Colher é o resultado do plantar. Pode acontecer que alguém plante, mas que, por diversas circunstâncias, não venha a colher. Porém, jamais se poderá colher se não plantar. E é no semear que se decide o que se colherá.
Esta pequenina e simples regra da agricultura contém um ensinamento fabuloso a respeito da nossa vida; daquilo que nós fazemos, falamos e ensinamos. É na nossa maneira de agir e ser que vamos semeando aquilo que também haveremos de colher.
Nós desejamos que as pessoas nos considerem, nos respeitem, nos amem. Desejamos que nossos filhos e filhas sejam felizes e tenham bons critérios para tomarem suas decisões. Desejamos um mundo mais justo e uma comunidade mais acolhedora e solidária.
Estão aí frutos que gostaríamos de colher e, de fato, seria muito bom. Mas só há uma maneira de colhê-los: não nos cansarmos de semear, dia a dia, palavras e gestos que possam produzir esses resultados. E não adianta só falar, é preciso fazer. É preciso arar a terra, ainda que com sacrifício, e alí colocar boas sementes. Por vezes, os desafios, dificuldades e frustrações na semeadura e na colheita nos desanimam e nos levam a desistir. Por vezes, nos deparamos com quem não faz a sua parte. Outras vezes, nós mesmos ficamos desinteressados e queixosos, pois as coisas não acontecem do jeito que planejamos.
Sementes são sonhos que contém a oportunidade de nascer e se concretizar. O que colhemos no ano de 2013? O que queremos sonhar e colher agora em 2014? Sementes cultivadas com rancor, amargura, indiferença, inimizade e desamor não produzirão paz ou comunhão, frutos que como igreja somos desafiados a plantar este ano. A crítica sem compromisso, a mera reclamação da situação de sua família, de sua comunidade, de sua cidade, não ajudam a criar alternativas e saídas para algo melhor.
Boas sementes e nutrientes necessários para que elas se desenvolvam não são tao fáceis de encontrar. No entanto, podemos achá-los quando ouvimos e refletimos sobre a Palavra de Deus, buscando seu conforto e procurando sua orientação; quando falamos com Deus em oração sobre tudo o que nos preocupa e nos alegra; quando experimentamos a proximidade de Deus na Santa Ceia; quando louvamos a Deus através de palavras, hinos e atitudes; quando levamos as cargas uns dos outros; quando usamos os dons recebidos para o bem de todos e quando exercitamos o perdão, o amor e acolhimento mútuo. Isto é viver em comunhão com Deus e com o nosso próximo. Isto é experimentar e semear a paz. Todas essas coisas são exercitadas na comunidade cristã! Participe da sua comunidade. Lá não há perfeição, mas há gente disposta a semear.
PPHMista Beatriz Haacke