Paróquia Cantareira - São Paulo

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ID: 361

PALAVRA DO PASTOR - AGOSTO DE 2023

26/07/2023

Mas José respondeu:
— Não tenham medo; será que eu estou no lugar de Deus?
Vocês, na verdade, planejaram o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como estão vendo agora, que se conserve a vida de muita gente. (Gênesis 50.19 - 20)

Na família de Jacó foi nutrido por anos o ódio, a inveja e o ciúme, como nos relata o livro de Gênesis. Atitudes que levam José ao “fundo do poço” e a escravidão no Egito. Do episódio do poço até a reconciliação são 22 anos de dolorosa caminhada.
Entre encontros, desencontros e reencontros Deus prepara os corações desta família para o perdão e a reconciliação. Em Gênesis 42.17, após lançar seus irmãos três dias na cadeia, José diz a eles: “Eu sou uma pessoa temente a Deus. Vou deixar que vocês fiquem vivos...” Em Gênesis 42.21 os irmãos dizem uns aos outros sem saberem que José é o irmão que haviam vendido: “- De fato estamos sofrendo por causa daquilo que fizemos com o nosso irmão. Nós vimos a sua aflição quando pedia que tivéssemos pena dele, porém não nos importamos. (...) Por isso estamos agora pagando pela morte dele.” José, ao ouvir isso, sai de fininho e começa a chorar.
Perdão é obra de Deus. O ódio construído por anos, que levou a família ao fundo do poço, - digo família, pois todos sofreram, - foi aos poucos, sob o amor de Deus, encontrando o caminho do perdão e da reconciliação.

O perdão é possível, quando nos deixamos guiar pelo amor de Deus. Não será um perdão de “fachada”, como muitas vezes enxergamos por aí, e que os irmãos de José temiam, pois não raras vezes as aparências são mantidas enquanto os pais estão vivos, mas quando morrem, o ódio e a vingança vêm à tona.
O perdão que Deus trabalha em nossos corações e mentes não nos leva a ilusão de que só eu sou vítima e que os outros sãos os culpados. Somos simultaneamente justos e pecadores. A história de José nos revela que todos tiveram uma parcela de culpa no ódio e inveja que alimentaram a relação familiar.
O perdão, que vem das mãos de Deus, liberta, sobretudo, do desejo de vingança. Deus age para que o mal se transforme em bem. Como disse José: Deus tornou o mal em bem para que a vida se conserve.
A história de José nos convida a refletir: O que eu estou nutrindo na minha família, na minha comunidade e sociedade? Estou alimentando o ódio, a inveja e o ciúme que levam ao fundo do poço ou o amor de Deus que conduz ao perdão e a reconciliação, ao cuidado da vida?
Por intermédio de Jesus, na cruz, Deus também nutre o bem por nós, transforma o mal em bem, para que o seu perdão e a sua reconciliação sejam diariamente promovidos por nós. Amém.


P. Ernani
 


Autor(a): Pastor Ernani Röpke
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Cantareira (Tremembé - São Paulo-SP)
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 70916

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