Passado o tempo de Advento com toda sua oportunidade de reflexão, passadas as celebrações e festividades de Natal e Ano Novo. O que ficou disso tudo? A alegria, o ânimo e a coragem para mudar o que é necessário ou toda a determinação foi substituída pelo trabalho e correria do dia a dia? Ou até mesmo por uma agenda lotada de afazeres que se planejou para as férias?
Às vezes, os desafios são tantos ou acabamos dando um peso tão grande a eles que lá pelas tantas não conseguimos mais viver a profundidade das alegrias de coisas simples, cotidianas e tranquilas. Cada plano para o trabalho, férias, família ou amigos vira uma inquietação total porque queremos tudo espetacular e perfeito. Organizamos tudo de forma meticulosa, não deixando espaço para a espontaneidade e, com isso, não nos damos mais tempo para o silêncio e a oração que brota do silêncio. O pior é que viver assim é uma escolha nossa. De forma consciente ou não somos nós que escolhemos viver de correrias e de preocupações excessivas.
Compromissos todos tem, o diferencial é a forma que os encaramos. Exemplos sempre nos ajudam a refletir melhor, então vamos pensar em Jesus que veio ao mundo para mostrar com palavras e ações que nem tudo está perdido, que Deus nos ama profundamente e que crentes nisso somos motivados a cuidarmos uns dos outros.
Essa missão de Jesus não era fácil, com certeza ele tinha muitos compromissos, tinha que ajudar não uma família ou uma empresa, mas todos os seres humanos. Pensem no corre-corre que poderia ter sido a vida de Jesus. Ele poderia ter se tornado uma “máquina” de cura e palestras motivacionais, em meio a uma vida regada a cansaço e stress. Mas não, ele preservou sua tranqüilidade, serenidade e sensibilidade.
O que manteve Jesus em seu “foco” foi a sua prática de retirar-se para orar, conforme vemos no texto bíblico citado no início da mensagem e em tantos outros como Lc 4.42, Mc 14.32. Sabemos que o silêncio traz os seus desafios, pois nos coloca frente a frente conosco mesmo e com Deus, é momento de perceber alegrias e coisas ruins, mas também é momento de fortificar-se em Jesus e no que realmente queremos para a nossa vida.
Portanto, ter momentos de quietude e oração, trocar a correria por uma vida mais tranquila e feliz é uma escolha que fazemos. Aos que já fizeram esta escolha, vocês tem conseguido se aquietar e perceber o que realmente é importante e se permitem viver as alegrias que perpassam os desafios da vida? Vocês tem reservado em seu dia a dia um tempo de reflexão e oração? Aos que se refugiam na agitação frenética dos desafios, já pensaram em mudar de vida?
Que Deus lhes ajude neste desafio de aquietar, contemplar o silêncio e orar. À medida que esta prática se tornar um hábito, vocês perceberão que a vida se torna mais tranqüila e ajuda a sentir as alegrias com maior intensidade e esta alegria, por sua vez, se torna combustível para encarar os desafios do ano que inicia. Abençoado 2014 a tod@s. Amém.