Manoel da Silveira Porto Filho (1908-1988?) HPD nº 192 e 254 (Tr.)
Nasceu: 1º de junho de 1908 em Rio de Janeiro
Faleceu: 1988?
Manoel da Silveira Porto Filho nasceu em família não evangélica, cursou o primário em Pedra de Guaratiba (RJ), o secundário no Ginásio Pio Americano, o de medicina (até 3º ano) na Faculdade Nacional de Medicina, e o teológico (1933-1936) no Seminário Teológico Batista do Sul. Fez o estágio (1937) na Igreja Evangélica da Pedra e na Congregação de Sepetiba, sendo ordenado Ministro do Evangelho em 27 de dezembro de 1937.
Foi pastor da Igreja Evangélica de Areia Branca (RJ), de 1938-1940; da Igreja de Santíssimo (RJ), em 1940; e da Igreja Evangélica de Campo Grande (RJ) desde 1941.
Ele tem desempenhado vários cargos de responsabilidade na sua denominação: Foi presidente da Junta Geral da União de Igrejas Evangélicas Congregacionais e Cristãs do Brasil em 1946 e de 1949 a 1958. Foi membro da Comissão Revisora do hinário Salmos e Hinos. Fundou o Instituto Bíblico da Pedra, do qual foi o reitor até 1958, e professor de Novo Testamento, Grego, Geografia Bíblica e História Eclesiástica. Também exerceu o cargo de diretor do Departamento de Escolas Dominicais das Igrejas Congregacionais nos períodos de 1950-1952 e de 1957-1958.
Além disso escreveu e publicou várias obras e colaborou com artigos sobre arte, literatura e religião em jornais evangélicos e seculares.
Manoel da Silveira Porto Filho era bom pregador, possuía veia poética fluente e expressiva e tem escrito numerosos hinos evangélicos (traduções, adaptações e trabalhos originais). Entre suas traduções e adaptações destacam-se vários corais de Johann Sebastian Bach, alguns hinos de Natal e os Salmos 50 e 140 do Saltério de Genebra.
Em nosso hinário temos as traduções de Manoel da Silveira Porto Filho dos hinos
HPD nº 192 Tal qual estou, sem demorar de Charlotte Elliot, e
HPD nº 254 Senhor, meu Deus, quando eu maravilhado de Carl Gustav Boberg.
Fontes: Henriqueta Rosa Fernandes Braga Música Sacra Evangélica no Brasil, Rio de Janeiro s.d. (1961), pág. 347; e
idem Cânticos de Natal Rio de Janeiro, 1960³
Veja também um resumo de “Manoel da Silveira Porto Filho — poeta, pastor e mestre”, de M. Bernardino Filho (Editora União das Igrejas Evangélicas, 2006).
Em 1931, Manoel da Silveira Porto Filho, um carioca de 23 anos, nascido em Pedra de Guaratiba, abandonou pela metade o curso que fazia na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, na Praia Vermelha. Nunca se soube ao certo por que ele desistiu da carreira médica. Mas, graças a este estranho desfecho, a igreja evangélica brasileira ganhou um líder de projeção nacional dentro e fora da Igreja Evangélica Congregacional do Brasil.
Vocacionado para o ministério, Porto Filho cursou o Seminário Batista do Sul do Brasil e foi ordenado pastor congregacional no final de 1937. Além de pastorear por 47 anos a igreja de Campo Grande, no Rio, Porto Filho foi presidente da União das Igrejas Evangélicas Congregacionais e Cristãs do Brasil e da extinta Confederação Evangélica do Brasil por mais de um mandato.
Como poeta e um apaixonado pela hinologia, Porto Filho participou ativamente da comissão revisora do “Salmos e Hinos”, o mais antigo hinário evangélico brasileiro, e escreveu, traduziu ou metrificou vários hinos, entre eles “Grata memória”, “Rocha eterna”, “Na manjedoura”, “Espera em Deus” e “Vós, criaturas de Deus Pai” .
O ex-acadêmico de medicina não era um crente isolado da sociedade nem da realidade. Exercia um ministério holístico. Foi professor de latim e português no Colégio Belisário dos Santos, fundador e presidente da Associação Campograndense de Assistência ao Menor e conselheiro da antiga FUNABEM. Foi um dos fundadores do Lions Clube de Campo Grande, do Instituto Campograndense de Cultura e da Sociedade Universitária Campograndense, hoje Fundação Educacional Unificada Campograndense, e participou da Academia de Letras, Ciências e Artes de Itaboraí e da Fraternidade Teológica Latino-Americana. Deu também a sua contribuição na formação de pastores, como um dos fundadores do Instituto Bíblico de Pedra de Guaratiba, RJ, como professor de geografia bíblica, Novo Testamento e teologia e como diretor de extensão do Seminário Unido de Campo Grande, hoje Seminário Teológico do Oeste. .
Apesar de sua inteira dedicação ao Senhor, Porto Filho não foi poupado de algumas tragédias familiares. No dia 29 de agosto de 1963, sua filha Norma, de apenas 22 anos, mãe de um menino de 1 ano e 2 meses e de outro de 4 meses, foi assassinada a sangue frio pelo próprio marido, quatro anos mais jovem que ela. Depois de passar a noite em claro, antes do alvorecer do novo dia, a bagagem religiosa que Porto Filho trazia no coração e na mente despontou fortemente a ponto de ele poder escrever mais um hino. .
No dia 1° de junho de 2008, quando Manoel da Silveira Porto Filho completaria 100 anos (ele morreu aos 80), a Igreja Evangélica Congregacional Campograndense promoveu uma semana inteira de eventos em gratidão a Deus pela vida de seu ex-pastor! .
Fonte: http://www.ultimato.com.br/?pg=show_artigos&secMestre=2197&sec=2224&num_edicao=313
