HPD nº 05 Erguei os arcos triunfais ao Rei
Autor da letra: em 1623, por Georg Weissel (1590-1635), publicada em 1624.
Autor da melodia: Johann Anastasius Freilinghausen (1670-1739), publicada no Freylinghausensches Gesangbuch, Halle 1704.
O hino Erguei os arcos triunfais, [no original alemão Macht hoch die Tür, die Tor macht weit, em inglês Fling Wide the Door] foi inspirado pelas palavras do Salmo 24, 7-10. Além disso o texto se refere a Zacarias 9,9 e ao relato sobre a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, contado por Marcos 11,1-10.
Dirigimos nossos pensamentos para os tempos do Antigo Testamento. Numa colina em Jerusalém ergue-se o templo, uma construção majestosa com pórticos bonitos e portais grandes. Ali se celebravam maravilhosas festas em honra ao Deus Eterno. Chegamos num dia de uma festa especial. Grande multidão de pessoas sobe para lá. Usam as melhores roupas, e seus rostos brilham de alegria e expectativa. E elas cantam em coros alternados. Umas começam: Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da Glória! Outras perguntam: Quem é o Rei da Glória?, e recebem a resposta: O SENHOR, forte e poderosos, o SENHOR poderosos na batalhas (Salmo 24).
Será que estas pessoas sabiam, quem é esse Rei da Glória que estavam esperando? Talvez pensaram em um ou outros dos seus reis. Mas esses não eram tão gloriosos. Pelo contrário – muitos deles se haviam afastados de Deus. A conseqüência foi que (no ano 587 a.C.) o povo foi levado para o Cativeiro da Babilônia, onde sofreu durante 70 anos. Depois (por volta de 520 a.C.), Deus mandou o profeta Zacarias para anunciar um novo tempo: Alegra-te muito, ó filha de Sião, exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento... (Zac.9,9). O povo de Deus podia voltar para sua terra, reconstruir o templo de Jerusalém e cantar novamente os antigos Salmos. Porém, demorou ainda mais alguns séculos, até que finalmente veio o tão esperado Rei da Glória.
Dirigimos agora nossos pensamentos para Jerusalém na época, quando Jesus Cristo andava por ali. Outra vez realiza-se uma festa. Muitas pessoas, vindas de longe, dirigem-se para o templo. Também Jesus e seus discípulos estão indo para lá. Ele vem montado num jumentinho. E muitas pessoas estendem suas capas no caminho, outras espalham ramos no chão. Elas sabem: Este é o tão esperado Rei da Glória. E começam a gritar: Hosana! (= Louvado seja Deus!) Bendito aquele que vem em nome do Senhor! (Marcos 11,9).
Este acontecimento lembramos especialmente na época de Advento (as semanas antes de Natal). Advento significa Vinda. Jesus veio visitar o seu povo. Nele se cumpriram as expectativas do povo do Antigo Testamento.
O hino Erguei os arcos triunfais nos convida a juntar nossas vozes às do povo do Antigo e do Novo Testamento, e igualmente catar Louvado seja Deus! - (Observe no final das 1ª até 4ª estrofes – quais alguns motivos por que podemos louvar a Deus?)
Na antiguidade grandes reis mandaram construir arcos de triunfo. Eram sinais visíveis pelas suas vitórias conquistadas. Mas Jesus, nosso Rei dos reinos celestiais é tão grande que tais arcos não são suficientes para ele. Por isso o hino nos anima: Erguei os arcos, tornai os maiores, mais altos, mais espaçosos. Com outras palavras: abre bem aberta a porta do coração, (Note – quantas vezes aparece a palavra coração neste hino?) para que o ilustre visitante possa entrar; não deixe a porta somente entreaberta, como se costuma fazer quando um visitante desconhecido bater na porta. Jesus é o Rei da Glória, o Salvador do mundo. E note bem – ele até traz presentes! (Descubra - o que ele nos traz?).
Tudo isso é motivo para exultar, louvar a Deus, jubilar, erguer as vozes a cantar, e preparar o coração com fé, pureza e devoção. E orar humildemente com as palavras da última estrofe: Abertas, meu Jesus, estão as portas do meu coração. O entra em mim, vem me salvar, e paz divina derramar!
Este hino, destinado para o primeiro domingo em Advento, foi impresso pela primeira vez em Preussische Fest-Lieder, em 1641. Foi incluído no Praxis Pietatis de Johann Crüger, em 1662, e achou um lugar nos principais hinários até nosso tempo.