Prédica: Efésios 1.15-23
Leituras: 1 Reis 8.22-24, 26-28 e Lucas 24.44-53
Autoria: Hans Alfred Trein
Data Litúrgica: Ascensão do Senhor
Data da Pregação: 18/05/2023
Proclamar Libertação - Volume: XLVII
Na igreja, Corpo de Cristo, a fé só pode ser comunitária
1. Introdução
Como pode sobreviver um grupo minoritário com uma proposta social, política e econômica revolucionária dentro de um império estruturado para a dominação e o consumo de vidas? Compreendendo-se como parte de algo muito maior, cósmico! É isso que a ascensão de Jesus Cristo significa. Jesus, Messias judaico, passou a ser Cristo de toda a humanidade. Deus o ressuscitou, fazendo-o sentar-se à sua destra nos lugares celestiais; o céu não é um lugar geográfico, é todo lugar, onde a igreja é verdadeiramente Corpo do Cristo ressurreto, acima de todo o poder, notadamente do poder imperial, cobrindo presente e futuro.
Para enfrentar o problema da individualização e intimização da fé, em nossos dias, os textos de leitura afirmam a comunidade, o povo, a nação, a consciência da grandeza indisponível de Deus, razão pela qual não pode ser contido pela igreja visível. Cristo é cósmico! Onde existe amor, ali Deus está. O amor de Cristo potencialmente preenche, completa a igreja – é isso que Jesus Cristo já conquistou. Mas a igreja visível precisa crescer em direção a essa plenitude de Cristo.
2. Exegese
Quero incentivá-los a ler o texto no original grego, pois o efeito do estranhamento pode ser benéfico para a humildade que nos é exigida para sua interpretação e a atualização.
A Epístola aos Efésios já foi considerada a Constituição da igreja. Ao que tudo indica não é da mão de Paulo, nem de um secretário seu. Paulo conhecia bem a comunidade de Efésios, viveu temporadas lá; portanto é estranho que ele tenha ouvido falar (v. 15) da fé e do amor dos efésios. O estilo é solene e impessoal, quase um tratado; faltam questões específicas, interpelações; talvez nem mereça o nome de epístola, pois não menciona autor e destinatários específicos, não contém as fórmulas iniciais e finais típicas das mãos de Paulo. Possivelmente tenha sido escrita por um discípulo tardio para uma comunidade estabelecida, talvez Laodiceia, vizinha de Colossos, em vista de várias formulações idênticas/semelhantes nas duas cartas. Deve ser datada ao redor do ano 90.
Os cristãos da Epístola aos Efésios já não são mais os marginalizados dos evangelhos, nem os pobres e os miseráveis, numerosos nas comunidades paulinas. O fermento revolucionário dos evangelhos esvaneceu-se; aceita-se o patriarcalismo da família romana, com a dependência da mulher, dos filhos edos escravos. A concepção de igreja em Efésios é única no NT. Compreende-secomo grandeza mística mais ampla (kat’ holēn tēn gēn), “global”, que administraa plenitude de Cristo na economia da salvação. A ekklēsia é una e é corpo quemedia fisicamente a pertença a Cristo. O pertencimento pessoal a essa igreja, viabatismo, é caminho para a salvação: resultou em extra ecclesiam, nulla salus. Nela, transparecem pretensões de hegemonia, aspirações de cristandade, atravésda integração das nações (gentílicas); essas perdem sua identidade, adquirindo a nova identidade, formando o Corpo de Cristo. A fase é de consolidação. Por essas semelhanças contextuais, Efésios fala a nossas igrejas.
Os santos (v. 15) deve ser entendido pelo hebraico antigo (qadosh) como separados. São as pessoas separadas por Deus para uma missão especial. A metáfora bíblica que mais bem explicita essa condição é a do pedaço de massa de pão que é separada para, depois de fermentada, cumprir a função de levedar toda a massa restante. Até hoje, agricultores têm ferramentas para executar ações especiais: a faca para matar porco era só para isso. Na minha casa, a tesoura para cortar tecido não podia ser utilizada para outra coisa! Portanto a palavra santo precisa ser desconstruída de seu significado moralizante e receber o significado de pessoas escolhidas para uma tarefa especial.
O que vem a ser o αἰών – éon (hebraico – olam, םלוע ) presente e vindouro (v. 21b)? Essa questão mereceria um estudo à parte. Aqui só algumas pinceladas. Aqui fala em éon presente e vindouro. Os aiones devem ser compreendidos como tempos de mundo completos em si mesmos. A sucessão infinita desses tempos de mundo constitui o que se entendia por eternidade. Uma possibilidade de compreensão é relativa à qualidade desses tempos. De um para o outro, está implícito um salto de qualidade. Poderiam referir-se às sucessivas formações sociais: tribalismo, monarquia, (escravagismo), feudalismo, capitalismo. Ou também aos períodos imperiais: Egito, assírios, persas, gregos, tomanos... com suas especificidades econômicas, políticas, sociais e religiosas. “Em lugar de αἰών, também se pode dizer καιρός [...] ou também κόσμος [...]; é o caso especialmente dos escritos joaninos (Kittel; Friedrich, 1933, v. 1, p. 206/15ss). Concepções de espaço e tempo se confundem. Quando Jesus diz que o seu Reino não é deste mundo (Jo 18), isso pode significar que o seu Reino não se insere na sucessão de tempos até então conhecidos de formação social e política. O αἰών vindouro é de outra qualidade! Seja como for, o éon presente é o espaço de tempo que se está vivendo e que está findando; o éon vindouro é um novo espaço de tempo. É algo ainda inimaginável, utópico, que a gente só pode ilustrar por metáforas ou parábolas: com uma figura retirada da história como “Reino de Deus”, com uma figura espacial retratada com “novos céus e nova terra”, na categoria de tempo, como “novo tempo de mundo”, talvez como tempo escatológico.
O verbete αἰών, no Theologisches Wörterbuch zum Neuen Testament (ThWNT) (Kittel; Friedrich, 1933, v. 1, p. 207/40-50), o descreve assim:
Na visão dos dois aiones, a visão do NT coincide essencialmente com a apocalíptica do primeiro século. Só que o esquema das concepções escatológicas está rompido pelo fato de que o αἰών vindouro não está mais localizado no futuro. As pessoas de fé já estão redimidas agora do atual αἰών mau (Gl 1.4) e provaram das forças do αἰών futuro (Hb 6.5). Se é assim que, segundo a doutrina da escatologia judaica e cristã primitiva, a ressurreição dos mortos significa a mudança dos aiones, o início da nova, eterna criação, então, o novo αἰών começou com a ressurreição de Cristo, à medida que ela é o início da ressurreição geral (1 Co 15.20,23), mesmo que ainda esteja oculto aos olhos dos seres humanos (tradução própria).
Nos v. 20-23 está explicitado o lugar que Cristo ocupa: acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio de todo nome que se possa proferir... Essa afirmação reflete uma explícita noção política: Cristo está “já agora” acima (ideia da ascensão) de estruturas, pessoas, entidades que dominam no presente e também está acima delas no “ainda não”, no éon vindouro. Supera em muito a forma como autoridades políticas e espirituais governam o mundo. Entretanto, o texto ainda fala em autoridade, poder, domínio, força... sujeitar todas as coisas debaixo de seus pés (isso se faz com inimigos); são tudo atitudes imperiais evidentes (antropomorfismos necessários para a comunicação?). Talvez tenha tido a clara intenção de confrontar o Império Romano, mas vai se contaminando do contrário que Jesus propunha a seus discípulos em vida: quem quiser ser o primeiro entre vós, seja o que sirva a todos (Mc 10.43). O Mestre lava os pés dos discípulos; e o discípulo não está acima do seu Mestre! Contaminação semelhante à de hoje?
Πλήρωμα “abunda” em significados: plenitude, abundância, completude, integralidade, preenchimento, perfeição. As outras referências à plenitude em Efésios elucidam melhor o que ela significa: Efésios 3.19: Conhecer o amor de Cristo, estar alicerçado e arraigado em seu amor, para ser preenchido inteiramente, ser totalmente tomado de toda a plenitude de Deus. Efésios 4.13: tornar-se adulto na fé é alcançar o status da plenitude de Cristo, seguir a verdade em amor e crescer em tudo naquele que é o cabeça, Cristo (4.15) (Wegner, 2010, p. 184).
Se em Cl 1.18 o πλήρωμα está em Cristo, em Ef está na Igreja. O acento mudou. Na Igreja (Invisível, segundo a Reforma) reside a mesma abundância da força divina que já estava em Cristo, o poder que realizou sua ressurreição. A quase identidade de Cristo com a Igreja já transparece na passagem do v. 19 para o v. 20. A Igreja, Corpo de Cristo, “é a plenitude daquele que plenifica tudo em todas as coisas” (tradução da Bíblia Pastoral para o v. 23); a BLH traduz: “Pois a Igreja é o corpo de Cristo; é nela que Cristo está completamente presente, ele que completa todas as coisas em todos os lugares”; Almeida Revisada e Atualizada traduz: “a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas”. Toda a plenitude que estava em Jesus Cristo – O portador histórico da plenitude divina – passou para o seu corpo, a Igreja. Pois, toda a plenitude dos bens que Deus envia para o mundo passam pela mediação da Igreja (1.23) (Comblin, 1987, p. 37).
“A Igreja é o corpo, cuja cabeça é nada menos do que a suprema autoridade do universo. Cada membro da Igreja se sente dignificado pelo fato de estar sob uma cabeça tão forte” (Comblin, 1987, p. 38).
Contudo, é problemático quando a igreja visível se apodera dessa delegação. Não é de admirar que, de posse dessa concepção de Deus e Cristo, os continentes do Sul global tenham sido colonizados e missionados pela igreja, assim empoderada, da forma trágica que foram! Além disso, em anos mais recentes, a concepção de Todo-Poderoso tem conduzido a equívocos de mortíferas consequências. Por essas semelhanças contextuais, Efésios fala a nossas igrejas.
3. Meditação
Um pressuposto para entender esse texto: Jesus Cristo não ressuscita apenas pessoalmente. A ekklēsia das pessoas batizadas “na morte e ressurreição de Cristo” são o Corpo do Cristo ressurreto neste mundo, nem mais, nem menos! Hoje se diria: “Jesus Cristo, presente!”. Que responsabilidade, que compromisso! Ninguém deve ser obrigado, tampouco constrangido a participar desse corpo. Mas ai daquelas pessoas que metem a mão no arado e olham para trás ou que fazem tropeçar ou iludem um dos pequeninos irmãos de Jesus!
Os textos deste domingo enfatizam a comunidade, o povo, a nação. Em 1 Reis 8.22, Salomão está diante do altar na presença de toda a congregação de Israel. Em sua oração, frisa a indisponibilidade de Deus que não pode ser contido por um templo construído por mãos humanas – hoje seria a igreja com “i” minúsculo, instituição humana. Em Lucas se fala até de nações. Não há nenhuma ênfase no indivíduo e seus pecados, muito antes: [...] que em seu nome se pregasse arrependimento para a remissão de pecados a todas as nações [...] (Lc 24.47). Indivíduos podem iludir-se com idolatria. Numa comunidade isso já é bem mais difícil.
Com o advento da modernidade, com a industrialização, a urbanização, a intensificação do consumo de bens, tudo acompanhado pela respectiva construção jurídica, sub-reptícia e silenciosamente entrou no cristianismo a fé individual e a ideia de que a salvação é uma questão individual. A fé cristã foi perdendo sua dimensão comunitária, sua dimensão de corpo. Com isso entregou também a dimensão política e social que a fé cristã implica. Em nossa igreja, que, em grande parte, ainda se concebe como uma associação de serviços religiosos, temos exatamente essa postura ainda amplamente disseminada de indivíduos/famílias associadas, consumidoras dos antropológicos ritos de passagem.
Até onde esse processo de individualização pode chegar fica evidente nas empresas mercantis neopentecostais, que oferecem muito mais do que apenas ritos de passagem: você entra, consome, paga e sai; se gostou ou se valeu o “produto” adquirido, você volta. Caso contrário, existem outras empresas se oferecendo no mercado. O Brasil virou um grande shopping center religioso a céu aberto. As pessoas não são mais membros; na melhor hipótese, são clientes fidelizados. Em troca de dízimo, recebem acesso a bens religiosos, e se as promessas compradas não funcionam, é culpa de sua fé que é fraca. A teologia da prosperidade aí veiculada casa perfeitamente com o discurso de sucesso e a ideologia da classe dominante. E não é acaso que aparecem as mesmas adjetivações do mundo econômico: as igrejas históricas são pesadas em suas estruturas, pouco ágeis em sua governança democrática (como o Estado) diante das necessidades candentes da atualidade, ao passo que as empresas neopentecostais – a gestão empresarial é uma construção essencial do capitalismo – são leves e eficientes, focadas nas demandas da clientela.
Como compreender esse fenômeno da individualização? Busquei inspiração em Marilena Chauí, filósofa e professora da USP, que em sua fala e em seu PDF sobre “O que é ideologia” pode nos ajudar a como se deu esse processo de individualização.
a) Dentro da lógica das ideias da classe dominante, desde a passagem para o capitalismo, somos todos indivíduos livres e iguais, membros de uma mesma nação e cidadãos do mesmo Estado, participando de uma história única e contínua, chamada progresso. Não há classes sociais, nem história que as tenha formado. Os indivíduos se relacionam uns com os outros por uma decisão voluntária, por meio de contratos legais e lícitos.
b) A ideologia dominante – que cada vez mais pessoas confundem com fé – consiste em admitir que de fato temos divisões sociais, mas que de direito somos uma sociedade una, indivisa, homogênea, harmoniosa. O fato de haver divisões e desigualdades se deve aos indivíduos: maus sujeitos sociais, facções, maus governantes, rebeldes, bandidos, maus patrões, preguiçosos, migrantes, maus trabalhadores, pobres ignorantes, mau uso da sexualidade... A causa é moral, refere-se ao mau comportamento de indivíduos e neles deve ser corrigido.
c) A ideologia dominante centrada nos indivíduos é a operação clássica para ocultar os verdadeiros interesses da classe econômica e politicamente dominante, fazendo com que ela apareça para todos os segmentos sociais como única e universal.
Além disso, o ídolo mercado precisa de indivíduos, consumidores, preferencialmente isolados. Quanto mais nucleares forem as famílias (de preferência cada um morando sozinho), mais geladeiras e fogões se podem vender. Os algoritmos mercantis aumentam a eficiência comercial, pois estão talhados para o indivíduo consumidor. O capitalismo não se dá bem com grupos, muito menos pensantes. Tem ojeriza a sindicatos e comunidades civis organizados que possam desvelar o que a ideologia procura esconder. Por isso as igrejas cristãs também são visadas, pois, inspiradas em seu Cabeça, podem desmascarar os projetos de morte dentro da sociedade. São pressionadas a se conduzir dentro da ideologia dominante, a não ser “santas no sentido de separadas para a sua tarefa especial”. Sua cooptação, dentro do capitalismo, é uma tentação autodestrutiva constante: pois o acento no indivíduo e em seu bem-estar espiritual, ou sua salvação, é um sinal de alerta, de que está se desistindo da essência da igreja como Corpo de Cristo. Não custa lembrar que há uma crítica recorrente de que esse processo já começou com a Reforma.
Obviamente a fé tem uma dimensão pessoal. Mas não individual! A fé não é uma questão entre o indivíduo isolado e “seu” Deus, mas sim entre a pessoa vinculada ao Corpo de Cristo e Deus. Uma fé que permanece no nível individual não é fé em Jesus Cristo. É idolatria! É o deus privatizado para experimentar o bem-estar espiritual; fazê-lo “em nome de Jesus Cristo” em nada muda isso! O centro da fé cristã são as massas empobrecidas. Formulações discursivas e hinológicas de “meu Deus” ou “meu Jesus” sinalizam que a ideologia individualizante já tomou conta, e a gente vai resvalando, lenta e imperceptivelmente, para dentro da ideologia dominante. Ao contrário, no Evangelho é “Pai nosso” e “pão nosso”! Pessoas interessadas apenas em seu bem-estar (além de econômico e social) espiritual individual estão se colocando praticamente fora do Corpo de Cristo. Além do mais, o indivíduo fica sem ação diante das maiorias empobrecidas, dos problemas de segurança, das crises climáticas, frutos de injustiça e opressão. Mas o Corpo de Cristo pode agir. Portanto, vamos prestar atenção se já não se inseriu entre nós, sub-repticiamente, a ideologia individualizante que quer ocultar a realidade e criar entre nós “um condomínio espiritual com cercas elétricas”, nas quais a gente se sente seguro. Falsa segurança!
Ser igreja para os outros e não associação para si mesmos, amar, ser solidários, ajudar, defender, resistir... só podemos com o corpo, com as mãos e os pés, executando tarefas que nos são dadas pela Cabeça. A igreja como Corpo de Cristo executa no mundo o que seu Cabeça determina. E o que é isso, senão imitá-lo em suas posturas, durante sua vida no mundo: defesa das pessoas vulneráveis, perdão e cura de doentes, luta contra a injustiça, combate – até mesmo com chicote – da mercantilização da religião, empenho pela justiça econômica e para que todos tenham vida em abundância. E na governança: servir em lugar de buscar o poder. Pois Seu Reino não é como os reinos deste mundo. Quem quiser ser o primeiro, seja servo de todas as pessoas. A igreja tem o potencial de ser portadora plena do amor de Cristo. A igreja visível tem de ser permanentemente lembrada disso, pois constantemente cai em tentação.
4. Imagens para a prédica
• A ascensão de Jesus Cristo não o elevou a um local geográfico imaginário, fora da terra, mas o promoveu de Messias de Israel a Messias da humanidade com presença ilimitada.
• Jesus Cristo ressuscitou na igreja, inaugurando um novo éon. A igreja recebeu a plenitude de Cristo. A igreja é corpo, conjunto de membros, ação comum. Celebração é apenas um elemento de sua vida. Sua tarefa é imitar Jesus no servir. Nisso residem sua herança, seu poder e sua glória.
• A propaganda nos imprime diariamente que somos indivíduos isolados, como se membros pudessem viver à parte do Corpo. Na crise climática, ou nos salvamos em conjunto ou perecemos em conjunto. Não há salvação individual. Essa pode ser uma imagem eloquente.
• Em nossa identidade cristã, estamos no mundo, mas não somos do mundo. Se quisermos ser santos, fermento na massa, tenhamos consciência de que Deus nos separou para uma tarefa especial. Ser Cristo para as pessoas mais necessitadas.
5. Subsídios litúrgicos
Hino inicial: Jesus, Pastor Amado (LCI 576)
Confissão de pecados: pecados da comunidade, ajuntamento de indivíduos interessados apenas em seu bem-estar espiritual, igreja apenas celebrativa, apartada da vida cotidiana... Evitar formulações como “perdoa se, às vezes... ou “nem sempre correspondemos...”.
Oração de coleta: Deus Todo-Amoroso, que através da ascensão de Jesus Cristo agraciaste toda a humanidade com o potencial da salvação e do compromisso com a justiça, nós te pedimos: ilumina os olhos do nosso coração, para que vejamos em que consiste a esperança da nossa escolha e quão grande tesouro de glória reside em sermos herdeiros dos santos, para que sejamos cada vez mais uma comunidade atuante em favor da justiça e da paz e assim proclamemos incessantemente a tua glória. É o que te pedimos, por Jesus Cristo, teu Filho, que contigo e com o Espírito Santo vive e reina de eternidade a eternidade. Amém
Hino da pregação: Da Igreja é Fundamento (LCI 573)
Oração de intercessão: Deus misericordioso, agradecemos por tua Palavra, pelas advertências, pela esperança. Pedimos que tua Palavra se espalhe por nosso país e por toda a terra, principalmente em ação solidária para os necessitados. Pedimos que o governo de nosso país se coloque a serviço dos segmentos mais vulneráveis da nossa sociedade, que trabalhe pela justiça social e pela paz. Pedimos por todas as pessoas que sofrem por doença, por necessidades e por perdas; dá-lhes tu mesmo a certeza de que nada escapa ao seu olhar amoroso e solidário. Pedimos também por nós: que não sejamos pessoas cristãs mudas e tranquilas, enquanto o mundo se arrebenta; que enxerguemos nossa fé comprometida com a vida, assim como foi a de Jesus; que nos unamos aos protestos contra as injustiças sociais e sejamos libertos de toda a indiferença e do medo de nos manifestar sem rodeios ou covardias. Dá-nos a percepção de que a plenitude de Cristo está disponível para a igreja, e que servir a todas as criaturas em amor é a medida de Jesus Cristo.
Bibliografia
CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia. Disponível em:
COMBLIN, José. Epistola de Efésios. Petrópolis: Vozes; São Paulo: Imprensa Metodista; São Leopoldo: Sinodal, 1987. 111 p. (Comentário Bíblico ao NT).
KITTEL, G.; FRIEDRICH, G. (eds.). Theologisches Wörterbuch zum Neuen Testament (ThWNT). Stuttgart: Kohlhammer, 1933/1959. v. 1, p. 197-207; v. 6, p. 297-304.
WEGNER, Uwe. Ascensão do Senhor. Auxílio homilético para Efésios 1.15-23. In: Proclamar Libertação. São Leopoldo: Sinodal; EST, 2016. v. 41, p. 181-190.
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