No dia 15 de Maio de 2004, na Escola Superior de Teologia, em São Leopoldo, RS, realizou-se o III Fórum de Música e Missão, cujo tema foi Ministério Sinodal de Música Sacra. Do encontro saiu uma porposta para a ciaç]ão e regulamentação do ministério sinodal de música. Confira abaixo o documento criado pelo grupo, que especifica as atribuições e necessidades deste ministério:
O Coordenador Geral do Conselho Sinodal de Música, Cleonir Geandro Zimmermann, baseado no Estatuto do Ministério com Ordenação – EMO, expôs a proposta de regulamentação de um Ministério Sinodal de Música Sacra.
Partiu-se do conceito de Ministério. Único, “com diversas ramificações”. Lembrando que “todo membro é sacerdote”, chamado a exercer seus dons e servir segundo o seu chamado, tornado-se participante do ministério eclesiástico. Tomando em consideração que “este pode desdobrar-se em muitos ministérios”.
O EMO, no seu preâmbulo, no ponto quatro, sinaliza: “Há ministérios criados pela IECLB em seu todo, pelos Sínodos ou mesmo pelas paróquias e comunidades, tendo assim os seus respectivos campos de atuação limitados”, e ainda, “ministérios criados em outros âmbitos também necessitam de regulamentação”.
Iniciar este processo de regulamentação de um ministério de âmbito definido – sinodal, é o objetivo do III Fórum de Música e Missão. Uma vez que o EMO não se aplica “àqueles ministérios que vierem a ser criados em nível comunitário, paroquial ou sinodal, no espírito do ministério compartilhado, sob a responsabilidade e administração destes”.No nosso caso, o Sínodo Rio dos Sinos.
Partimos da premissa básica que um Ministério Sinodal de Música sacra deve existir como possibilidade e não como imposição. Afinal de contas, o ministério da música sacra já existe em todas as comunidades. O grande diferencial, em nosso caso específico, é o fato de no âmbito do Sínodo Rio dos Sinos se localizarem os mais importante centros de formação musical da IECLB: a ESEP – Escola Sinodal de Educação Profissional (antigo Instituto de Música da EST); e o Instituto Superior de Música de São Leopoldo, que atualmente oferece o curso de bacharelado em Musicoterapia, mas que já iniciou o processo de instalação de um curso superior ecumênico de música sacra. Estes centros de formação formaram pessoas que atualmente atuam em várias comunidades do nosso Sínodo, sendo em muitas delas contratados, exercendo assim, o ministério de forma remunerada e legal.
Como o ministério da música sacra é uma realidade que atinge muitas pessoas, que exercem distintas funções, sente-se a necessidade de uma categorização dos musicistas que atuam nas comunidades. Especialmente a diferenciação entre os músicos contratados e os voluntários. Mas também entre os de caráter permanente e esporádico.
Objetivos de um ministério sinodal de música sacra:
-Reconhecer o uso da música na missão de dar testemunho do Evangelho
-Regulamentar o exercício do ministério da música no Sínodo
Vantagens e desvantagens de um ministério a nível sinodal
-Avanço isolado a outros Sínodos
-Área geográfica restrita (35 Paróquias)
Categorização dos músicos das comunidades
Dividimos os músicos nos seguintes grupos:
-Músicos contratados pelas comunidades
ou grupos das comunidades. (regentes, organistas, pianistas, acompanhadores, cantores, preparadores vocais, etc...).
-Músicos voluntários de caráter permanente
(regentes, coristas, organistas, ensaiadores, etc...).
-Músicos de caráter esporádico
(instrumentistas em geral, cantores, solistas, etc...).
-Músicos com formação formal
: bacharéis, licenciados, técnicos em música.
-Estudantes de Música
-Músicos autodidatas
Organização dos músicos contratados
Necessidades específicas para músicos contratados:
-fixação de tabelas
-confecção de contrato de trabalho
-padronização das contratações
-ato de instalação do músico na comunidade
-criação de vestimenta uniforme
-incentivo à formação continuada
Organização dos músicos voluntários
Os músicos voluntários são a maioria dos que exercem o ministério da música sacra nas comunidades. O voluntariado no ministério da música sacra é desejado, valorizado e deve ser organizado. Exercer trabalho sem remuneração não significa poder fazer o que quiser, do jeito que quiser. Por parte da igreja, deve haver acompanhamento a essas pessoas, oferecendo, inclusive, possibilidades de formação. A missão entre os músicos voluntários deve reconhecer as vocações e conscientizar para o discipulado através da música.
Para os músicos voluntários de caráter permanente, sente-se as seguintes necessidades:
-acompanhamento do serviço voluntário
-ato de instalação/oração de intercessão, na tarefa a ser desenvolvida na comunidade
-criação de distintivo
-promoção de cursos de formação continuada
-promover encontros dos músicos voluntários
Organização dos músicos de caráter esporádico
Entre os músicos de caráter esporádico, a principal necessidade é cadastral:
-registro de quem são, quantas vezes costumam participar das atividades da comunidade, quais são, como entrar em contato, quem convidar, como, quando agradecer...
-estabelecimento de rede para agilizar possíveis formações maiores (coros, conjuntos instrumentais e orquestras).
Organização dos estudantes de música (aspirantes ao ministério)
O acompanhamento aos estudantes de música é imprescindível para que estes possam ingressar no ministério da música sacra. Neste sentido, necessita-se saber:
-Quem são, quantos são, de onde vêm, quais são suas ênfases...
-Onde estudam, que instrumentos, quando se formam?
-Trabalham remuneradamente?
-Onde poderiam estágiar
-Há demanda?
Formação
Critérios mínimos para ingressar no Ministério:
-Ser cristão batizado
-Ser membro da IECLB em uma das comunidades do Sínodo
-Conhecer a Constituição da IECLB e o Regimento do Sínodo
Conhecimentos básicos:
-Música (Instrumento, Teoria e Hinologia).
-História da IECLB (Reforma, Imigração, Estruturação).
-Culto Cristão (Liturgia)