Certo menino observava o avô usando uma máquina de escrever. Surpreso exclamou: Caramba! A impressora está embutida. Escreve e imprime ao mesmo tempo. Não sou o avô da história, mas minha monografia para conclusão de curso foi feita em máquina de escrever. Ela e muitas outras coisas antigas sumiram! São ilustres desconhecidas aos mais jovens. Aliás, muitos costumes e brincadeiras também ficaram no passado, desde as cantigas de roda até a amarelinha. Ninguém mais conhece histórias de assombração ou, pior ainda, a própria história da família. Poucos se dão ao tempo de contar ou escutar. Menos ainda são aqueles que deitam na grama para olhar as nuvens ou as estrelas. Não demora chegar o tempo onde as pessoas não saberão mais ler um livro ou a Bíblia. Perdão pelo exagero das colocações já no início do sermão! Mas, logo as colocações farão sentido.
Falando de costumes antigos, havia um tempo onde as pessoas sentavam, pensavam bem nas palavras e assim escreviam cartas, as quais levavam dias ou semanas chegar ao destino. Ao escrever, de imediato, criava-se a expectativa de receber uma resposta. A troca de notícias e informações eram de suma importância. Depois veio o telégrafo (?), o telefone, o celular, o e-mail e o Whats. Outrora, o povo demorava em saber os fatos. Hoje as notícias doutro lado do planeta aparecem quase que na hora. No geral, as pessoas querem estar informadas, mas também não aguentam tantas notícias. Muitas vezes, por escolha ou influência, priorizam o que não deve. Como poucos leem, raros são aqueles que param para pensar: Será que é assim mesmo como aparece na TV? Isso está certo? Todavia, quem recebeu uma boa educação, terá melhores critérios para julgamento. Quem lê a Bíblia, também terá mais clareza.
No tempo de Jesus, poucos sabiam ler e escrever. A história da família era narrada geração após geração. As novidades eram passadas verbalmente pela vizinhança. Todavia, já havia correio e cartas, as quais eram chamadas de EPÍSTOLAS. Tudo era muito demorado e acessível somente aos letrados. Mas, na verdade, numa família ou comunidade, o alfabetizado podia ler a epístola aos demais. Assim, Paulo, Pedro, Tiago e João escreveram para amigos e comunidades. As admoestações e incentivos eram transmitidas nos encontros do povo de Deus. As epístolas enriquecem o Novo Testamento, contado aspectos das primeiras comunidades, os quais ainda hoje se revestem de sentido e significado.
No Domingo da Trindade (07/06/2020) somos incentivados a refletir sobre 2ª Coríntios 13.11-13. Os últimos versículos da epístola são palavras de despedida. Via de regra, como em qualquer carta, é o resumo do resumo daquilo que foi dito antes. O que Paulo destaca como essencial? Primeiro, ele diz: Em tudo, sejam corretos. Ou seja, precisamos nos esforçar para fazer o que é certo. Mas, qual seria o parâmetro do certo? Então, em seguida Paulo acrescenta: Procurem escutar os meus conselhos. Noutros termos, ele diz: Sou líder e tenho autoridade para afirmar como é certo agir. De fato, ninguém é santo. O desafio maior é sempre olhar para Jesus. Ele é a nossa maior inspiração. Sem medo, o apóstolo deixa claro que a vida dele espelha o que o Mestre ensinou. Da mesma forma, pais devem inspirar seus filhos e líderes as suas comunidades. Por último, outro desafio: Procurem ter sintonia entre vocês. Assim construirão a paz. Estar em sintonia não significa uniformizar. A proposta evangélica é pelo entendimento e respeito mútuo. O que une os cristãos é o amor. Onde falta amor, some o respeito. Tanto o amor, quanto a paz são frutos da graça (presença) de Deus, seja na vida pessoal, quanto comunitária.
