Existem em nosso meio os mais diferentes contratos:
Contratos de prestação de serviços, contratos de trabalho, contratos de fornecimento de mercadorias, contratos para geração de novas tecnologias, contratos entre pais e filhos, contratos conjugais e assim por diante. A grande maioria é rompida quando a relação de confiança é quebrada. Muitas vezes podem ser anos de bons serviços prestados e de trabalhos maravilhosamente executados, mas bastou um desiquilibrio ou uma controvérsia que o desmanche é inevitável.
Vivemos em tempos de desconfiança. Tempos de medo. Tempos de concorrência desleal. Tempos de relações frágeis. Tempos onde se olha com desconfiança para o novo que chega.
Pouco antes de Jesus nascer também um contrato quase foi desfeito. Diz em Mateus 1.19: “José, com quem Maria ia se casar, era um homem que sempre agia com honestidade. Ele não queria difamar Maria e por isso resolveu desmanchar o contrato de casamento sem ninguém saber.” José tinha todas as razões para desmanchar o casamento. Afinal, como poderia Maria estar grávida sem relação? E por que o desmanche não acontece?
O desmanche do contrato de casamento não acontece porque há um projeto maior por trás dele: O projeto de Deus. Diz em Mateus 1.20 e 21: Enquanto [José] pensava nisso, um anjo do Senhor apareceu a ele num sonho e disse: - José, descendente de Davi, não tenha medo de receber Maria como sua esposa. Ela está grávida do Espírito Santo e terá um menino. E você lhe dará o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos pecados deles.”
Muitos contratos sucumbem em nossa sociedade. Porém, o projeto de Deus, que nos é revelado no Natal e consumado na cruz e ressurreição de Jesus Cristo não sucumbe. Pelo contrário, ele traz vida, esperança e salvação.
Que o Natal nos ajude a rever os nossos contratos. Eles estão fundados em conceitos humanos frágeis e instáveis ou no amor de Deus revelado no Natal e na Cruz e Ressurreição de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo?
Um contrato fundado no amor de Deus revelado na Criança da Manjedoura não vai buscar em primeiro lugar o caminho do desmanche, mas do diálogo, do perdão e da reconciliação. Não vai ver em primeiro lugar desconfiança no outro, mas suas virtudes e possibilidades. Afinal, todos somos frágeis e carecemos da graça e do amor de Deus. Carecemos da companhia, do afeto e da ternura uns dos outros.
Senhor, neste Natal somos mais uma vez lembrados do contrato de amor que fazes conosco em Jesus Cristo. Por mais que falhamos e erramos tu não quebras este contrato. Pelo contrário, diariamente vens renová-lo com compaixão e misericórdia por intermédio do teu Santo Espírito. Ajuda-nos, assim como auxiliaste a José, a por este contrato em prática nas nossas relações conjugais, nas nossas relações com filhos e filhas, nas nossas vivências em comunidade e locais de trabalho. Amém.
P. Ernani.