AUTO DE NATAL
Com base em Lucas 2 e Mateus 1
Narrador 1 – Esta é uma história conhecida. Mas hoje ela será especial, um pouco diferente. Vocês vão ver. A gente vai começar cantando ...
Canto – Outra canção de Natal
Narrador 1 – A história começa assim ...
Fe – No tempo do imperador romano César Augusto, foi publicado um decreto convocando todo o povo daquela terra para responder ao censo. O imperador queria saber quantas pessoas viviam no seu império para melhor controlar aquela gente. Este recenseamento aconteceu quando Quirino era governador da Síria, que incluía a Palestina. Cada pessoa e família devia alistar-se na sua própria cidade, o que obrigou muita gente a pôr os pés na estrada.
Narrador 1 – Imaginem vocês que viagem! Naquele tempo não tinha ônibus, avião, metrô. Ou se viajava no lombo de um camelo, de um burro ou então era a pé mesmo. Foi o que aconteceu com um jovem casal pobre. Ele se chamava José, a moça, Maria. José era um pouco mais velho, de profissão, carpinteiro. A moça era bem jovem, uma camponesa. Eles se gostavam muito. Na verdade, descobriram que se amavam. E decidiram partir juntos para a aventura, mesmo quando Maria se deu conta que estava grávida.
Fe – José subiu da sua terra, Galileia, da cidade de Nazaré, para a Judeia, no rumo de Belém, conhecida como cidade de Davi, por ele ser da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida, esperando um bebê. Chegando naquele lugar, aconteceu que se completaram os nove meses da gravidez, e Maria deu à luz o seu primeiro filho, e enrolou o pequeno nuns panos e o deitou numa manjedoura, um cocho em que se põe a comida do gado. Isto aconteceu porque o casal ficou abrigado numa estrebaria, porque não havia lugar para eles na hospedaria.
Narrador 1 – Gente amiga, aqui começa a parte especial dessa história. Vocês podem imaginar como quiserem. Aconteceu que atrás daquela estrebaria apareceram duas crianças muito curiosas, a menina se chamava Lua e o menino se chamava Mano G. Eles perceberam quando o casal no final da tarde chegou naquele lugar e ficaram espiando. Espia só, era o que aqueles dois faziam. E para sua surpresa acompanharam uma cena maravilhosa!
Pama – Havia naqueles campos uns pastores de ovelhas que vigiavam os rebanhos durante a vigília da noite. Apareceu a eles naquela noite um anjo de Deus e aconteceu que brilhou sobre eles uma luz forte como se fosse a glória de Deus mesmo e eles ficaram com muito medo. Mas o anjo lhes disse: Amigos, não tenham medo! É que eu trago a vocês uma boa notícia de GRANDE alegria, uma notícia feliz para todas as pessoas desse povo. É que hoje nasceu para vocês, na cidade de Davi, um menino, que será chamado por muitos nomes: Salvador, Cristo, Messias, Emanuel, Deus conosco, Jesus, o Senhor, o Libertador, o Amado. E vocês verão um sinal: no lugar onde uma estrela brilhar vocês vão encontrar uma criança envolta em fraldas e deitada numa manjedoura. Levantem-se e sigam o sinal! De repente, apareceu uma multidão de anjos cantando e dando louvores a Deus com as seguintes palavras: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre as pessoas a quem ele quer bem!
Narrador 2 – Lua e Mano G ficaram encantados com aquela cena. Eles espiavam os pastores e as ovelhas e estavam curiosos para ver o que fariam. Enquanto isso, o povo começou a cantar:
Canto – Ó vinde, meninos (estrofes 1 – 3)
Narrador 2 – Depois daquela aparição dos anjos e da bela canção que escutaram, os pastores decidiram: Vamos até Belém e vejamos estes acontecimentos maravilhosos que os anjos de Deus nos contaram. Será mesmo que nasceu esta criança? Atrás deles, seguiram Lua e Mano G, nossos dois pequeninos curiosos que não podiam perder a oportunidade, de jeito nenhum!
Pama – Os pastores (meio irresponsáveis, pois deixaram por algumas horas as ovelhas sozinhas no campo) foram apressados até o lugar em que brilhava a estrela. E viram uma cena surpreendente: na estrebaria Maria e José com os olhos brilhando e uma criança deitada na manjedoura, naquele coxo dos animais, envolta em fraldas, muito tranquila. Aquela criança frágil era o menino Jesus. O menino que seria muito depois conhecido como o messias, o libertador do povo, o Filho de Deus.
Narrador 2 – Lua e Mano G assistiram tudo com o coração aos pulos, enternecidos com a cena, maravilhados com aquele casal e mais ainda com o menino que dormia em paz num lugar tão pobre e sem outro brilho que o daquela estrela que não parava de alumiar o local. É que naquele tempo não havia ainda energia elétrica!
Fe – Depois de verem o menino, de saudarem Maria e José, de lhes entregarem um pouco da comida que trouxeram e uma botija de água fresca, de agradeceram a Deus por esta notícia inesperada e maravilhosa, os pastores saíram depressa para voltar aos campos onde deixaram as ovelhas. No caminho iam divulgando o que os anjos lhes disseram sobre aquele menino, que ele seria um sinal de Deus para o povo e que sua vida iria transformar o mundo. Todas as pessoas que ouviam a história se admiravam com a narrativa dos pastores e procuravam entender os fatos. Maria, a jovem mamãe, porém, guardava estas palavras no coração e na mente para não esquecer nada e ficava meditando consigo mesma: Que será que Deus quer comigo? ela pensava. Mesmo sem entender tudo, ela confiou em Deus enquanto cuidava do menino com muito amor. E ouviu-se outra vez o canto dos anjos...
Canto – Ó vinde, meninos (estrofes 4-6)
Narrador 1 – Lua e Mano G também queriam ver o menino de perto. Meio escondidos pelo escuro da noite, os dois se aproximaram da manjedoura e, quando o rostinho do bebê ficou bem nítido a sua frente, seus olhos brilharam enquanto o menino, no meio de um sonho, fez uma careta, e eles riram. Maria viu tudo e compreendeu, e abraçou Lua e Mano G. José também viu a cena e não disse nada, mas o seu sorriso dizia que estava de acordo. Novamente ouviu-se um canto ...
Canto – Quando completou-se o tempo
Fe – Na volta para os rebanhos os pastores nem sentiram o cansaço da caminhada. Estavam tão cheios de alegria que iam cantando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como os anjos lhes anunciaram naquela noite. Eles ficaram especialmente intrigados e perguntavam: por que justamente para nós, pobre gente humilde, Deus deu esta notícia em primeira mão? Sem saber responder, mas exultantes, eles chegaram ao rebanho e perceberam que nada de mal acontecera e que os animais estavam seguros. Também isto lhes foi um sinal muito bom.
Narrador 1 – Lua e Mano G saíram da estrebaria logo em seguida. Foram novamente atrás dos pastores. Eles não tiveram medo. Seguiram felizes e alegres porque um menino havia nascido, uma criança vinha ao mundo e isto era motivo de festa, de abraços, era uma boa razão para dar graças a Deus. Um escritor brasileiro escreveu certa vez: “Um menino nasceu, o mundo se fez novo”. É isto mesmo. O mundo tornou a começar com aquele menino. E ele começa sempre de novo quando nasce uma criança que traz esperança de um mundo novo, diferente, justo e que respeita a dignidade humana.
Fe – Quando Maria e José sentiram segurança retornaram para sua cidade, Nazaré, levaram o menino ao templo para receber a bênção e lhe deram o nome Jesus, como o anjo lhes havia anunciado. E seguiram confiantes o seu caminho. Enquanto caminhavam, escutaram outra canção ...
Canto – É preciso parar
Narrador 2 – Lua e Mano G acompanharam a história do nascimento do menino entre surpresos e alegres. Mas será que a história iria acabar assim? Acho que não. Eles também queriam celebrar, festejar e por isso pediram para a sua família cantar mais uma vez. Desde pequeninos naquela família o canto e a música eram presenças constantes. E nesta noite especial não seria diferente.
Canto - Noite feliz
Narrador 1 – Depois desse canto antigo e conhecido, Lua e Mano G pulando de alegria começaram a abraçar todo mundo e no meio da festa as pessoas deram presentes umas às outras e desejaram os seus melhores votos para cada qual. Ah, a vida é bonita quando a gente aprende a dar e receber sem esperar nada em troca. A vida, como disse o poeta, vale a pena quando a alma não é pequena. Ó Deus da alegria, vem e mora conosco hoje e sempre! Que o teu filho Jesus nos acompanhe no novo ano e sejamos para ti um povo fiel e justo. Ensina-nos a amar como tu nos amas. Amém
FELIZ NATAL, FELIZ NATAL!
Roberto E. Zwetsch – dezembro 2013