa ver o caos da maldade tomando conta, pois onde há ausência de Deus na nossa vida, a maldade e o poder da morte toma conta.

É o que diz o nosso texto. Deus ficou extremamente decepcionado com o seu povo, e o abandonou à própria sorte. Então o deserto se tornou mortal. E o sofrimento se multiplicou sobremaneira e a vida tornou-se insuportável.

É muito importante manter viva a lembrança de tudo que Deus tem feito por nós. Precisamos recordar as muitas bênçãos que Ele nos dá. E, com isto, nos manter firmes na fé, até mesmo nos momentos mais angustiosos e difíceis da nossa vida, quando somos tentados a nos revoltar contra Deus, a pensar que Deus nos abandonou.

E, quando nos deixamos levar – quando nos deixamos “morder” pela serpente – a dor e a morte se fazem presente de forma avassaladora na nossa vida. Quando nos damos conta do que fizemos, nos arrependemos. Então o arrependimento nos leva à oração; nos leva a buscarmos novamente Deus. E a mensagem maravilhosa é que Deus, de novo, ouve a nossa oração.

O nosso texto diz que Deus ouviu a oração de Moisés. Ele não retirou o mal de imediato. Não deixou de haver conseqüências para o pecado do povo. Mas ele providenciou uma saída: quem tivesse sido mordido por uma cobra, e olhasse para a serpente de bronze, ficaria curado.

Nós estamos na época da paixão/quaresma e dentro de alguns dias estaremos celebrando a morte e ressurreição de Jesus. Num mundo que se esquece de Deus, que se esquece de perguntar por sua vontade, a pergunta é: para onde nós podemos olhar hoje? Para onde o mundo deveria olhar para ficar curado do mal?

Nós temos a cruz de Jesus Cristo (apontar para a cruz no altar). Em João 3.14,15, Jesus mesmo diz: “E do modo porque Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna.” A cruz Jesus é que nos faz ver o nosso pecado, pois, aquele que não teve pecado, assumiu todos os nossos pecados e fracassos para que pudéssemos ser perdoados. Jesus sofreu a morte para que nós tivéssemos vida e salvação.

A cruz é o símbolo, é o sinal, é a indicação de que Deus está bem perto de nós; que ele vem ao nosso encontro. O amor de Deus para com a humanidade caída é tão grande que ele deu o seu próprio filho. A cruz, para nós, cristãos, é sinal de vida e salvação.

De onde me virá o socorro?, pergunta o salmista. O Novo Testamento responde: Olha para a cruz. De lá vem o seu socorro!!!!

Levantemos os olhos! Olhemos para a cruz! Ela fala do socorro que vem de Deus e de um amor infinito pela humanidade.

Quando formos “mordidos” pela tentação de duvidarmos de Deus, de nos revoltarmos contra Deus, de expulsarmos Deus de nossa vida, olhemos para a cruz: a cruz estará sempre ali a nos dizer: há um lugar para você no coração de Deus. Você sempre pode voltar. Deus te aceitará de volta e te conduzirá pela estrada da vida

Amém.

Prédica extraída e adaptada de http://www.predigten.uni-goettingen.de/
 


Autor(a): Elton Pothin
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense / Paróquia: Joinville - Martin Luther
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo da Páscoa
Natureza do Domingo: Quaresma
Perfil do Domingo: 4º Domingo na Quaresma
Testamento: Antigo / Livro: Números / Capitulo: 21 / Versículo Inicial: 4 / Versículo Final: 9
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 8806

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